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— Wonwoo? - chamei-o batendo na porta. — Trouxe algo para você comer.
— Pode entrar, o quarto também é seu.
Wonwoo estava deitado em sua cama, observando um pequeno desenho.
— É um belo desenho. — falei, quebrando o silêncio.
— É a minha mãe.
— E este menino? É você?
— Sim.
— Não era mais fácil pegar a foto original? Você pode perder o desenho se amassar.
— Esta era minha única foto com ela. A original foi queimada por meu pai. Fiz este desenho a partir das minha memórias.
— Por que ele faria isso?
— O senhor Jeon nos via como uma vergonha. Há um tempo, ele foi à Coreia, pedindo para eu morar com ele nos Estados Unidos, mudar de vida, recomeçar, porém recusei, pois minha avó estava doente e eu era o único que podia cuidar dela e também porque não queria viver sob suas regras.
— E sua mãe? Você poderia ficar com ela.
— Ela morreu de câncer quando eu tinha treze anos. Depois do fatídico dia, passei a morar com minha avó, que veio a falecer este ano, dez anos depois de tudo isso.
— Sinto muito por sua perda.
— Desculpe-me, não queria chorar. É inevitável...
— A vida não é bela e chorar não adianta muita coisa, porém, às vezes é preciso.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Claro.
— Você acredita em amor à primeira vista?
— Não. Amor leva tempo.
Ele sorriu fraco, secou suas lágrimas e, mudou de assunto: — O que são aqueles discos que colocou sobre a mesa mais cedo?
— Músicas brasileiras e algumas americanas. Quer ouvir?
— Podemos fazer isso depois... Você já esteve em um palco de teatro?
— Não, acho que "congelaria" se estivesse em um.
— Confia em mim?
_ Levando em consideração que dividimos o mesmo quarto sem nos conhecermos, sim, confio.
Então, o mais velho pegou em minha mão e corremos juntos à sala de teatro, onde faríamos grandes e futuras apresentações. Depois de um tempo, chegamos na frente de uma enorme porta.
— Pode abrir. — disse ele.
— Acho que não deveríamos fazer isto.
— Não vamos fazer nada que nos encrenque.
Olhei para os dois lados, certificando-me que não havia ninguém. Quando abri a porta, pude ter a melhor sensação da minha vida.
— É tão... Tão... Ah... — suspirei, sem palavras. — É lindo demais!
— Você é tão ingênuo que se deslumbra facilmente.
— Ingênuo? — perguntei rindo. — Se você acha, tudo bem.
— Suba aqui! Quero te ver atuar.
— A-Atuar?
— Não fique nervoso. Posso te ajudar.
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1975: Trem Azul
Fiksi PenggemarApós tantas perdas, decepções, ninguém é mais o mesmo. Quando Vernon perdeu seu namorado de forma tão trágica, tornou-se totalmente submisso ao medo de apaixonar-se e aquele inverno de terror de 1974 se repetir. Mudando-se para Califórnia no ano se...