Voltando pra casa

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Elisa

Acordei com uma dor de cabeça insuportável e uma sensação estranha, olhei para o lado e notei que estava em um lugar diferente e vi que era um hospital, fiquei em pânico, o que teria acontecido comigo, como vim parar aqui, minha cabeça começou a rodar e minhas lembranças foram voltando aos poucos, lembrei-me de uma forte batida na estrada, de sangue escorrendo da minha testa e também lembrei de um homem chegando perto de mim....., ai meu Deus, era ele o Tomás ele veio e me socorreu ou será que foi apenas minha imaginação, será que graças a pancada eu estou tendo alucinações e vendo coisas, senti uma forte náusea chegando procurei me acalmar respirando fundo e tentei me sentar na cama mais a dor de cabeça aumentou e achei melhor me manter deitada, foi quando eu ouvi um burburinho do lado de fora do quarto e a porta se abriu rapidamente e para meu alívio vi meu pai e Beatriz entrarem no quarto acompanhados de um senhor com jaleco branco e uma cara nada satisfeita, senti uma vontade imensa de chorar e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa meu pai me envolveu no abraço mais apertado da minha vida e foi ai que comecei a chorar copiosamente, ficamos ali abraçados por um bom tempo, sem nada dizer, senti que meu pai tentava segurar o choro mais foi em vão pois suas lágrimas molharam meu rosto, eu não conseguia dizer nada e muito menos meu pai, nunca o tinha visto tão preocupado, demorou um pouco para nos soltarmos e conseguirmos falar algo, e sua voz saiu totalmente embargada pela emoção.

-Minha menina como você está, fiquei maluco quando ligaram na fazenda e disseram que você tinha sofrido um acidente e estava aqui no hospital, não sei o que seria de mim se algo grave tivesse lhe acontecido.

Suas palavras me deixaram muito feliz e emocionada pois meu pai sempre quis manter a fama de ser durão, mas no fundo sei que tem um coração de manteiga e se preocupa comigo e sua família mais que tudo no mundo e sei também o quanto ele luta para nos manter sempre protegidas e as vezes até exagera nessa proteção.

-Calma paizinho eu estou bem- disse tentando manter minha voz firme e não demonstrar que estava sentindo dor - acho que não foi nada de mais, estou só um pouco tonta e com uma dorzinha de cabeça.

-Eu lhe disse senhor Calazans que ela estava bem e que só precisava descansar não tinha razão para o senhor entrar assim.

Meu pai fez uma cara de dar medo para o lado do pobre coitado do médico que saiu na mesma hora com a desculpa de
olhar outros pacientes e pedindo para meu pai não demorar pois eu precisava de descanso.

Assim que o médico saiu olhei para o lado e vi uma Beatriz assustada e com os olhos cheios de lágrimas, simplesmente abri os meus braços e ela me envolveu num forte abraço.

-Minha querida que susto você nos deu, você está bem mesmo, não acha melhor irmos para a capital ver outros médicos?

Tive que me segurar para não rir, o sonho dela era que eu voltasse e agora que estou aqui quer me levar de volta, chega ser engraçado, porém me segurei, sei o quanto ela se importa comigo.

-Fica tranquila, já estou me sentindo bem melhor e estou louca para ir para casa - disse toda animada tentando não deixar transparecer a dor de cabeça que estava sentindo pois o que eu mais queria nesse momento era sair desse hospital o mais rápido possível.

-Pode ir com calma mocinha - disse meu pai - o médico falou que você vai passar a noite aqui em observação e amanhã se você estiver bem vai pra casa.

NÃo gostei nada da notícia, eu estava ansiosa para chegar a fazenda e logo já comecei a reclamar.

-Mas pai não tem razão para eu ficar aqui, já disse para vocês que estou bem - fui tentar me levantar da cama e fiquei tonta, se não fosse o meu pai ter me segurado teria ido ao chão.

Marcados Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora