Capítulo 13: Trem Azul

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   • POV Wonwoo, 16 de dezembro de 1976 • 

   — Ele vai voltar. Só está comemorando com a família dele. 

— Por que tem tanta certeza?

— Porque eu sei que é amor.

— Então, agora você é o bonzinho.

— Nunca quis ser o antagonista. 

— O que queria? Me magoar? Me fazer perder quem amo? Partir meu coração? Se sim, conseguiu. 

— Fiz isso porque eu te amo. 

— Você não ama ninguém. 

— Já perdi alguém que sofria como você. Não quero perder meu filho também.

— Não sou idiota. Pare de fingir ser quem não é.

— Não estou fingindo. Mudei por você. Depois do seu discurso, refleti sobre o que eu estava fazendo com você e o... Vernon. 

— Pai, eu o perdi. — dizia com a respiração ofegante, enquanto começava a chorar novamente. — O meu coração dói à beça só em pensar nisso. 

— Não o perdeu. 

— E como pode saber? 

— Porque vocês se amam. 

— Tenho certeza que a raiva que ele deve estar de mim é maior. 

— Ele deve estar apenas magoado, filho. — disse ele. — Vamos, perdoe seu velho pai que não conhece nada sobre o amor. 

     Pude ver em seus olhos que seu perdão não era sincero. "Talvez seja só o jeito rude dele.", pensei. Mesmo assim, o abracei. Com certeza, o abraço mais falso que já recebi. 

— Ainda não sei se posso confiar em você... — falei. Você me machucou por tantos anos. 

— Eu não queria que tivesse o mesmo final que sua mãe. 

— Como assim? 

— Ela não morreu de câncer, como fizeram você acreditar, sua mãe foi assassinada em uma festa, depois de ser vista com outra mulher. 

     Confuso, afastei-me dele. 

— E POR QUE NUNCA ME FALOU? 

— P-Porque... — dizia enquanto tentava procurar as palavras certas -ou talvez a mentira perfeita-.

— Foi você... Você pediu para que matassem-na.

— Eu me arrependo disso, você não sabe como. 

— Minha avó falou para não acreditar em você... E Ela tinha razão. — dizia em choque. — Você vai apodrecer dentro de uma cela, preso como o animal que você é. 

— Não pode fazer isso com seu pai. Você é fraco, não pode fazer isso com ninguém. 

— VOCÊ MATOU MINHA MÃE. — gritei. — Ela era tudo que eu tinha!

— Ela era uma bêbada, que vivia com homens e mulheres em boates por todo canto da Coreia. Que tipo de exemplo ela te daria? — perguntou. — Agora eu sou tudo o que tem. Se não me obedecer, você e aquele menino terão o mesmo final que aquela kolle.* 

[Kolle - Vadia] 

— E você considera matar alguém um bom exemplo? — perguntei. — Minha mãe era bissexual, não uma prostituta. 

1975: Trem AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora