Agora vai ?

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Tomás

Já ouvi dizer que o amor é cego, mas agora tenho certeza que o amor nos deixa mesmo cegos.

Quando Elisa apareceu na fazenda eu estava cego de raiva e não pensei duas vezes para jogar toda minha raiva em cima dela, mas o que não me falaram é que quando se ama fazemos muitas besteiras e nos arrependemos quase que instantaneamente, foi isso que aconteceu naquele dia, só que quando me arrependi era tarde, ela acelerou e foi embora, liguei várias vezes durante a semana mas ela ignorou minhas ligações todas essas vezes.

Fiquei a semana toda mal, não conseguia trabalhar e o meu humor que nunca foi dos melhores ficou ainda pior.

Como sempre Valter veio em meu socorro e descobriu uma festa de aniversário numa casa noturna em que Helena disse que iria, e se Helena vai existe uma grande chance de Elisa também aparecer por lá, então chamei o Valter e viemos.

Cheguei e fiquei mais num canto sem chamar muita atenção, embora seja difícil com o Valter dando em cima de todas as mulheres que vê, aqui é um lugar bem badalado e está sempre lotado, conheço o dono e vários funcionários pois sempre venho para me divertir por ser em outra cidade me sinto bem a vontade.

Não tirei o olho da entrada um segundo, tinha que ver quando Helena chegasse para saber se minha pequena veio junto.

Mas quando vi Helena chegando engasguei com minha cerveja, Elisa estava ao seu lado, e nunca à tinha visto tão linda, o seu cabelo estava solto e formava uma cascata vermelha, sua boca e seu rosto parecia que tinham cidos pintados pelos anjos, e o pior, usava um vestido preto que se moldou perfeitamente ao seu lindo corpo e era tão curto que minha primeira reação foi levá-la embora dali na mesma hora, tive que me segurar para não perder a cabeça.

Por onde ela passava todos os marmanjos ficavam babando e ela sorria a todo instante o que a deixava mais encantadora ainda.

Observei durante um bom tempo tudo que ela fazia e vi que estava bebendo demais, resolvi que era hora de ir falar com ela e fui em sua direção, queria realmente pedir desculpas pelo meu comportamento na fazenda e ouvir tudo sobre esse tal de Ricardo, mas antes que eu pudesse chegar perto ela saiu para dançar com Helena, preferi esperar até que a música acabasse, não gosto muito de dançar.

Me distrai pedindo mais uma cerveja e quando olho vejo minha pequena dançando colada com um homem, nessa hora mais uma vez fiquei cego, cego de ciúmes, e notei que ele tentava beijá-la a força, não pensei duas vezes e saí correndo, homem nenhum vai colocar as mãos sujas na minha pequena, nem que para isso eu tenha que agir feito um homem das cavernas e foi o que fiz, arraquei Elisa dos braços daquele sujeito e o empurrei para longe da minha pequena, a joguei em meus ombros e sai dali pelas portas dos fundos onde minha caminhonete estava estacionada.

Noto que ela estava quieta demais pro meu gosto e quando chego até a caminhonete vejo que ela está dormindo profundamente.

A coloco bem devagar no banco ao meu lado e saí acelerando antes que chegue alguém e me impeça de levá-la.

No caminho ligo para o Valter e peço a ele para avisar Helena que a estou levando embora para casa e que ela está bem.

E aqui estou eu parado quase na entrada da fazenda Calazans vendo minha pequena dormir.

Já se passou um bom tempo e ela continua dormindo e eu velando seu sono e sonhando com o dia em que poderemos ficar juntos sem medo e sem problemas.

Derrepente ela começa a abrir seus olhos e pela cara que faz ao me ver tenho certeza que nossa conversa não será nada agradável.

-Tomás, o que você está fazendo aqui, ou melhor onde estamos?

Marcados Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora