GT DO MR. PRENTUS

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*SELO DE QUALIDADE*

Por Nathan Giebmeier

>https://m.youtube.com/watch?v=3Ix2-HV63Ek
>olá meus caros
>você já sentiu terror?
>hmm
>então, você conhece aquele sentimento de temer aquilo que não vê no seu quarto a noite
>aquele sentimento de pavor de achar que há mais alguém no quarto
>aquela sensação ruim de passar no corredor escuro de noite
>ou ouvir os estralo dos móveis antigos
>a sensação de acordar de madrugada após um sonho ruim
>a sensação de não querer olhar no espelho do banheiro
>ou até de entrar nele com as luzes apagadas
>a de se sentir protegido debaixo do cobertor
>a de apagar a luz correndo
>de pular na sua cama
>escuro
>terror
>solidão
>desespero
>ansiedade
>você acha que conhece ele
>acha que conhece o terror
>pois deixe-me te dizer uma coisa meu caro
>VOCÊ NÃO SABE DE NADA
>VOCÊ NÃO SABE O QUE É TERROR
>VOCÊ NUNCA SENTIU MEDO EM SUA VIDA
>VOCÊ NÃO SABE O QUE É TEMER
>VOCÊ ACHA QUE SOFRE
>VOCÊ SE ACHA SOLITÁRIO
>VOCÊ SE ACHA DESESPERADO
>ACHA QUE SENTE TERROR?
>POIS VOCÊ NUNCA O SENTIU EM SUA VIDA
>VOCÊ É APENAS UM COELHO EM MEIO A UMA CERCA
>SE ASSUSTA COM A PRÓPRIA SOMBRA
>VOCÊ NÃO FAZ IDEIA DO QUE É MEDO
>VOCÊ NÃO TEM IDEIA DO QUE É TERROR
>VOCÊ VAI APENAS SE ASSUSTAR E FINJIR QUE TEVE MEDO
>VOCÊ DEVERIA MORRER
>oh não..
>oh, meu caro
>perdão....
>me deixei levar mais uma vez
>ah, isso é tão constrangedor
>desculpem-me
>eu fico um pouco..... alterado quando falo de certos assuntos
>mas não estou aqui hoje para falar disso
>vou lhes contar uma história
>aconteceu há muito tempo
>onde pela primeira vez conheci o significado de terror
>pare a música meu caro
>vamos lá
>tudo começou há alguns anos
>eu era um garoto normal
>tinha 14 anos
>o ano é 2015
>mas vivia em uma cidade totalmente isolada
>então alguns costumes eram diferentes
>eu morava em uma cidade pequena
>cerca de 3000 habitantes
>mas a minha família tera construído uma grande empresa nela
>minha família estabeleceu um grande comércio de algodão
>o comércio trouxera grandes fortunas à cidade   
>nós éramos conhecidos por todos
>respeitados
>temidos
>tudo o que acontecia era sob nossa aprovação
>meus pais se mantinham ocupados na política e comércio o dia todo
>então eu acabava ficando sem nada para fazer
>eu morava em uma mansão
>a casa era tão grande que eu, vivendo lá 14 anos me perdia às vezes
>uma grande casa para um pequeno garoto
>não tinha com o que me distrair
>apenas estudava e escrevia o dia todo
>não havia nada de interessante
>às vezes eu me distraia atormentando minha irmã
>nós não nos dávamos muito bem então passávamos a maioria do tempo separados
>ela tinha cerca de 8 anos e era baixa para a sua idade
>mas tinha uma coisa que me incomodava naquela casa
>era grande
>tinha muitos objetos
>objetos os quais se transformavam de noite
>aquele simples casaco virava um vulto
>aquele simples corredor virava uma corrida de vida ou morte
>aquele interruptor abria o portão de algo que eu nunca queria abrir
>e a minha cabeça me fazia ver coisas que eu não queria ver
>era noite
>como sempre estava em meu quarto tentando dormir
>mas sofro de insônia algumas noites
>essa era uma delas
>estou debaixo das cobertas
>e tem alguém no canto do meu quarto
>está longe
>mas eu consigo ver
>essa casa sempre foi estranha
>assombrada
>muitos parentes morreram nela
>já houve assassinatos
>e ali no canto do quarto
>uma coisa me encarava
>era alta
>preta
>e não se mexia
>acho que ele não me viu
>não quero me mexer
>ele iria saber que eu estava ali
>ele iria me matar
>então fiz uma estratégia
>levanto rápido
>corro com todas as minhas forças
>não consigo olhar pra trás
>sinto algo atrás de mim
>acendo o interruptor
>nada
>apenas um casaco velho
>me sinto um idiota
>mas ainda com medo
>aquilo era só um disfarce
>ele existia....
>durmo de luz acesa após me revirar algumas horas
>manhã
>acordo com minha irmã pulando pela casa
>devido ao tamanho as coisas ecoavam
>como ela parecia feliz, a curiosidade me leva até ela
>olho do segundo andar do salão principal
>ela estava sentada no sofá com algo na mão
>uma criança?
>não
>desço
>quando chego lá eu o vejo
>era um boneco
>tinha mais ou menos a metade da mina altura
>era feito de madeira
>era muito macabro
>sua boca tinha dois riscos que desciam até o queixo
>então ele abre a boca
>tomo um pequeno susto
>então minha irmã começa a falar enquanto ele abria a boca
>era um boneco de ventriloquismo
>um realmente estranho
>ele era real
>feio
>suas mãos pareciam de verdade
>assim como sua expressão facial
>tinha um longo sorriso sádico
>um olhar de atenção horrendo
>mas por algum motivo ele me atraía
>eu queria tocá-lo
>mas minha irmã nega puxando-o para si
>"ELE É MEU"
>pirralha
>minha irmã me irritava às vezes
>apenas observo ele de longe enquanto ela brinca com ele
>ele era de algum modo assustador e interessante
>mas como não podia chegar perto graças à birra de minha irmã resolvo ir brincar sozinho
>noite
>resolvo tomar banho antes de dormir
>passo o shampoo
>não vejo nada
>mas sinto a luz apagar
>tudo está mais escuro
>tento esfregar para abrir meus olhos
>a espuma não saia
>não conseguia abrir os olhos
>sinto uma coisa na minha frente
>eu sei que não está lá
>mas eu posso sentir
>eu vou abrir os olhos e não vai ter nada
>como sempre
>mas então
>sinto minha barriga queimar
>sinto algo sair de dentro
>começou a doer
>demais
>minha barriga fora cortada
>começo a tremer e gritar
>entro em desespero
>a banheira estava cheia de água
>algo continuava a me furar
>doía muito
>começo a me debater na água
>não sei o que fazer
>estava desmaiando por causa dos cortes
>meu corpo afunda na água
>minha visão escurece
>acabou
>então algo me puxa de dentro da água
>era minha irmã
>"O QUE VOCÊ TA FAZENDO?"
>olho ao redor
>eu estava normal
>sem nenhum corte
>tremendo
>minha mão direita estava tapando o ralo da banheira
>eu estava me afogando
>verifico de novo minha barriga
>limpa
>saio o mais rápido que posso
>me arrasto até o meu quarto, me seco e me visto
>o que foi aquilo?
>me tranco em meu quarto
>acho que minha irmã me acha louco
>foda-se
>não ligo
>ela é só uma criança
>mas naquela noite pensei em dormir com ela
>fazíamos isso de vez em quando
>mas estava muito velho
>não iria pedir consolo da minha irmã mais nova
>apenas fiquei sem dormir mais um dia
>almoço
>mia está com seu brinquedo novo
>ela brinca de dar comida
>dorme com ele
>ela o leva para todos os lugares
>pergunto:
>"então, qual o nome dele?"
>ela responde "Mr.Prentus"
>era um nome engraçado mas certamente não combinava com ele
>ele vestia uma roupa antiga
>e tinha o mesmo olhar assustador
>minha irmã parecia obcecada com o novo boneco
>igual a todos os outros novos brinquedos
>não me preocupei pois era normal
>então ela deixa o Mr.Prentus sentado e vai lavar as louças
>ele me encara
>eu encaro ele
>um de seus olhos levemente se mexe
>dou um mini pulo
>não
>deve ser impressão
>era um boneco
>me levanto e vou ao meu quarto
>minha cadeira se mexe
>viro rápido pra trás
>nada
>........
>sigo andando de costas
>ele continuava a me encarar
>assim que dei a primeira olhada para o que estava atrás de mim me deparo com algo enorme
>não consegui ver
>me assustei e caio no chão
>quando olho de novo não há nada
>olho para Mr.Prentus
>ele não está lá
>sinto algo atrás de mim de novo
>não queria olhar
>apenas começo a tremer
>vai embora
>por favor...
>algo toca meu ombro
>olho devagar pra trás
>vejo aquela cara
>aqueles olhos
>aquele sorriso
>Mr.Prentus
>dou um berro e me arrasto para o lado
>e vejo minha irmã rindo ao lado do boneco
>caralho
>eu vou matar ela
>corro atrás dela por um tempo
>mas não a alcanço
>ela se tranca no quarto e provavelmente só sairia pra jantar
>então apenas a ignorei
>fui ao meu quarto
>ainda era de tarde
>passo pelo corredor de sempre
>começo a pensar
>o corredor era longo
>ou estava
>haviam varios quadros dos meus pais
>não lembrava de como ele era extenso
>minha porta parecia longe
>as paredes pareciam se encurtar
>começo a andar rápido
>sinto algo atras de mim
>mas se eu olhar pra trás algo vai me pegar
>eu tinha certeza
>lembro do Mr.Prentus
>por que?
>não lembro mas não conseguia olhar pra trás
>ele estaria lá
>começo a andar rápido
>sinto que algo se apressa comigo
>entro em desespero
>começo a correr
>o corredor começou a se alongar
>quanto mais eu corria mais longe ficava
>começo a ouvir passos atras de mim
>continuo correndo
>o corredor não acabava
>os passos viram fortes pisadas
>o chão parecia quebrar enquanto algo andava
>então desacelero
>não podia ser nada
>isso já tinha acontecido antes
>e tudo coisa da minha cabeça
>paro
>olho pra trás
>nada
>me sinto um idiota
>volto a andar pelo corredor
>nesse exato momento em que eu olho para a minha porta
>algo me acerta por trás
>olho para baixo
>algo acertara meu estômago
>tinha me atravessado
>meu sangue escorria
>então vejo uma mão 
>alguem me perfurou com uma mão
>tento olhar pra trás mas só consegui seguir
>me arrasto com dificuldade até a porta ainda longe
>oque fosse acompanhava meus passos
>mas não me tocava
>eu sangrava e tremia
>estava em desespero
>e aquela coisa apenas me acompanhava
>como se gostasse de me ver
>olho para os lados enquanto me arrastava
>os quadros dos meus pais
>eles nunca estavam em casa
>por quê???
>por que ninguém me protege?
>por que isso está acontecendo??
>então os quadros começam a sangrar
>meus pais sangram pelos olhos em várias fotos
>tento correr mas não consigo
>todas as fotos agora tinham meus pais mortos
>segurando o Mr.Prentus em suas mãos
>como assim
>a porta está perto
>alcanço a maçaneta
>entro sem olhar para trás
>fecho a porta e tranco
>me encosto em um canto e encaro a porta
>algo batia nela sem parar
>meu estômago dói
>minha visão escurece
>apago
>acordo tempos depois
>meu estômago tinha uma marca preta
>como se tivesse sido socado
>algo ainda estava na porta
>podia ouvir respirando
>era pesado e cheio de ódio
>algo continuava a bater na porta
>mas não queria ir
>minha irmã corria perigo
>mas não queria ir
>Mr.Prentus tinha algo a ver
>mas eu não queria ir
>por favor alguém faça aquela coisa ir embora
>horas se passam e a dor só aumenta
>o tempo não passa
>mais horas se passam
>não sei há quanto tempo estou aqui
>o meu quarto me sufocava
>queria sair dali
>mas não conseguia me mexer
>meu estômago não deixa
>mais tempo se passa
>não sei como a porta não se quebrou
>meu estômago simplesmente estava me matando
>a dor era tão intensa que eu quase deixava de respirar
>eu não conseguiria me matar se tentasse
>começa a chover lá fora
>pingos começam a cair
>tinha uma goteira que caia na minha cabeça
>água
>movo meu pescoço e tomo um pouco
>a porta continuava a bater
>apenas apago de novo
>continuou assim por um tempo
>até que uma hora a porta para de bater
>ouço barulhos vindo da maçaneta
>não
>por favor
>ela gira
>a porta abre
>apenas fecho os olhos e espero
>acordo
>minha irmã está do meu lado
>pergunta o por quê
>como assim?
>"você se trancou no quarto por uma semana"
>olho ao redor
>a porta fora arrombada
>havia água das goteiras no chão
>minha barriga estava normal
>porém ainda doía
>era fome
>eu não comia há uma semana
>estava magro
>minha irmã me leva até a cozinha
>passamos pelo corredor
>não havia nenhum quadro
>passamos por ele rapidamente
>como tudo o que vejo com as mãos
>apenas engulo tudo o que vejo
>e no canto do olho encaro Mr.Prentus
>minha irmã chega perto de mim com ele
>eu paraliso
>então ela faz ele botar a mão sob meu ombro
>e diz
>"não se preocupe Nathan, tudo vai ficar melhor agora"
>aqueles olhos me encaram enquanto diz isso
>aquele sorriso
>aquela mão encostando em mim
>eu o soco e faço cair da mão de minha irmã
>"EI SEU BABACA"
>não conseguia pensar em nada
>apenas queria ele longe
>"O QUE DEU EM VOCÊ?, VOCÊ ANDA MUITO ESTRANHO"
>não, eu não estava estranho
>aquele boneco tinha alguma coisa a ver
>ela puxa Mr.Prentus pra cima de mim pra me irritar
>empurro ela e o boneco
>ela cai sentada
>então ela faz o boneco falar
>"nunca mais encoste no meu boneco"
>então ela sai da cozinha enquanto eu terminava com o estoque de comida da semana
>precisava saber mais daquele boneco
>pesquiso tudo sobre bonecos em meu celular
>mas nada
>apenas umas histórias de bonecos extremamente realistas
>nenhum deles se parecia com Mr.Prentus
>a noite chega
>minha irmã está em seu quarto
>estou no meio da sala
>não quero me mexer
>e se algo de estranho acontecer de novo?
>não queria passar por nada de novo
>está escuro e apenas as luzes da grande sala iluminam
>não parei pra pensar se algo aconteceria de novo
>calma
>não preciso me preocupar
>não entre em desespero
>vou até a cozinha
>pego uma maçã
>ando pela casa com ela
>tenho que segurar algo pra me distrair
>vou mexendo em meu celular
>acendo todas as luzes da casa
>mordo a maçã
>e minha boca começa a sangrar
>cuspo cacos de vidro
>olho para a lâmpada mordida em minha mão
>caio de joelhos gritando
>tiro os cacos cravados em minhas gengivas
>doía muito
>mas quando pisco
>a lâmpada desaparece
>havia apenas maçã mastigada no chão
>passo a mão em minha boca
>intacta
>o que?
>começo a olhar ao redor
>as luzes se apagam por um segundo
>a maçã volta a ser uma lâmpada
>a casa estava totalmente deformada
>paredes verdes
>podres
>tudo estava morto
>estava confuso demais
>então vejo o meu celular
>ele era a única coisa intacta
>pego ele e ativo a câmera
>dentro da câmera tudo era normal
>corro até a cozinha
>tudo normal por dentro do celular
>por fora era uma coisa abandonada
>plantas e musgos cresciam por toda a parte
>o ar era pesado
>pego uma faca que parecia podre por fora mas era a faca que eu sempre usava
>pelo celular ela parecia ok
>quando a toco sinto o plástico novo
>estava no mundo real
>ainda bem
>ouço risadas
>olho para trás
>um garotinho estava no fundo do corredor da cozinha para a sala
>ele tinha um sorriso assustador
>então ele vem em minha direção
>creio que ele não podia me tocar
>e não tocou
>apenas passou por mim
>ele tentava me tocar
>mas suas mãos atravessavam meu corpo
>então ele me manda segui-lo
>até o porão
>nem fodendo
>corro até outro cômodo
>fui ao meu quarto
>apenas o celular me guiava
>a casa era quase irreconhecível
>quando encostei na maçaneta
>ouvi uma leve risada
>olho para trás
>Mr.Prentus
>esse filho da puta
>algo tinha a ver com ele
>corro atrás do filho da puta
>ele se levanta por si mesmo
>entro em choque
>então entra no quarto de minha irmã
>corro até ele
>arrombo a porta
>ele está em cima dela
>jogo ele para o canto e o esfaqueio
>ele era pesado
>minha irmã está parada na cama
>ele matou ela?
>ele tenta me socar
>ele era fraco
>começo a esfaqueá-lo
>uma
>duas
>cinco
>dez vezes
>ele começa a perder as forças
>a faca atingia a madeira e espalhava farpas
>a fadiga me fez parar
>solto a faca tremendo
>será que isso iria resolver?
>vou até a minha irmã
>o que ele tinha feito com ela?
>procuro minha irmã
>mas ela não está lá
>a única coisa que vejo é aquele boneco de terno
>com seu sorriso e seu olhar terríveis 
>não
>eu não queria ver isso olho aos meus pés
>sangue estava se espalhando
>olho tremendo devagar para trás
>minha irmã olhava para baixo com um olhar sem vida
>sua roupa era vermelha cor de sangue
>ela não se mexia
>seus cortes ainda jorravam sangue
>pego meu celular e a filmo
>na filmagem tudo era normal
>a parede
>o chão
>tudo como era antes
>menos o corpo
>as imagens dela eram as mesmas
>derrubo o celular no chão
>olho para a cama dela de novo
>o boneco sumira
>ouço passos no corredor
>não
>chega
>por favor eu não quero mais nada
>me escondo sob os cobertores dela
>me cubro até a cabeça
>assim eu estaria protegido
>não é?
>sempre tinha funcionado
>por favor
>funcione
>algo está no quarto
>é grande
>tinha passos pesados
>e carregava algo
>não sabia oque era
>então ouço pequenos barulhos
>não conseguia distinguir o que é
>não podia me mexer
>se eu me mexesse ele saberia que eu estava ali
>por favor vá logo embora
>o que ele estava fazendo?
>queria olhar
>mas ele veria....
>então abaixo o pedaço podre de pano com o qual me cobrira
>não vejo ninguém
>mas na parede
>lá estava escrito com sangue
>"eu sei onde você está"
>então ouço uma voz vinda de trás de mim, dentro do cobertor
>"eu lhe avisei para nunca mais tocar no meu boneco garoto"
>uma mão de madeira me toca
>começo a me debater
>várias mãos então me seguram
>não conseguia ver nada por causa do cobertor
>várias mãos me alcançavam
>tento me soltar ao máximo
>mas eles me prendem
>então tiram o cobertor
>tudo volta ao normal
>a casa volta ao seu normal
>luz entra no quarto
>há policiais me segurando 
>vejo meus pais na porta chorando
>me puxam da cama
>me algemam
>minha irmã ainda está esfaqueada na porta
>não consigo falar nada
>eles apenas me levam
>na saída vejo o boneco sentado em cima da mesa de jantar ao lado de um vaso
>me solto por um segundo do policial
>como último ato me jogo em cima dele
>consigo arrancar um dos olhos
>levo-o comigo
>me puxam de volta
>então olho pra trás
>o boneco sem um olho
>dou um leve sorriso
>então o vaso ao seu lado simplesmente cai
>se fode
>a última coisa que vi eram meus pais chorando vendo o corpo de minha irmã sendo levado
>me levam até a delegacia
>conto minha história
>acabo em um hospício
>logo no primeiro dia vomito no banheiro
>tinha engolido o olho para poder levá-lo comigo
>ele viria atrás de mim
>eu tinha certeza
>era noite
>eu estava com uma camisa de força em meu quarto de almofadas
>então tudo começa a se despedaçar
>era hora
>o olho dele está em minha mão
>não sei o que faria
>acho que só queria morrer mesmo
>então vejo o mesmo garoto
>o que não conseguia me tocar
>ele pede para segui-lo de novo
>não tenho nada a perder
>ele então abre a parede
>entramos num corredor de almofadas
>há várias fotos dele
>varias fotos de um senhor
>acabamos em uma sala quase igual a outra
>porem o chão era de concreto
>então diz
>"história.... outra hora...."
>"quem sabe... ainda escrevo história de mim..."
>então ele pega o olho do boneco de minha mão
>e o esmaga
>assim que ele fez isso eu vomito algo preto
>e uma peça de metal sai de minha boca
>era uma moeda
>ou parecia
>tinha uma letra
>"P"
>o garoto então vem perto de mim
>quase não percebi
>continuava vomitando e tremendo
>então ele diz
>"ele não incomoda mais....."
>"você está livre"
>as paredes começam a se despedaçar
>grama cresce onde deveria ser concreto no chão
>tudo começa a cair
>a noite tomaconta do céu
>estão procurando por mim
>estava do lado de fora
>tinha escapado de lá
>o garoto me encara sorrindo
>ele diz que conhecia o boneco é que sabia como pará-lo
>disse que não gostava de ver pessoas sofrendo
>mas não disse quem ou o que era
>apenas que conhecia o boneco
>então pergunto uma última coisa ao garoto
>"qual o seu nome garoto?"
>ele olha pra trás e diz
>"James Viktor Prentus"
>ele sorri e desaparece
>fico pasmo
>mas não entendo nada
>meses passam desde o incidente
>moro em uma pequena cidade no norte da Europa
>tenho minha família
>sou quase feliz
>se não fossem pelas memórias do passado
>algo voltaria a acontecer?
>eu não sabia
>e nem quero saber
>então aqui meus caros, aqui termino minha história
>e o que lhes digo, e que aquela sensação de ser observado
>aquela presença quando você não vê nada com os olhos fechados
>aquele medo do corredor escuro
>aquela necessidade de correr no corredor
>aquele cobertor que você se cobre quando sente algo perto
>talvez não sejam apenas sensações
>e meus caros, correr, se esconder, abrir os olhos se cobrir não te protegerá
>e então, quando você presenciar aquilo que nunca viu
>então você sentirá o que chamam de medo
>

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