Capítulo 11: Missing You (Sentindo Sua Falta)

39 8 1
                                    

 {•••}

     Nossa "sala de aula" era um pequeno palco com algumas poltronas envolta. Wonwoo estava com o que diziam ser sua namorada e Sam sentou-se comigo, em um lugar bem próximo ao palco. 

      Quando subi para ensaiar minhas falas, perdi-me completamente. Era só eu e o palco. Sem problemas, sem coração partido e sem Wonwoo. Naquele momento, atuar e ficar com Sam eram as únicas coisas que me deixavam bem. 

              • POV Wonwoo •

— Wonwoo, preciso falar com você. 

— Pode falar. 

— Só nós dois.  — disse Sam, fria. Pedi para que Ana, minha "namorada", como meu pai queria que pensassem, nos desse licença. Sentou-se em uma poltrona da última fileira, deixando-me sozinho com a mais velha. 

— Você é um idiota, sabia? 

— Se veio falar sobre ele... 

— Por que machucou o Vernon dessa forma? 

— Meu pai... Ele falou que o tiraria da faculdade se continuássemos juntos. Não quero arruinar o sonho dele, veja como Vernon é feliz atuando. Olhe aquele sorriso de orelha a orelha. 

— Vocês ainda são completamente apaixonados. Olhe como estou arrepiada! Isto é sério! — dizia Sam levantando seu braço. Ri da forma como ela falava, fazendo-a rir também. 

— Quero que ele seja feliz, noona. Mas se Vernon continuar comigo... Tenho medo do que meu pai fará. Estou sob as ordens dele, preciso segui-las. Não tenho para onde ir.

— Por que está com essa menina? 

— Meu pai quer que eu namore com ela. "Você precisa limpar sua imagem. Recomece!", disse ele. 

— Está cometendo o maior erro da sua vida. Você só vive uma vez e é sua obrigação aproveitar, curtir. Rebele-se! Seja você mesmo. Por favor, não seja infeliz por causa do seu pai ou qualquer outra pessoa. 

— Vernon merece ser feliz. Preciso fazer isso por ele. 

— E você? Quando vai merecer ser feliz? Por favor, pense no que eu te disse. Não quero interferir demais nesta história, mas sou amiga dos dois e vou ajudar ambos. — falava enquanto se levantava. — Mas, Wonwoo, saiba que para o Vernon também não está sendo fácil. Apenas dê um tempo. Acalmem-se. Repensem. Depois conversem. 

     Sam voltou à sua poltrona e direcionei meu olhar ao palco. A atuação de Vernon tornou-se tão bela e natural quanto a primavera. Ele estava incrível, de todas as formas. 

              • POV Vernon • 

     Depois de nossa aula prática e ensaios, Sam me ajudou com a mudança e, a partir daquele dia, passei a dividir o quarto com Rafael.

— Olá! — disse em português. — Esta é a única palavra que sei em seu idioma, perdoe-me! —  continuei em inglês, enquanto ria. 

— Olá! — exclamou vindo até mim, ajudando-me com minhas malas. — Português é um idioma um pouco difícil, mas nada é tão difícil que não possa ser conquistado, não acha? 

— Com certeza! Após a faculdade, quero conhecer o Brasil e sua cultura. Todos os dias olho a foto que você me deu do Rio de Janeiro. É um lugar muito bonito! 

— Tenho que concordar!  E o que acha das músicas brasileiras?

— São incríveis! Gosto muito de Como nossos pais* e Dois... Dois... Ah, eu realmente não consigo falar este nome. — continuei com vergonha. 

1975: Trem AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora