GT DO SADUCI

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Por Nathan Giebmeier

>havia aquele brilho
>aquele brilho cor de fogo
>aquele tom de vermelho que lembra medo e perigo
>aquela luz vermelha brilhava no horizonte
>iluminando a noite com uma luz de terror
>que era tão obscura quanto a própria escuridão que o medo trazia
>onde os gritos e vultos iluminados em vermelho corriam pela cena
>meus olhos queriam fechar
>queriam não ver
>mas não conseguiam
>tudo que eu via era a luz vermelha
>vultos levavam o vento que passava em
minha direção
>correndo da luz escura
>com medo de algo que a trazia
>meus joelhos encontram o chão de barro
>escurecidos pela luz vermelha
>assim como meu corpo
>assim como minha mente 
>minhas lágrimas eram sangue
>cobertas pelo vermelho
>o vermelho da luz escura
>que dizimou, naquela noite sem lua ou sem escuro
>o que eu chamava de lar
>então a luz escura do fogo se mostra espalhando
>vultos correm
>vento começa a soprar
>a escuridão da luz aumenta
>ela segue até mim
>então a luz torna-se uma silhueta de um homem
>ele vem até mim
>junto há mais
>eles apontam lanças ao meu pescoço
>até que um deles se aproxima 
>sua mão toca meu rosto
>então acordo
>as memórias que passavam pelos meus olhos se foram com a brisa
>estou numa praia
>o sol bate na minha cara dando um leve tom de felicidade
>há pessoas me olhando por todos os lugares
>eram pessoas estranhas
>elas eram claras...
>eu estava em cima de um palco de madeira
>vários amigos se mostravam acorrentados em uma fila atras de mim
>um dos homens claros gritava algo em cima do palco
>os demais apenas levantavam a mão
>eles abrem minha boca
>tento revidar mas estava fraco demais
>eu fora botado em um grande barco por muito tempo
>nem lembrava quanto tempo era
>então me jogam para fora do palco
>repetiram isso com todos que estavam lá
>tudo era estranho
>animais selvagens eram domados e usados
>eu estava fascinado
>fui levado até uma casa
>bem diferente da minha
>não havia barro
>não havia buracos
>não era vermelha, como naquela noite
>fui colocado em uma pequena casa, um pouco mais parecida com a minha
>era aconchegante
>principalmente por que haviam pessoas com quem eu podia conversar
>eram dados nomes as pessoas
>diferentes de seus nomes
>foi me dado o nome de saduci
>não sei o por que 
>era meu primeiro dia
>fui jogado no que os claros chamam de senzala
>lá conheci meus amigos
>tatá
>perê
>foram os primeiros a falarem comigo
>ambos tinham a minha idade
>cerca de 14 anos
>tatá era forte e baixo
>logo eu iria entender por que
>perê era um pouco mais alto e também um pouco mais forte
>eu era uma média entre os dois
>mas não tinha nenhum sinal de músculo
>o que dificultaria o trabalho, como eles disseram
>foi me explicado que os claros eram os senhores
>não podíamos reclamar
>não podíamos fazer nada contra eles ou apanharíamos
>éramos tirados de nossas terras e forçados a trabalhar
>apenas não entendia por que tínhamos que ser os forçados
>por que nós?
>eles tinham muitas pessoas aqui
>por que tínhamos que ser os que trabalhariam
>eles viajavam tão longe
>arriscavam suas vidas
>apenas para pegar algo que já tinham...
>passam-se algumas semanas
>estávamos colhendo uma planta com sementes escuras
>"eles chamam de café" perê afirma
>"ajuda a ficar acordado"
>uma planta? que loucura
>tatá estava ao nosso lado
>"eu só quero saber de sair daqui..." ele diz
>penso um pouco
>"fica quieto eles vão ouvir" perê diz olhando para os claros que nos vigiavam
>"eu sei que você quer sair... mas eles nos dão comida, água, teto, e uma família, não é bom?" tento animá-lo
>ele suspira e concorda bufando "é... talvez"
>sorrimos e continuamos
>sempre tentava manter a calma e a felicidade de todos...
>sempre tentava ficar feliz com isso...
>sempre tentava evitar a luz...
>a luz escura que trouxe um dia fogo e tristeza...
>"hora do almoço saduci"
>volto a mim
>sorrio e sigo todos
>fomos até a senzala
>mas o que tinha lá não era almoço
>era um dos claros com um amigo nosso amarrado em um pilaste de madeira
>ele gritava coisas mas eu só entendia algumas palavras
>tatá e perê estavam ao meu lado encarado com ódio nos olhos
>a senzala estava cheia
>então o claro começa a agredir o garoto amarrado
>ele o chicoteia várias vezes
>ele grita
>grita alto
>ele grita até seus ecos arrastarem minhas lembranças para fora de suas celas
>ele grita em um desespero que é tão vivo que brilha
>brilha vermelho
>brilha o mesmo vermelho de uma noite sem lua
>meu corpo inteiro treme
>meus joelhos encontram o chão de barro
>sinto meu rosto perder qualquer emoção, deixando-se levar pelo desespero
>apenas consigo olhar para perê
>ele estremecia de raiva
>não
>perê não faça
>ele tenta ir para cima
>meu corpo se mexe sozinho
>me jogo em cima dele tapando sua boca
>meu corpo expressava o meu terror tremendo
>"perê por favor..... não faça.... a luz vermelha.... por favor...."
>lágrimas pingam em seu peito preto
>"saduci... o que deu em você?"ele responde assustado
>"a luz vermelha.... por favor.... eles vão se irritar... tudo vai acontecer de novo"
>em minha mente tudo estava se tornando vermelho
>se eles irritassem os claros eles iriam fazer tudo denovo
>iam matar todos
>iam destruir tudo...
>não podia deixar isso acontecer
>enfim acaba
>me acalmo e todos fomos jantar após acolher o pobre garoto espancado
>não disse uma única palavra
>dormimos
>sou acordado com perê me chamando
>"ei saduci.... obrigado..."
>tento entender ainda meio dormindo
>"se você não tivesse me segurado... eu teria ido pra cima.. e provavelmente teria sido morto..."
>sorrio para ele
>"mas o que aconteceu com você?" ele pergunta preocupado
>não queria pensar nisso
>não queria lembrar
>"só fiquei com medo que todos acabassem se machucando..."
>ele sorri
>voltamos à rotina normal
>então tudo começou a ficar bom
>mais do que o normal
>todo dia colhíamos café
>íamos para a senzala
>eu alegrava todo mundo
>todos ficavam felizes
>eu ajudava todos
>eu lembrava todos que isso podia ser um lar
>ou algo parecido
>algo longe da escuridão
>algo aconchegante
>continuou assim por vários meses
>então
>tudo mudou
>fui chamado pelo dono da plantação
>ele me põe em um lugar aberto com um círculo desenhado de noite
>e então
>ele ateia fogo
>um círculo de fogo me rodeou
>um  círculo da luz vermelha
>"não.. não não não NÃO NÃO NÃO"
>começo a gritar em desespero
>tudo a minha volta se transforma
>volto a minha vila tão longe
>volto onde todos estavam sendo queimados
>sangue jorrava
>homens ateavam fogo nas casas
>por que?
>por que? eu me perguntava
>me vejo de joelhos no chão
>inconformado com a luz
>inconformado com a escuridão
>onde homens claros destruíam minha casa
>minha vila
>matavam minha familia e amigos
>choro vendo a mim mesmo
>"LEVANTAA"
>meus gritos eram mudos
>"CORRE, AJUDA ALGUÉM FUJA MAS NÃO FIQUE PARADO"
>o "eu" não se mexia
>"por favor..." choro
>"FAZ ALGUMA COISA"
>meu corpo e puxado
>vou para longe da luz
>tatá me puxa para fora do círculo
>"fique comigo saduci, tudo vai melhorar... ele sorri"
>minha visão apaga
>acordo na senzala
>perê está do meu lado
>pergunto sobre tatá
>ele apenas faz que não com a cabeça
>"por que?"
>pergunto
>"os claros disseram que você trazia felicidade onde não devia"
>"queriam mostrar o que acontecia se a gente desfocasse do trabalho"
>"então você começou a gritar e alucinar no meio do círculo, o tatá não aguentou"
>"depois que ele te tirou de lá ele foi torturado e morto...."
>começo a chorar
>"desculpa....."
>"e tudo culpa minha........"
>"eu... eu só queria fazer com que todos pudessem ver isso como um lar..."
>"perê....."
>ele me encara
>"eu vou tirar a gente daqui..."
>ele ri
>"boa sorte..."
>eu não estava brincando
>chega
>CHEGA
>eu tentei
>por que eles tinham que fazer isso
>EU NÃO FIZ NADA DE ERRADO
>O QUE EU FIZ
>POR QUE EU TIVE QUE PASSAR POR ISSO
>POR QUE?
>serro meus dentes enquanto choro
>eu vou sair daqui...
>E VOU LEVAR CADA UM DE NÓS
>nas semanas seguintes reuni o maximo de informação possível
>soube de um homem chamado zumbi que acolhia pessoas como nós
>apenas teria que achá-lo na mata
>sabia o caminho
>apenas precisava fugir
>durante as semanas conversei com perê
>ele estava ancioso
>decoramos os turnos dos guardas
>mandávamos mensagens secretas nas paredes e no chão
>às vezes derrubávamos sementes de café para nos comunicarmos
>nós iríamos sair daqui
>e não ia demorar
>eu precisava tirar todos daqui
>se eu não posso fazer todos felizes aqui
>então vou tirá-los daqui
>a fazenda tinha aproximadamente 150 pessoas escravizadas
>eu estava levando cerca de 50 delas comigo
>nós sairíamos durante a troca de guarda
>era nessa noite
>11:30 da noite
>assim que o guarda saísse nós sairíamos
>eu estava de guarda
>carregava agora um cachimbo
>carregava ele pois queria me acostumar com a brasa
>queria me acostumar com o fogo
>para nunca mais ter que temê-lo
>assim que vejo o guarda sair acendo um fósforo
>ele produz uma pequena chama com qual acendo o cachimbo
>a pequena chama avisou a todos
>eles saem aos montes da senzala
>todos correm em direção a mata
>eu, perê e outros 4 vamos até a segunda senzala
>nós vamos conseguir
>pelo tatá
>chegamos
>todos puxamos a porta enquanto todos dentro empurravam
>os cachorros já latiam atras de nós 
>a porta se abre
>soltamos todos e corremos
>corremos muito
>estávamos no meio da mata
>todos meio que sabiam o caminho
>eu estava do lado de perê correndo o maximo que conseguia
>mas ele foi pego por um dos cachorros
>tento levar ele
>chuto o cachorro e brigo com ele no chão
>perê se levanta mata o animal com uma pedra na cabeça
>ele se apoia em mim e continuamos
>corríamos devagar
>"saduci..."
>"vamos só falta um pouco" sussurro
>"saduci...."
>olho para a perna dele
>paramos
>estava ensanguentada
>não...
>não ia perder ele
>ele tira do bolso um gorro e amarra na perna
>"não parece tão ma-"
>a voz dele trava assim como minha mente ao ver seu peito estourar
>um barulho de explosão atras dele mostra um homem com uma arma
>"NÃO PERÊ NÃO"
>corro até o homem
>ele atira no meu ombro mas não paro
>"DESGRAÇADO DESGRAÇADO DESDRAÇADO"
>soco ele e rasgo seus olhos até minhas unhas caírem
>enquanto ele se recuperava pego sua arma e acerto ele várias vezes na cabeça
>"DESGRAÇADO"
>acerto ele tantas vezes que não se podia diferenciar a cabeça do resto do corpo
>acabo
>minha mente começa a me confundir
>por que...
>perê você não podia morrer também
>caminho devagar até ele
>pego o gorro em sua perna e o uso
>puxo o cachimbo e o acendo
>algo se mexe
>meu corpo se move sozinho até lá
>com a arma derrubada acerto o que fora
>repito várias vezes
>tenho flashbacks
>estava batendo neles
>nos homens que traziam a luz vermelha
>eu estava matando eles
>estava de volta na minha vila
>"ha..haha...hahahahahhah......HAHAHAHAHAHHAAHH"
>"EU VOU MATAR TODOS VOCÊS"
>eu estava vendo
>era a minha vila
>era a minha casa
>a minha família
>os meus amigos
>e estava matando os invasores finalmente
>eu matava eles e salvava todos
>isso era tão satisfatório...
>mas apesar disso
>a luz vermelha não se mostrava diminuir
>ela apenas continuava lá
>de alguma forma.... ela...
>ela parece ter se fixado em mim
>meus pensamentos ficavam mais fortes enquanto eu atirava, batia e esmagava tudo o que via
>até que um último golpe me traz à cena da realidade
>haviam corpos por todos os lados
>meu corpo estava completamente molhado
>mas não chovia
>tudo que eu tinha era uma arma, um gorro e um cachimbo
>meu corpo não aguenta e desliga
>quando acordo há vários corpos ensanguentados
>corpos de ambos os lados
>claros e escuros
>parece... não.. eles foram mortos pelos claros
>haviam muitos corpos... corpos demais
>afinal, quantos morreram?
>enterro perê
>dou uma mini cerimônia de enterro para ele
>descanse em paz meu amigo....
>tomo a trilha até o destino
>atrasado, vi que muitos não chegaram
>de 50 de nós apenas 30 chegaram
>disseram que algum tipo de monstro estava massacrando o lugar
>engulo seco
>deveriam ser os cachorros
>só podia ser.....
>não me encontro com ninguém
>apenas estava focado em resgatar o resto das pessoas
>então desde então toda noite eu saio na mata
>eu confundo os claros
>as vezes sou forçado a fazer coisas piores
>balanço meu gorro vermelho e acendo meu cachimbo chamando minha família
>guiando ela nas florestas
>foi assim até me pegarem
>até um de meus "amigos" me trair
>ele me entregou por liberdade
>quase não acreditei
>quando cheguei a fazenda de volta fui amarrado em um tronco de árvore deitado
>imagino quantas chicoteadas eles me dariam
>não importava
>eu sairia quantas vezes fossem necessárias
>eles não iriam me parar
>mas minha confiança desabou quando vi que o que trouxeram não era um chicote, mas sim um machado
>não
>eles levantam ele contra minha perna direita
>meus olhos seguiram a lâmina até ela separar minha perna do corpo
>"AAAAAAAAAAAAAAAHHH"
>eu tentava contorcer meu corpo
>tentava me soltar
>mas não conseguia
>começo a ter ataques de espasmos
>minha boca espumava
>meu corpo se debatia como um peixe que não consegue retornar a água
>todos olhavam apavorados a cena
>meus gritos eram como um alerta
>um alerta que dizia para nunca tentarem fugir
>era isso que eles queriam
>começo a me acalmar devido à falta de sangue
>minha mente apaga
>acordo uma semana depois
>eu estava vivo
>suado
>magro
>com fome e com dor
>minha perna estava em carne viva mas não sangrava mais
>não conseguia andar ou me mover nos primeiros dias
>mas com o tempo fui me acostumando
>eu era deixado exposto todos os dias
>eu era como um troféu para eles
>ou uma propaganda
>uma propaganda que vendia medo
>ninguém lá falava comigo
>eles apenas me mantinham vivo pois era o que os claros queriam
>e eu tinha que aceitar
>meses se passam
>minha perna está quase curada
>já consigo andar
>já conseguia fazer quase tudo normalmente
>inclusive fugir
>sim, eu iria fugir denovo
>não iria deixar eles fazerem isso comigo
>afinal
>rio comigo mesmo
>EU VOU MATAR TODOS ELES
>em uma das noites abro todas as senzalas
>deixo eles me verem
>para que saibam que eles precisam me matar para me parar
>e que eu mataria eles antes mesmo de eles tentarem
>dessa vez cerca de 80 escravos fugiram
>e mais uma vez a luz vermelha me rodeou
>mais uma vez um massacre se deu lugar naquela floresta
>mais uma vez, a luz vermelha me rodeava
>mais uma vez minha sanidade era questionada
>eu estava ficando louco? me perguntei esmagando a cabeça de alguém
>eu nem sabia quem era
>afinal, importava?
>minha cara não tinha expressão ao matar
>já era não normal
>tão vazio....
>me vejo na minha vila de volta
>ainda há aquela luz
>aquela luz escura vermelha
>mas por que?
>eu pensei ter matado eles
>"talvez...."
>"talvez eu só tenha que matar mais, não? HAHAHHAAHHAAHHAHA"
>rio comigo mesmo sem saber se entendo a minha própria lógica ou se a minha loucura tenta entender o significado de sua própria existência
>fico parado por uns instantes
>e a última coisa que sinto é algo furando meu peito
>então de novo
>e de novo
>até que meu corpo finalmente cai
>sem dor ou sem sentido
>tudo que vejo é minha vila
>ainda estava coberta pelo fogo
>coberta pela luz vermelha
>aquela luz que eu sempre quis apagar
>minha família está na minha frente
>meu corpo levanta
>eles estão a poucos metros de mim mas...
>há algo ao lado deles
>há um vulto
>parecia um homem vestindo uma roupa preta
>mas seu rosto não era humano
>ele me para quando tento chegar na minha família
>e fala com uma voz distorcida e assustadora
>"olá garoto..."
>não respondo apenas encaro
>"você passou por muita coisa meu caro.... eu gostaria de fazer um acordo se for de seu agrado..."
>"quem é você?" pergunto
>"tenho vários nomes meu filho, mas você pode me chamar de Pazuzu"
>ele se transforma em um vulto e se aproxima de mim
>"você disse com todo seu ódio que queria exterminar os que te machucam"
>"você quer matar os que te abusaram"
>"quer vê-los sofrerem após matar todos que você ama não quer garoto?"
>meus olhos se enchem de lembranças e ódio
>sangue começa a fluir e minha mente se vai
>"sim... eu quero... EU QUERO MATAR TODOS EU QUERO!!"
>"pois bem garoto, eis o meu acordo"
>"FIQUE NESSA TERRA COMO UM ESPÍRITO, USE O PODER DE PAZUZU, O DEMÔNIO DO VENTO"
>"VINGUE-SE DE TODOS OS QUE VOCÊ ODEIA E DESPREZA E ESPALHE DISCÓRDIA POR ESSE MUNDO"
>olho para minha família que me olhava com tristeza
>eles me chamavam, dizendo para não dar ouvidos a ele
>mas eles não sabiam o que nós passamos lá
>eles não entendiam
>estendo a minha mão ao demônio
>fecho os olhos
>diário de busca, dia 02
>"Por quanto tempo a gente vai procurar?"pergunta gabriel
>"são só uns dois escravos vamos logo eles devem estar em algum lugar nessa mata" respondo
>estávamos procurando o escravo para o barão
>queria voltar logo pra comer o porco que ele estava preparando para quem os achassem
>a floresta estava úmida e silenciosa
>silenciosa até demais
>pássaros não cantavam
>animais não se mechiam
>até os mosquitos pareciam estar quietos
>então um vulto passa pelas minhas costas
>um vulto rápido como o vento
>viro rápido mas não há nada
>"eu vi isso" diz meu amigo
>ele passa denovo
>nos viramos novamente mas não há nada
>então o vulto encontra gabriel e o empurra
>gabriel é levado ao topo de uma árvore
>"GABRIEL O QUE É ISSO?"
>começo a subir na árvore em desespero
>então sangue e restos de corpos começam a cair em meu rosto
>"MEU DEUS O QUE É ISSO?"falo limpando o sangue de meus olhos
>meu corpo tremia com os restos do rosto de gabriel em minhas mãos
>"MEU DEUS O QUE TA ACONTECENDO"
>então um vulto sai de cima da árvore e para na minha frente
>ele toma a forma de um garoto
>sua carne era podre e negra como a noite
>vento o rodeava a todo momento
>ele não tinha uma das pernas
>seus olhos eram vermelhos e expressavam o mau puro
>ele usava um gorro vermelho, recem pintado
>e tinha um cachimbo em sua boca
>"QUEM É VOCÊ?"
>ele agarra meu pescoço e me levanta
>suas garras furam meu estômago
>então ele se aproxima e mostra seus dentes afiados longos e deformados
>sussurrando em meu ouvido ele me diz seu nome com uma voz deformada
>"eu sou... o saci, saci pererê"
>

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