Você não consegue dizer não, Namjoon.

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Kim Namjoon não era nenhum fã de esportes, muito menos se arriscava em atletismo e coisas parecidas, no entanto, correndo naquela rua de bairro nobre se assemelhava a um corredor profissional, em uma rapidez sem igual. Dispensava as pausas para respirar, e queria que suas pernas doloridas e seus joelhos gritando por descanso fossem a merda. Yoongi estava tentando se matar e ele se sentiria culpado se deixasse que o loirinho perdesse a cabeça a aquele ponto.
Só queria chegar o mais rápido possível naquela casa, ainda que soubesse que talvez, por obra do destino, os pais de Min pudessem estar por lá, afinal haviam se passado uma hora desde a última mensagem enviada.
Quando alcançou o casarão branco, com um jardim imenso e bem cuidado, aliviou-se por não ver nem o carro da mãe de Yoongi, e nem o pai. Continuou correndo até alcançar a porta, batendo como um desajuizado na grande porta de madeira, gritando o nome daquele guitarrista metido a besta que insistia em fazê-lo de bobo.

A porta não demorou a ser aberta, liberando a imagem de uma senhora de idade assustada, mas ela o conhecia muito bem. Era a governanta da casa, e está quando reconheceu-o, logo desfez a expressão assustada e deixou que um meio sorriso contornasse seus lábios, dando liberdade ao mais novo de entrar na residência, dizendo que o Min estava em seu quarto, no andar superior.

Namjoon então voltou a correr, subindo as escadas afobado, quase tropeçando nos próprios pés e causando o próprio acidente.

Ofegante, abriu a porta do quarto que tanto conhecia e tanto lhe fazia falta. Não podia negar que sim, as horas de sexo ali, eram boas, gostava, afinal.

Assustou-se quando viu o baixinho sentado na própria cama, apontando a arma para a própria boca. Kim estremeceu, não acreditava no que via.

Yoongi ergueu os olhos para ele, sem tirar a arma de onde estava. Passando o dedo pelo gatilho.

"Nem pense em atirar, Yoongi."

"Por que eu não atiraria?"

"Por... porque você tem a vida toda pela frente."

"Uma vida de merda, não preciso dela, obrigado" Yoongi sem pensar duas vezes, apertou o gatilho.

Namjoon gritou, saltando em direção a cama, como se pudesse impedir o ocorrido mesmo depois de ver o garoto apertar o gatilho.

Namjoon acabou caindo nas pernas de Yoongi. Que... Ainda estava sentado. Muito bem obrigado.

Foi ao erguer a cabeça e ver um sorriso malvado nos lábios de Yoongi que Namjoon se perguntou o que estava acontecendo, e porque não houve um barulho imenso e a cara daquele baixinho continuava tão bonita.

"O que...?" Gaguejou.

"Você ficou tão preocupado." Gargalhou, em seguida, voltando a apertar o gatilho contra a boca que abria, acolhendo o líquido transparente que saía da arma.

"Porra, Yoongi!" E mesmo que Namjoon quisesse pagar de cara puto, se levantar e ir embora mandando aquele infeliz tomar no olho do cu, ele não conseguiu.

Era um babacão mesmo, e se assustou tanto que, abraçou a cintura do menor, do mesmo jeito que estava antes, com o rosto em sua perna, e ainda no chão. Ele estava aliviado, mesmo que Yoongi não tivesse passado por risco algum.

Min engoliu em seco, fazia muito tempo que ficava louco de nervoso perto de Namjoon, e o apavorava toda vez que o maior queria aquilo, aquele carinho, aqueles gestos bonitos. Yoongi não sabia reagir a amor, porquê nunca fora de receber tais sentimentos. Ele não sabia como amar também, era inseguro, tinha medo. E não podia amar Namjoon.

Conhecia aquela sensação de borboletas, que para ele eram como uma explosão no estômago, muito bem, e era isso que estava sentindo com aquele abraço desengonçado de Namjoon. Aquelas borboletas mal usadas na metáfora.

"Eu tinha que usar alguma desculpa pra você aparecer aqui." Sorriu arteiro, quando Namjoon o soltou, voltando a encara-lo.

O maior ali rolou os olhos, recobrando a sanidade. Ele se levantou, de certo modo constrangido por ter dado o abraço.

"Você é um babaca." Resmungou.

"Mas, agora que você veio... Fica, cara." Corajosamente, Min contrariou seu medo e seu orgulho, pegando a mão direita do mais novo.

"Não, Yoongi." Tentou se soltar, mas o loiro firmou mais o aperto; puxando-o para mais perto.

E Namjoon era o famoso banana, bobão, que se envolve fácil, não conseguiria nem em um milhão de anos se negar a um pedido de Yoongi estando cara a cara com o mesmo. Por isso, que, se encaixou no meio das pernas do menor, o olhando de cima, gostando quando o mesmo soltou a arma e com as duas mãos tocou sua cintura, olhando-o nos olhos de um modo tão amoroso.

"Fica comigo um pouquinho, vamos conversar, só conversar, sem sexo, sem más intenções." Disse baixo.

"Só conversar?" Indagou o moreno, desconfiado.

"Sim, precisamos nos resolver, Namjoon."

"Precisamos?"

"É sério." Yoongi decretou, e Namjoon expilou o ar que guardava, em alto e bom som; ele não conseguiria sair dali, nem que quisesse. "Mas se você quiser, pode rolar uns beijos no meio da conversa, pra não ficar muito sério sabe..."

Yoongi apertou os dedos contra a cintura do mais novo, e sorriu ao sentir as mãos de Namjoon repousarem em seu ombro, apoiando-se nele, e se surpreendeu quando aquele corpo esguio foi declinando sobre o seu, até que o fizesse cair com as costas na cama. Os lábios de Namjoon contra o seu, era a coisa que mais gostava em toda sua vida, e não esperava que fosse ter novamente.

Naquela tarde eles beijaram mais do que conversaram, Namjoon descobriu que só consegue fugir de Min por mensagens, e Min descobriu que seus pais e toda escola deviam ir para os infernos; ele queria beijar aquela boca para sempre.

Arrogant boyOnde histórias criam vida. Descubra agora