Epílogo à despedida: misantropia

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Não és tardio para que eu parta,
não és umbride o bastante para que acalente,
não és sábio para que aconselhes,
não és Deus para que guies ou julgues;

Peço-te que apenas compreendas,
aceites acoito de tal presságio,
não me esqueças independente do tamanho de tua dor,
me ames incondicionalmente cada vez mais,
me tenhas acoplada em tua singela e pura alma;

Sou conhecedora de tais palavras,
sou o feto de tua união,
sou aquilo que tu muito amas, mas muito desgostas,
sou a perseverança,
sou aquilo que tu proteges com teu corpo e alma; (à símile)

Não te abales com minha falta,
estarei viva dentro de teu coração,
dentro de tua alma, dentro de teu EU mais profundo,
iluminarei e guardarei teus passos;

Traio-me agora,
não devias te dizer tardias e melancólicas palavras,
meu coração rebela-se,
minha alma arde como fogo,
meus olhos veem-se desfalecer, devaneiam-se,
meu rosto enrijecido diz-me impertinente,
meus lábios bafejam o sombrio de meus pensamentos,
meus membros estralam o sangue de meus últimos suspiros;

Minha alma anseia por liberdade,
meu corpo renega,
meus olhos cegam-me;

Anseio-te perdão,
apenas descrevo minhas dores e angústias,
além de tudo e em tudo,
à sempre e por todo o sempre: amo-te meu pai.

- Modificado em: 17.01.2022, all rights reserved ©.

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