Capítulo 36

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Chego correndo no hospital, e procuro por ela, um enfermeiro, que segundo seu crachá vermelho era 'Gustavo' me para

Gustavo: senhorita Jade Michaels? - eu assinto- você tem que se acalmar, a sua mãe sofreu um AVC e como ela já está bem debilitada pelo câncer, tivemos que enviá-la para a UTI, o estado dela é grave, mas estamos fazendo o possível

Jade: vocês tem que ajudar ela - começo a chorar

Gustavo: nós estamos fazendo o possível, se a senhorita puder se acalmar e comunicar o restante da família...

Jade: não, não tem como eu me acalmar porque a minha mãe está prestes a morrer seu idiota, e não temos mais ninguém uma além da outra, então você trate de cuidar bem dela - eu gritava - porque ela é a única que eu tenho nessa bosta de vida, não, não tenho amigos e meu pai morreu, então - sou interrompida pelo Nicholas que me tirou de perto do enfermeiro, eu estava prestes a fazer uma loucura - me solta seu imundo, parte disso é culpa sua - eu começo a chorar, me recosto na parede e desço até sentar no chão e ali choro, acabando com o estoque de lágrimas que eu já não tinha.

Pensei em ligar pra minha melhor amiga, mas me lembro que ela me odeia, nem me fale os meninos, e meu namorado, ex namorado, não quer nem me ver, o que me sobra é o inútil do meu meio irmão e o pai dele

Jade: liga para o seu pai, fala pra ele vir, se quiser.

Eu não me movo do lugar, e não me preocupo com isso, tudo na minha vida está acabado, porque tudo isso tinha que acontecer comigo, porque eu não podia simplesmente estar em casa, deitada no colo do math, comendo brigadeiro e assistindo um filme idiota qualquer, com a minha mãe sã a brigar comigo e meus amigos felizes da vida, por mais que um seja um desgosto na vida de cada um deles.

O mesmo enfermeiro volta para a gente e eu me levanto imediatamente, secando as lágrimas

Jade: e aí, onde ela está?

Gustavo: eu sinto muito, nós fizemos todo o possível - meus olhos se enchem de lágrimas _de novo

Jade: você tá dizendo que minha mãe morreu, é isso?

Gustavo: eu sinto muito - nada, eu não conseguia dizer nada, um sentimento de dor e devastação tomou conta de mim por inteiro, corroendo-me o mais rápido possível, a vontade que eu tinha era de simplesmente arrancar meu coração fora, e pelo menos ter alguém pra me abraçar

Jade: Murilo, você cuida de tudo por favor, eu não tenho vida e ainda fui roubada - mostro minhas roupas sujas - por favor - eu digo e saio em direção a porta e vou embora, sem carro, sem dinheiro, sem vida, apenas com um celular descarregando.

Caminho, pelo que parecem ser horas, debaixo de um sol forte, me trazendo uma dor de cabeça indescritível, quando chego no prédio, falo com o porteiro e peço as chaves reservas, ele pergunta se está tudo bem, claro que está. Eu simplesmente subo, e me lembro que a última vez que comi foi na casa da Luisa, e me sinto fraca, termino de subir, mas quando chego na porta do meu apartamento, me bate uma tontura, e eu tenho que me segurar, ouço alguns barulhos no apartamento do math e faço o possível para entrar rápido, e tristemente falho, com a tontura me matando, sai um homem de aparentemente 43 anos, alto, os olhos do math, deve ser o pai dele

Xxx: tá tudo bem? O que aconteceu?

Jade: tá.. tá tudo bem - eu caio e só me lembro de ouvir alguém gritando.

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Acordo meio zonza, no meu quarto, alguém entra

Jade: Luiza?

Luiza: você precisa comer, e precisa de um banho também, eu pedi comida chinesa e tá na geladeira, eu..- a interrompo indo correndo para o banheiro e vomitando tudo o que eu inclusive não havia comido. Volto e ela já está com a bolsa. - eu vou indo, porque eu vou sair. Tchau.

Eu digo tchau à ela e alguém bate na porta. Vou até ela me segurando, pois estou muito zonza ainda. Abro e encontro o mesmo homem de antes.

Xxx: olá Jade, tá tudo bem?

Jade: desculpa, quem é você?

Xxx: meu nome é William, sou o pai do math, e atual dono do edifício, você desmaiou e o Matheus me ajudou a te identificar. Tudo bem com você?

Jade: obrigada -dou espaço pra ele entrar e vou para a cozinha, encontrando uma sopa bem cheirosa - senta - aponto para a cadeira em minha frente - eu não tô nada bem. Meu namorado terminou comigo, minha melhor amiga me odeia, meus amigos inclusive, minha mãe morreu, e aparentemente estou doente. Eu não tô nada bem - ele me olha com um pouco de espanto - me desculpe, não deveria estar falando dos meus problemas

William: sem problemas, eu não tenho muito a dizer, mas nessas situações você deveria cogitar a ideia de voltar ao Brasil - eu não respondo, tentando analisar suas palavras, e me perguntando como ele sabe que eu vim do Brasil- não sendo grosso nem nada, mas você poderia trancar sua faculdade aqui, começar outra lá, além de que será mais fácil. Você está cheia de péssimas lembranças desse lugar - ele diz sincero e analiso suas palavras profundamente

Jade: eu vou pensar muito nessa hipótese. Muito obrigada, sinceramente. E me desculpe, mas preciso ver com o namorado da minha falecida mãe como vai ficar o velório, mas muito obrigada mesmo.

William: de nada! Foi uma pena termos nos conhecido somente agora, você parece uma ótima pessoa. Acho que Adeus então não é mesmo jade?

Jade: sim, uma pena. Acho que sim.

William: então eu vou indo, e você deveria tomar um banho, sem querer ser insensível você tá bem mal - olho no espelho e realmente estou péssima, olheiras enormes olhos vermelhos e cabelo nem se fale. Apenas rio um pouco e o sigo até a porta. - tchau jade. Espero que você melhore.

Jade: obrigada por tudo, seu William, tchau. - nessa hora o math sai do seu apartamento, ele vê só o seu pai

Math: ah pai, sobre aquele investimento..- ele me vê, e arregala os olhos - er... Oi? - eu abaixo a cabeça

Jade: oi - digo com a voz fraca

Math: tudo bem com você? - ele diz com a testa franzida

Jade: só porque eu estou com uma olheira de 2 metros de profundidade, com os olhos vermelhos, cabelo nem me fale e cheirando a vômito e rua? Não seja por isso, eu tô ótima - digo com um sorriso fraco

Math: desculpe

William: adeus jade, espero que faça o que for melhor para você.

Jade: sim, novamente muito obrigada - olho para o Matheus que estava com o olhar triste - er.. tchau

Math: tchau

Entro dentro de casa e sento no chão mesmo, me recuso a chorar novamente, e cogito a ideia de voltar para casa. Eu não tenho mais amigos, meu namorado, ou melhor, ex, não quer mais me ver e minha mãe morreu, eu não tenho mais vida aqui, então sim.

Eu vou voltar para o Brasil.

Amouuuuureeesss 💙💙💙
Reta final :(
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