De volta ao passado

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Elisa

Já estávamos quase chegando em casa e ainda sentia minhas emoções a flor da pele, não consegui dirigir e não parava de tremer um segundo.

-Se você não se acalmar vai ter um treco, respira fundo, tenta pensar em outra coisa que não seja naquele deus grego em forma de cowboy que ficou na cidade - quanto mais Helena falava mais nervosa eu ficava.

-Eu não acredito que falei com ele novamente e ainda por cima marquei de encontrá-lo na cachoeira amanhã a tarde.

-Você fez o que? Ficou maluca né, pensei que vocês tivessem resolvido tudo, e que agora era bola pra frente.

-Não deu tempo, ele disse que aconteceram muitas coisas naquela época que eu não sei e que nunca mentiu pra mim, o que faço Helena estou tão confusa, quando chego perto dele eu esqueço o passado, esqueço tudo o que passei, não consigo odiá-lo, sei que tenho que me afastar mas é mais forte do que eu e ainda tem meu pai que o odeia, sem falar no Ricardo.

-Não sei o que dizer amiga você só vai achar as respostas se ouvir o seu coração, mas pensa bem tá, pra não sair machucada de novo e não magoar as pessoas a sua volta.

-Tem razão eu tenho que pensar bem pois se eu tomar a decisão errada posso decpcionar muita gente.

Assim que cheguei em casa tomei um banho e fui para a varanda do meu quarto deitei na rede e fiquei ali pensando no rumo que estava dando para minha vida. Passei muito tempo pensando que não veria Tomás novamente, isso me fazia sofrer mas aos poucos me acostumei com essa realidade, mas agora vem ele e diz que nada aconteceu do jeito que eu pensava que tenho que acreditar em sua palavra e o pior é que sinto que ele está sendo sincero, parece que tem um força estranha que me puxa pra ele e isso me deixa com um medo danado do que essa aproximação pode causar, e foi com essa bagunça em meu coração que adormeci ali mesmo na rede.

Acordei com uma dor de cabeça insuportável, meu corpo estava todo dolorido por ter dormido na rede e meu humor estava péssimo.

Tentei distrair minha cabeça examinando alguns cavalos que precisavam de cuidados mas nem minha paixão por esses animais conseguiram aliviar a tensão que sentia, e não consegui disfarçar o meu mal humor pois até meu pai quis saber o que aconteceu comigo, disfarcei dizendo que era tpm.

A tarde demorou a chegar e quando chegou eu ainda tinha que inventar uma desculpa para sair sem que ninguém soubesse, pois com esse monte de segurança na fazenda ficava difícil.

Para minha sorte tenho Helena que sempre foi boa em enrolar as pessoas, ela disse para meu pai que iríamos numa cachoeira e que não tinha perigo algum pois ficava bem perto da sede da fazenda.

Pegamos nossos cavalos e saímos em direção a cachoeira, de lá eu iria sozinha para a outra que ficava a uns dez minutos de onde estávamos e Helena ia me esperar aqui.

-Muito obrigado amiga - dei um abraço de agradecimento em Helena - se não fosse por você eu não conseguiria.

-Espero não me arrepender disso depois, agora vai logo eu vou esperar por você aqui durante uma hora, acho que é mais que suficiente para você resolver tudo.

Quando cheguei lá não avistei ninguém, fiquei decepcionada, será que ele não viria, ele insistiu tanto pra não aparecer.

Esperei por mais alguns minutos e nada, então quando decidi ir embora ouvi um barulho, fiquei um pouco assustada pois estava sozinha em lugar no meio do mato, mas para meu alivio Tomás surge entre as árvores.

-Você me assustou, e eu já estava indo embora está muito atrasado.

-Me desculpe tive que deixar meu cavalo longe daqui e vim a pé por causa desse monte de gente que seu pai contratou para fazer a segurança da fazenda, quase que eles me viram, mas nada nesse mundo me impediria de vir aqui hoje. Você está bem? Não estou achando que está feliz em me ver.

Marcados Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora