1 – A VOLTA
E lá se encontrava, no início da jornada, dois pais nervosos à espera de alguém na frente da estação de trem lotada com pessoas esperando para entrar e outras, esperando que alguém saia do trem que está parando. Podem-se notar os maus cuidados estéticos de ambos e uma série de indícios de que o pai andou bebendo e que os dois não haviam dormido bem na noite passada. Duvido se haviam dormido bem nas últimas semanas. Apesar disso, os seus olhos mostravam um brilho interessante, que chegava a colocar curiosidade naqueles que menos notavam as pessoas. Seus olhos... Ah, seus olhos quando o trem parou... Eles ficaram entre um sentimento de desespero e de felicidade, sorrindo e franzindo suas sobrancelhas, alternando suas expressões.
Logo poderíamos ver a mulher apertando forte a mão do marido e sussurrando algo em seus ouvidos. Entusiasmados ficaram ao descer uma menina, que aparentava quase mulher, provavelmente dezesseis ou mais anos, a aparência tão cansada quanto a dos pais. Dentre todas as incertezas, pode-se afirmar que, ambos pais e filha se abraçaram calorosamente, ela ainda segurando sua bolsa com força.
E logo, foram buscar os pertences da menina e, depois disso, dirigiram-se para casa. A ida a casa não chegou a ser nem um pouco igual ao reencontro de pais com a filha: foi um silêncio insuportável. Os pais perguntavam várias coisas, como por exemplo, como havia sido a viagem e a menina respondia com desânimo e cautelosamente, tentando sempre evitá-las. Olhares eram desviados quando encontravam-se no espelho do carro e ela sempre fingia estar adormecida. Mas como todos os pais, eles esperavam por entusiasmo, por ação, já que com certeza a viagem não fora nada barata. Na realidade, seus pais desembolsaram uma enorme quantidade de dinheiro para tornar o sonho de sua querida filha uma realidade.
- Jane, querida? - A menina fingia acordar, dando um pequeno grunhido. - O que você visitou nos Estados Unidos? Visitou alguma atração?
- Ah, sim, várias. – respondia a menina e escondia novamente seu rosto.
Não disse nada sobre o Empire State Building, não mencionava suas idas aos museus que encontrava, nem dizia nada sobre todas as outras coisas incríveis que viu; muito menos as pessoas que ela conhecera e que foram o motivo desta viagem. Temia dizer algo a mais, algo que não queria que fosse revelado. Ao chegar a casa, podia-se assegurar que o quarto da menina estava desabitado há alguns meses, talvez dois. O seu quarto tinha desenhos de quando era criança e fotos, muitas delas. Em várias fotos, apareciam as mesmas pessoas: duas meninas e um menino junto a Jane.
Ela observava cautelosamente as fotos e parece que isso fez com que ela se sentisse mais incomodada do que já estava. Ao verificar seu celular, que por sinal, ela levou a viagem, mas que deixou-o bloqueado, ela avista algumas mensagens:
-Jane, sinto muito. Podemos conversar? Mike.
- J, eu preciso muito falar com você, onde você está? ; - Jane, onde você ta? É urgente. Bianca.
- Oi, como está? Vamos nos encontrar? – número desconhecido.
Ao olhar as mensagens, Jane desliga o celular e o posiciona em uma cômoda ao lado de sua cama. Muitos pensamentos invadiam a sua mente, sendo poucos positivos. Em seguida, ela deita de bruços em sua cama recém feita e esconde a cara em seu travesseiro, gritando silenciosamente. Detestava-se por ter ido visitá-los. Detestava-se por ter deixado tudo isso acontecer.
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Eu sei que este capítulo é bem pequeno, mas é apenas uma introdução. :) Estarei organizando os capítulos aos poucos!
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Vivendo Uma História Mitológica
AdventureJane acaba de voltar de uma viagem de dois meses aos Estados Unidos. Após sua volta, ela tem agido estranha. Algo aconteceu na viagem, algo a marcou para sempre. Seu reencontro com a família não foi nem um pouco adorável e a volta de seu amigo norte...