Deslumbre cortês: miséria

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O despir o sol para com a lua incontáveis noites,
o beijar intenso,
incontroláveis vezes que a lua calou e entregou-se à ele ;

A brisa do mar,
maré mais refrescante de todas,
que sacia o calor dos banhistas,
e deixa envolto de suas águas salobras;

A loucura do mais louco que contagia aquele que por um instante dizia-se lúcido,
a nostalgia dos adolescentes e seus desejos ao longo do tempo se tornando retrógrado ao mais velho de sua ascendência;

O passado que para alguns os condenam,
e o presente que para outros corrigem os seus erros;

O tempo que briga todos os instantes com o ponteiro do relógio para que ele passe mais devagar,
e o ponteiro que briga com o instante para que obedeça o tempo;

O incansável e indescritível choro de inocência de uma criança que acabara de nascer para trazer cores ao mundo de seus familiares;

O miserável que vagamente dorme em um duro e gelado chão de rua, vivendo de esmolas, trocados ou da misericórdia de almas caridosas;

O mais sujo e ímpeto dos pecadores vivendo detrás de uma cela vendo o sol nascer quadrado por longos anos de sua vida;

O mais desgraçado que habita este universo e que nunca será amado por ser humano algum;

A natureza com seu contrato universal para com a humanidade cuida loucamente de seus filhos como uma esplendorosa e atenciosa mãe que surge em seu glorioso reinar para dar-lhes o amparo e o apoio;

Os que no passado grandes foram e no presente são história;

O mundo está decadente de amor, os homens desenvolvem amor próprio e esquecem do amor ao próximo;

Estamos vivendo na miséria do presente refletida ao passado.

- Modificado em: 17.01.2022, all rights reserved ©.

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⏰ Última atualização: Jan 17, 2022 ⏰

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