Esperança

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Tomás

Saí daquela cachoeira feito um louco, não podia deixar que Bento Calazans me visse, não por mim, mas por Elisa, sei que se ele nos visse juntos poderia sobrar para ela. Mas nada me importava nesse momento, estava me sentindo feito um adolescente apaixonado, a muito tempo eu não me sentia tão feliz eu estava mais leve, só de tela envolvido em meus braços ter sentido seu cheiro novamente e o gosto da sua boca isso pra mim era o paraíso, sem falar o quanto ela estava linda seu corpo estava mais lindo ainda do que no passado se é que isso seria possível pois ela sempre foi linda, e os cabelos estavam mais compridos de um tom meio avermelhado e quando olhei naqueles olhos verdes fui ao céu e voltei, depois de tanto tempo sonhando com esse momento ele acontece, no fundo nunca achei que algum dia fosse ter uma segunda chance, sei que ela só disse que ia me ouvir mas pra mim isso já é uma grande esperança.

Depois de ter passado uma semana de cão, nunca poderia imaginar que terminaria desse jeito, logo que deixei Elisa sozinha no hospital a culpa me consumia, mas infelizmente eu não podia ficar ali para ver se ela realmente estava bem e depois passei o restante da semana sem saber nada sobre ela isso quase me levou a loucura, nem o trabalho duro da fazenda fez com que eu conseguisse deixar de me preocupar com ela e agora nós nos encontramos, nos beijamos e ela prometeu me ouvir, ainda não estou acreditando que ela vai me ouvir, vou aproveitar essa oportunidade para fazer com que ela me perdoe, tenho que fazê-la entender que eu ainda a amo, mesmo que ela não sinta mais nada por mim.

Cheio de esperança que as coisas de agora em diante poderiam melhorar volto para a fazenda de dona Magda e fico no pasto revisando algumas cercas que precisavam de reparos só volto a sede da fazenda na hora do almoço, todo animado e com um sorriso de orelha a orelha mas que morre quando chego a fazenda e me deparo com um carro de polícia. Será que aconteceu algo, não estou com um bom pressentimento.

Me aproximo do carro e vejo que não tem ninguém, deve estar lá dentro conversando com dona Magda, será o que aconteceu, nisso Valter está chegando.

-Tomás, que bom que você chegou eu estava louco atrás de você, onde você estava cara, já te procurei por um monte de lugar, tem uns policiais que estão querendo falar com você.

-Comigo, será porque, eles disseram qual o motivo de virem me procurar ?

-Não falaram nada só disseram que queriam falar com você e que era urgente aí a dona Magda mandou que entrassem.

Entrei imediatamente em casa e quando vi a cara de dona Magda já sabia que as notícias não eram boas, cumprimentei os policiais e me preparei para o que viria.

-Meu querido - disse dona Magda - sente-se aqui por favor, esses policiais vieram lhe ver e infelizmente eles não trazem boas notícias.

-Senhor Tomás nós somos da penitenciária onde seus irmãos estavam presos.

-Como assim estavam presos, que brincadeira é essa?

-Calma Tomás, é que os policiais vieram avisar que seus irmãos fugiram da prisão ontem a noite, mas eu já disse a eles que faz muito tempo que você não os vê.

-O que exatamente vocês querem, eu não falo nem vejo eles a muito tempo, não sei em que posso ajudar.

-Temos indícios para acreditar que o senhor pode ter ajudado na fuga, o senhor é o único parente deles, eles podem ter pedido a sua ajuda para a fuga.

-Vocês só podem estar de brincadeira eu nem sabia que eles tinham fugido já disse que não falo com eles a muito tempo eu não sei de nada - isso não pode está acontecendo, de um jeito ou de outro eles estão sempre me prejudicando sem contar que eu não posso me envolver em nenhuma confusão por causa da condicional.

Marcados Pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora