Desespero

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                    Tomás

   O quarto estava um verdadeiro caos, meus olhos viam mas não acreditavam, tudo estava revirado e o pior não havia nem sinal de Elisa, comecei a gritar desesperado por ela mas infelizmente nada da minha pequena.

   Dentro de poucos minutos Valter já estava no quarto ao meu lado.

   -O que houve Tomás escutei os seus gritos lá do jardim, onde está Elisa e que bagunça é essa?

   -Eu não sei onde ela está, quando cheguei aqui o quarto já estava todo revirado e Elisa desapareceu.

   -Como desapareceu, ninguém desaparece assim do nada, ela tem que estar por aqui em algum lugar, vamos procurá-la, mas tente manter a calma.

   -Você tem razão tenho que me acalmar, ela deve estar por aqui mesmo.

   Saímos para procurar, a essa altura todos já sabiam que Elisa havia sumido e estavam ajudando a procurá-la, mas quanto mais o tempo passava meu desespero só fazia aumentar.

   Olhamos em todos os lugares possíveis e nada, ela realmente não estava na fazenda, dona Magda começou a passar mal quando um dos peões chegou e me entregou o véu que Elisa usava, que foi encontrado atrás dos estábulos, o que fez com que meu desespero aumentasse ainda mais. Levamos ela para o seu quarto e dei um calmante que por sorte fez com que ela dormisse.

   -Tomás não tem outro jeito temos que ir a polícia avisar do desaparecimento de Elisa. 

   -Ainda não Valter, eu sei quem a levou daqui.

   -Como assim sabe quem a levou.

   -Foi o maldito Bento Calazans, tenho certeza que a levou, só pode ser ele, quem mais faria uma coisa dessas. Bem que eu achei estranho ele aceitar o nosso casamento sem tentar impedir mas ele só estava esperando a hora certa para dar o golpe.

   -Mas Tomás isso não faz sentido porque ele a levaria justo hoje, você acha que ele seria capaz de fazer isso com a própria filha?

   -Só tem um jeito de saber indo até lá e é exatamente isso que vou fazer.

   -Não sei se isso é uma boa idéia, o homem te odeia e se não foi ele quem a levou, tenho certeza que vai te acusar do sumiço dela.

   -Eu não tenho outra opção, mas se ele a levou pode ter certeza que a trarei de volta nem que pra isso tenha que derrubar aquela fazenda.

   -Então vou com você, não posso permitir que chegue lá e faça uma besteira.

   -Obrigado Valter por estar sempre ao meu lado não sei o que faria se você não estivesse aqui.

   -Que isso Tomás, amigos são pra essas coisas, você sabe que pode contar comigo para o que der e vier.

   Deixei uma  menina que trabalhava na fazenda tomando conta de dona Magda e saímos do quarto pelos fundos da casa queria evitar as perguntas de todos que estavam ali esperando por notícias.

   Não estava em condições de dirigir de tanta raiva daquele desgraçado, e por mais que o Valter acelerava não parecia ser o bastante.

   Quando chegamos na entrada da fazenda tivemos sorte pois não tinha ninguém na porteira de entrada, então só paramos de frente da casa principal, desci feito um furacão e invadi a sala gritando sem me importar com nada.

   -Elisa, Elisa !!! Onde está você.

   Derrepente me deparo com o desgraçado do Bento Calazans e seu olhar se igualava ao meu em questão de ódio.

Marcados Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora