Capítulo 14: Casa Comigo?

49 8 39
                                    


• 24 de dezembro de 1976 •

• POV Wonwoo •

{•••}

-... À vista disso, Jeon Heechan, sentencio-te a vinte e dois anos de prisão sem direito à condicional.

  Respirei fundo, aliviado. Minhas lágrimas caíam por felicidade.

- E minha propriedade, o que farão com ela?

- Seu filho vai decidir isso agora. Ele será o responsável por ela daqui em diante.

- Ele não pode assumir aquilo.

- Caso encerrado.

- Não podem fazer isso.

- Eu disse "caso encerrado".

- Este mundo está errado por causa de pessoas como você, Wonwoo.

  Ele olhou fundo nos meus olhos, ameaçando-me. Àquele momento, suas feições diziam "Ainda vamos nos encontrar". Sim, senhor Jeon, vamos nos encontrar futuramente no seu enterro.

  Era tão bom não ter medo. Em vinte e três anos, nunca me senti tão vivo e livre. As chaves da universidade foram entregues a mim. Chegando lá, pude ver que ela estava quase vazia e, os alunos que estavam lá, já preparavam-se para ir embora.

- Noona... Estava com saudades de vocês e, por mais estranho que pareça, deste lugar...

- O que faz aqui? Achei que estaria com Vernon.

- Eu sou o responsável por essa universidade de agora até meu pai ser solto.

- Sério?

- Sim. Vou poder fazer dela o sonho de todas as pessoas. Será um lugar feliz para todos. - respondi. - Vou precisar de ajuda, claro. Mas vamos nos reerguer.

- Jeon Wonwoo, diretor desta universidade? Nunca imaginei isso. Terei que te chamar de "Senhor Jeon" também?

- Só "Wonwoo" está ótimo. - disse rindo. - Ainda temos muito que caminhar... Ainda é 1976, temos menos de vinte e cinco anos... A vida é tão curta e tão longa.

- Onde quer chegar com todo esse papo poético que eu não entendo?

- Na felicidada... No sucesso... Na liberdade. Estou à procura desses princípios.

- São bons princípios. Mas não esqueça do amor.

- Ah, noona... - disse rindo. - Eu já o encontrei.

- Você é tão... Tão... Ah, faltam-me palavras para te descrever. Por favor, nunca mude. Como disse, são ótimos princípios, mas não se frustre, desista ou torne-se ganancioso demais. OK?

- Eu vou continuar sendo seu dongsaeng de sempre. Mesmo daqui a dez, vinte, trinta anos e para sempre. Não se preocupe.

- Há pessoas aqui que te amam muito. Não esqueça delas. Não esqueça da sua história. Use-a de inspiração para muitas pessoas.

- O futuro nos garantirá muitas coisas, noona. Ainda temos muito o que viver. - disse. - Vamos lá para fora, aproveitar este lindo anoitecer. Podemos continuar nossa conversa lá.

  Sam segurou em minha mão e, com um enorme sorriso no rosto, a guiei até o lado de fora.

- Obrigado por tudo.

- Eu que tenho que agradecer por você, por Vernon e por Rafael. Espero que nossa amizade dure anos.

- E vai, noona. Acredite em mim.

1975: Trem AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora