Mãe de todos

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Eu, a madrugadas, rebelo-me e regresso meus lentos e melancólicos pensamentos,
a noite me serve como consolo e desalento,
desposo-me nua para lhe mostrar minha sinceridade e pureza de alma,
rogo em prantos por um ato de célebre solenidade,
prestigiar-me-ia com teus conselhos perturbadores,
ao melodrama;

Ponderas-te à ti,
convosco permaneça a dignidade e impotência de mãe,
traja-te forte ante tanta infelicidade,
esgota-te sentimentos de melancolia,
arroja-te em ternura e plenitude;

Eu, com meus mais broncos e fúteis pensamentos,
perturbo toda a matéria capaz de vida,
baldio a noite à sombras e tribulações,
tudo para que sintais minha dor e desespero;

Mãe de todos, consolo àquem de mim roga,
vingança,
graça,
gratidão,
minha pertinência e abalável sensação de tortura;

Mãe de todos, censuro aquilo que deveis não ser visto,
perduro por ares melhores à meus filhos,
trabalho em anonimato para os conservar a memória;

Eu, desistira da vida, mas de nada valera,
de nada calhou,
apenas me transformei um ser pouco mais pútrefe,
atirar-me-ia, inóspito,
devastador e terrível sentimento me corroía por dentro,
infame, indulgente;

Mãe todos, protegi a integridade de minha filha,
em minha pequena e vã consciência,
ensinei-lhe a valorizar àqueles que vos amam e adornam em verdade,
em a sinceridade de proferir, digo-lhes:
amem enquanto há tempo,
o tempo é curto e a vida passa!

- Modificado em: 17.01.2022, all rights reserved ©.

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