GT SEM NOME

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Por Lucas Lopes

adaptado de uma creepypasta, de autoria de Alexandre Brito

>oi, meu nome é Darlan
>estou escrevendo esta carta agora
>logo mais estarei engarrafando e jogando em um pequeno córrego próximo a minha casa
>escrever me ajuda a manter a sanidade. Com sorte, essa mensagem chegará a alguém
>tudo começou há 1 mês. Eu estava no pc, lendo alguns GTs quando o telefone tocou
>não fiz questão de atender, nunca era pra mim
>mas minha mãe insistiu e eu acabei atendendo
>”NÃO SAIA DE CASA!” a pessoa gritou. Meio confuso, acabei desligando o telefone, achando que fosse um trote
>mais tarde, acabei de ler bons GTs, desliguei as luzes e fui em direção ao meu quarto
>ao passar pela janela, vi algo estranho
>havia pessoas lá na rua andando. Algo totalmente normal, senão fosse pela hora
>olhei no meu relógio e era fucking 3:00 da manhã
>na manhã seguinte, a tv estava ligada no noticiário
>normalmente naquele horário meu pai deixa a tv ligada no canal de esportes, então achei estranho
>enquanto cumpria minha rotina matinal, notei que não tive que lutar pelo banheiro, como diariamente fazia com meus irmãos
>tudo estava silencioso em casa
>dei uma olhada na sala e vi que a porta da frente estava aberta
>mas, o portão de ferro que levava para a rua ainda estava fechada
>tudo estava silencioso
>olhei pra fora e vi as mesmas pessoas que tinha visto na noite passada
>abri o portão e imediatamente seus rostos viraram em minha direção
>seus rostos mostravam olhares inexpressivos e suas bocas estavam levemente abertas
>nesse mesmo instante, senti algo agarrar meu tornozelo fortemente
>um desses seres estava tentando me agarrar
>dei um chute em seu peito e corri para dentro de casa, fechando o portão e a porta da sala
>passado o susto, me veio na cabeça o rosto daquela pessoa que me agarrou pelo tornozelo
>era meu irmão mais novo
>ainda perplexo, comecei a prestar atenção no noticiário
>a televisão anunciava uma doença desconhecida que estava se espalhando pela Argentina e Uruguai, atravessando para o sul do Brasil
>desliguei a tv e procurei algum parente dentro de casa, mas eu estava sozinho
>e assim começou minha solitária rotina
>as notícias continuaram por alguns dias antes de cessarem
>provavelmente os jornalistas mantiveram o mesmo erro estúpido de voltarem pra casa todas as noites
>a eletricidade ainda estava sendo distribuída, sinal de que haviam pessoas trabalhando na usina
>enquanto as notícias ainda eram transmitidas, eles os chamavam de zumbis
>eu achava que realmente eram zumbis, pois eles não faziam muita coisa
>apenas andavam pra um lado e para o outro, até suas pernas apodrecerem e eles caírem no chão
>depois, se arrastavam, até que literalmente se despedaçavam por completo
>um carro de polícia veio até a minha rua, mas o policial foi pego pelos zumbis
>eles tinham virado meu carro, então eu estava preso
>por quase uma semana, o cara no rádio falava que estavam caindo aos pedaços
>então tudo o que deveríamos fazer era esperar que se desintagrassem por completo
>passada uma semana, o radialista parou de dar notícias
>minha comida estava se esgotando e não havia árvores com frutas por perto
>consegui ir até uma lojinha que tem na esquina da minha rua, mas lá já está tomado por zumbis
>a rua fedia, era um odor insuportável de podre
>na última vez em que fui a loja, um deles quase me pegou
>abri o portão com tanta força que acabei quebrando o ferrolho
>agora o que me protege é apenas a porta da sala
>infelizmente, eles parecem saber que tem alguém aqui dentro de casa
>mesmo sem ter olhos, ouvidos ou nariz, eles conseguem sentir que tem alguém vivo aqui dentro
>então eles esperam... e eu estou enlouquecendo
>há 3 dias, avistei um rato na cozinha e armei uma ratoeira pra captura-lo
>por sorte consegui pegá-lo, pois foi meu jantar de hoje
>a água está acabando
>há uma semana, cortaram o abastecimento de água no meu bairro
>consegui encher algumas garrafas, mas já estão no fim
>notei que já perdi uns 4 kgs
>ah, que ótimo... agora as lâmpadas estão piscando
>realizo que chegou a vez da energia ser interrompida também
>já mencionei sobre o homem que fica o dia inteiro na minha varanda?
>coloquei o nome dele de José
>a perna direita dele apodreceu e caiu
>ele fica o dia inteiro sentado e cheirando ela
>estou ficando com muita fome e desesperado
>por outro lado, estou um pouco otimista por saber que você ainda está por aí, seja lá quem for
>a energia não poderia ter voltado se não houvesse pessoas trabalhando para restaurar a ordem
>hora de criar coragem e ir jogar essa mensagem no córrego
>por sorte você achará e poderá vir aqui me ajudar

GT's DE TERROR 10/10Onde histórias criam vida. Descubra agora