Capítulo 34

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Acordo meio zonza e com uma dor de cabeça dos infernos, olho em volta e percebo que estou no meu quarto, escuto assovios, e por um momento esqueço tudo à minha volta, e saio correndo em direção ao som, na esperança de ser o ridículo do meu vizinho vestindo sua samba canção ridícula, mas não, olho quem está cozinhando, e não acredito

Jade: o que você está fazendo aqui? Como entrou? Quem te deu autoridade? SAI DA MINHA CASA AGORA!

Nicholas: calma moça, foi a sua mãe, que pegou a chave com o... Math

Paro para pensar, minha dor de cabeça volta e minha mãe aparece na sala, me deixando ainda mais confusa

Jade: como vocês se conhecem?

Pâmela: eu ia te contar aquele dia, mas ele é filho do Murilo, meu noivo - ela tosse forte e se segura na bancada, mas o inútil vai lá ajudar ela a se sentar, pelo visto o caso dela piorou muito

Jade: então quer dizer que esse imundo é seu afilhado? - dou um riso irônico - quer saber? Eu não sou obrigada, preciso respirar - coloco uma roupa qualquer, literalmente qualquer, fones, dinheiro, celular e carregador. - eu ia dizer pra deixarem a chave ao lado, mas lembrei que não posso mais visitar ele, então se virem, e não vou atender ninguém - bato a porta com a maior força possível e espero o elevador.

Já de fone sinto as lágrimas começarem a descer, e por um momento as deixo rolar, depois coloco um óculos, entro no elevador e de costas para a entrada, começo a chorar baixinho, somente escutando a música, deixando toda a tristeza e raiva em mim sair, o elevador demora fechar e começa a descer. Mas ele para, e não foi em um andar, o elevador parou, eu escorrego para o chão e desabo a chorar.

Desabo como não fazia a muito tempo, choro por ter perdido o Matheus, pela minha mãe, que querendo ou não está bem mal, e só piora, choro como se não houvesse amanhã. eu tinha tudo para ter uma vida perfeita, como isso tá acontecendo? Os momentos felizes ao lado do math, a forma com que ele me irritava começam a vir à minha mente, e isso só me faz querer chorar mais e mais.

Escuto um barulho de algo caindo no chão, abro os olhos, e vejo uma mochila no chão, que não é minha. Subo o olhar e encontro um Matheus com um óculos de sol ridículo dou um sorriso quase imperceptível pela forma com que ele ficou ridículo com isso, mas logo volto a chorar, coloco a cabeça entre as pernas e choro de soluçar, ele se senta na minha frente, levanto o rosto e ele me encara, tira os óculos, revelando seu olhos vermelhos e inchados, eu quero dizer algo, mas não consigo, as lágrimas não me deixam, e o nariz entupido pelas mesmas não me deixam nem sentir o seu perfume, além da ressaca das bebidas de ontem.

Tiro forças do além pra secar minhas lágrimas e respirar fundo

Jade: me desculpa pela indisposição - as lágrimas ameaçam cair, mas tento segurar o máximo possível, o que foi inútil, pois podia sentir uma lágrima teimosa a escorrer pelo meu rosto borrado de maquiagem - me desculpa sabe, me desculpa por tudo, por ser essa menina chata de sempre, difícil, por ter te xingado o tempo todo, por te atrapalhar em tudo, me desculpa por não ser o suficiente para você, por não ser tudo aquilo que você sempre precisou - as lágrimas já eram livres à essa altura - e me desculpa por tudo que aconteceu, foi um erro, involuntário, mas foi, não te culpo por estar bravo, e sei que não vai me perdoar tão cedo, mas me desculpa, e preciso que você saiba que todo o meu sentimento por você foi real - eu não aguento mais as lágrima e encosto minha cabeça na lateral e deixo todas elas irem embora, enquanto ele apenas me fita.

Math: olha jade, eu sei que seu sentimento era real, mas aparentemente não foi suficiente, você era sim, tudo o que eu precisava. Tudo o que eu sempre quis e desejei. Mas você estragou tudo, éramos perfeitos um para o outro, não precisava ser assim. Talvez um dia eu perdoe você, mas só o tempo pode dizer. - o elevador dá um tranco e volta a descer, nos levantamos e eu pego meu óculos de sol, mesmo com um tempo de chuva. Na hora em que chegamos no térreo, ele dá um beijo na minha testa -se cuida - e sai andando. Junto com toda a minha vida.

Eu ligo para a Luiza e digo que chego lá em alguns minutos. Ela preocupada apenas concorda e eu vou, detonada, morta por dentro, o arrependimento já é maior que tudo.


Amooooouuuuureeees!!! Não me matem kkkkkkk eu sei que demorei um tempo para postar, mas eu estava sem ânimo, mas agora vou tentar voltar.
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