Nova Rotina

1.2K 76 28
                                    

Gente! Esse capítulo está enorme (mas também né, depois da demora..)
Eu quero que vocês entendam que essa fic é uma história sobre o amor. E a definição de amor que acredito é que o amor é cuidar do próximo. Por isso não é um sentimento, mas uma decisão. Não nasce de arrepios, mas da consciência.
Eu tentei, porque sei que vocês gostam, escrever uma cena de sexo.. mas eu não sei e não me sinto à vontade...talvez mais pra frente? Aí, é tudo sobre amor. Paixão é por acaso mas amor é de propósito, e nesse capítulo eu acho que consegui transmitir a Regina tomando essa decisão, mesmo que inconsciente.

E ah! Meu Twitter é @ otpsq

Não vamos fazer nada — declarou Laura. Ergui uma sobrancelha na direção da garotinha sentada no colo de Emma, que, por sua vez, acomodava-se no meu grande pufe vermelho. Am­bas me encaravam enquanto eu permanecia na soleira da porta que dava para a sala e a cozinha.

— Espera que eu acredite nisso? — falei para o caso de ela não ter entendi­do o significado da sobrancelha arqueada.

— Não vamos mesmo fazer nada — confirmou Emma no mesmo tom que a menina usara. Haviam se passado quinze dias desde que Emma e eu tínhamos nos beijado pela primeira vez e, então, não feito sexo porque adormeci.

Na manhã seguinte, ela aparecera e agira como se nada incomum tivesse acontecido entre nós. Levara-nos para um passeio de carro, conversando ani­madamente como de costume. Comprou sorvete para nós e alimentamos al­guns patos já gordos no parque. Mesmo depois que Laura adorme­ceu, durante o trajeto de volta para casa, ela evitou tocar no assunto sobre a noite anterior. Quando, enfim, entramos no apartamento, comecei a me per­guntar se Emma havia flertado comigo, se havíamos nos beijado diante da pia cheia de louça, se ela começara a me despir. Minha única prova de que algo acontecera era o bilhete na mesinha-de-cabeceira, mas até mesmo aquilo pare­ceu ambíguo após um dia de indiferença dela. Minha paranóia aumentou até que concluí, enquanto Laura se preparava para o banho, que eu havia imagi­nado tudo. Minhas fantasias com Emma haviam chegado ao ponto em que eu já não sabia mais distinguir o sonho da realidade.

Depois que eu havia dado banho em Laura e que Emma lera para ela e a convencera a dormir, ela sentara-se no sofá ao meu lado.

— Ela estava elétrica — sorriu.

— Percebi. Bem, acho melhor eu ir lavar a louça.

Antes de eu poder me levantar, ela segurou meu pulso, puxando-me de volta.

— Oh, não, não. — Encostou-me no braço do sofá e me beijou, os lábios firmes e insistentes. — Eu sabia que tinha de me conter hoje — explicou nas breves pausas entre beijos. — Se eu mencionasse isso ou se ao menos olhasse para você por um minuto a mais, sabia que não seria capaz de me controlar.

Soltei um suspiro de alívio.

— Oh, graças a Deus. Comecei a me perguntar se eu havia imaginado tudo.

— Não, não imaginou. — Emma tornou a me beijar, voluptuosa e languidamente. — Gostaria que fôssemos para a cama, mas apenas se você não adorme­cer logo de início.

— Vai jogar isso na minha cara para sempre?

— Não para sempre, mas por algum tempo. Acho que tenho o direito pelos meus bons beijos.

E foi como aconteceu. Fomos para a cama, e eu só adormeci depois que ela saiu. Não a deixei ficar porque não queria que Laura nos encontrasse na cama juntas. Kathiryn fora extremamente cuidadosa para manter seus relacionamentos lon­ge da filha, para preservá-la. Bem poucos homens haviam conhecido sua filha — um namorado precisava mostrar potencial para um relacionamento longo antes que aquilo acontecesse. Kathiryn quisera que a vida de Laura fosse o mais equilibrada possível, sem que a menina se apegasse a alguem que aca­baria sumindo se o relacionamento com a mãe terminasse. Mais uma vez, eu estragara tudo; lidara com aquela situação da maneira errada. "Meu relacionamento" já estava em nossa vida antes de termos ido para a cama. Se não desse certo entre nós, ainda teríamos de continuar nos vendo, porque, do contrário, Laura veria seu mundo desmoronar. Assim, mesmo após duas semanas, mantínhamos as coisas em segredo, tentando descobrir se existia algo além de desejo entre nós. Eu não gostava de mentir para Laura, mesmo que fosse apenas por omis­são, mas era melhor do que deixá-la pensar que seríamos uma família feliz e, então, numa questão de semanas, Emma e eu descobrirmos que não tínhamos sido feitas uma para a outra.

A Filha Onde histórias criam vida. Descubra agora