Mudando o rumo

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                      Elisa

   Pensei que os piores dias da minha vida eram aqueles que passei no cativeiro quando fui arrancada do meu casamento mas me enganei. Vivi um verdadeiro inferno nos dias que se seguiram depois que fui resgatada, ver Tomás naquela situação sem saber ao certo o que seria de nosso futuro me deixou totalmente sem rumo, mas quando soube que ele havia saído do coma tudo voltou a fazer sentido até o momento em que ele me tirou o chão acusando-me daquele monte de absurdo, achei que não suportaria, mas ter uma vida crescendo dentro de mim me fez conhecer uma força que nem eu mesma sabia que tinha, estou grávida de três meses e meio amo esse serzinho que cresce cada dia mais, como nunca pensei que poderia amar, um filho meu e de Tomás, pelo menos algo de bom restou de tudo que passei.

   Faz exatamente um mês que saí daquele hospital deixando pra trás meus sonhos e meus planos de uma felicidade que já não existe mais. Por muitas vezes pensei em desistir mas existi um motivo maior para que eu não deixe que a tristeza e a desilusão me domine.

   Custo acreditar que de uma hora para outra minha vida deu um giro de trezentos e sessenta graus, o que era felicidade tornou-se tristeza, o que era amor tornou-se ódio mas isso não me impede de seguir em frente.

   Logo que Tomás decidiu me riscar da sua vida decidi voltar para a capital não suportaria viver tão perto e ao mesmo tempo tão longe, meu pai  questionou minha decisão mas no final aceitou, quis saber sobre a história dele com a mãe de Tomás mas ele se negou a falar então acabei por aceitar afinal saber mais detalhes não mudaria o que aconteceu.

   As vezes chego a odiar Tomás por toda dor que ele está me causando, as vezes o odeio por ter sido um covarde pois é assim que o vejo um covarde que não foi capaz de enfrentar um passado sujo e deixou que isso destruísse nosso amor.

   Depois de um bom tempo Helena apareceu e está morando aqui comigo, não quis me contar o que aconteceu com ela e nem o motivo do seu sumiço, ela está muito diferente sempre com um olhar triste e perdido e para minha surpresa voltou a fazer faculdade que ela tinha trancado a um tempo atrás dizendo que não era o que ela queria e mesmo assim ainda cuida de mim como se eu fosse um bebezinho e confesso que a presença dela e o seu carinho tem me ajudado bastante.

   Sou tirada dos meus devaneios por insistentes batidas na porta.

   -Oi minha querida   -   vejo Helena entrar em meu quarto com um lindo sorriso coisa rara de se ver   -   Elisa você ainda não está pronta, já estamos atrasadas para a consulta.

   -Calma sua apressadinha ainda temos tempo   -   acho graça do seu nervosismo    -   viu meu bebê   -   falo com a mão na barriga   -    sua dinda está uma pilha de nervos pois hoje vamos saber se você é um lindo menino ou uma bela menina, mais seja o que for será a criança mais amada desse mundo.

   -Disso eu não tenho dúvidas pois eu já amo meu afilhadinho como se fosse parte de mim. Mais Elisa será que vai dar para ver o sexo estou tão curiosa que acho que vou ter que tomar um calmante.

   -Para de ser exagerada, se não der pra ver hoje marcamos outro dia, mas o médico disse que depende da posição em que ele está, agora me deixe tomar um banho se não aí sim vamos nos atrasar.

   - Tudo bem mas ande depressa se não vamos nos atrasar.

   Tomei um banho bem demorado, adoro ficar olhando para minha barriga que cresce cada dia mais, isso me trás uma paz imensa. Coloquei uma legue preta com uma bata branca, minha barriga ainda está pequena mas adoro colocar roupas que realçam minha gravidez tenho o maior orgulho de mostrar que estou esperando um bebezinho.

Marcados Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora