Memories- O Passado No Seu Futuro

6-Davi

Dica de música para ouvir:
Lukas Graham-7 years

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    Talvez isso que aconteceu com o Matheus que desencadeou a coisa mais séria que já aconteceu comigo, talvez foi toda a emoção de tudo misturado ao drama da minha mãe se mudando para Gramado,ou pelo meu pai. Provavelmente tudo isso junto.

    Alguns achariam frescura, outros uma doença para se internar em um manicômio. Nenhum nem outro, acredito eu.

"Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a depressão atinge até 13% dos adolescentes entre 10 e 19 anos de idade, sendo um dos principais distúrbios a incapacitar os jovens."

    Depois de muito estudo, descobri que o que eu tinha- Depressão traumática- não era um bicho de sete cabeças ou algo banal, descobri que não precisava ter vergonha e que  precisava de ajuda profissional.

    No começo, ninguém soube disso, nem meus amigos nem minha família, confesso que mesmo eu não sabia o que eu tinha, até reparar nos sintomas. Claro,perceberam que tinham algo de errado em meu comportamento que sempre foi alegre, mas eu dizia que era bobeira ou que não era nada.

    Um psicólogo não é o que todos pensam- e o que eu pensava-que me julgaria, ir em um me apavorava. Mas é apenas uma conversa com um amigo mais velho, que te entende ou procura entender,que te ajuda a superar, e foi isso que a minha fez comigo. Camila era o nome dela, um amor de pessoa, graças a ela me recuperei com bastante esforço e voltei a ver o mundo colorido. Claro, procurei ajuda com o empurrãozinho de tia Sílvia, que gostou da ideia de imediato.

    Ela não foi a única a saber da minha situação. Nessa época, eu também vivia em pé de guerra com Fernando, brigávamos sem parar, ele me falava coisas sem pensar e não sabia o quanto me fería. Qual é? Nessa época eu era insegura, com meu corpo, com meu rosto, com minha personalidade e tudo o que você imaginar. Brigávamos e nos engalfinhávamos, o normal de primos e irmãos, a diferença era que aquilo me deprimia.

    Em um desses dias, depois de uma dessas brigas, ele me pegou chorando no meu quarto, chorando muito, não era pouco, aquilo o comoveu,ele veio correndo me abraçar e desde então nossa relação tem sido ótima, nos alfinetamos como quaisquer primos e irmãos comuns, mas não tanto quanto antes. Foi nesse momento em que ele ficou sabendo que eu sofria de depressão, e para meu enorme agradecimento, guardou esse segredo.

    Falando assim,parece um filme de terror assustador, mas não é nada menos nada mais que a realidade de vários jovens e adolescentes por aí, Camila me contava que recebia muitos com esse mesmo problema-o que me tranquilizou, saber que eu não era a única- é que poderia ter várias causas.

    Além dos meus problemas familiares e amorosos, eu tinha problemas na área da amizade também. Nessa época, eu tive um amigo, um amigo que você batia no peito e falava "esse daí é meu amigO". Davi era o nome dele.Pena que essa história não teve um final tão legal assim, o pior de tudo, foi que ele começou a ser amigo da Maya, os dois ficaram bem íntimos, e quando aconteceu, eu e ele nem estávamos tão próximos quanto antes. Lembro que foi em uma quarta-feira chuvosa que recebi a notícia de que a mãe dele faleceu no parto de seu irmão mais novo. Com tamanha tristeza, se mudaram para o Rio de Janeiro, sua terra natal, com um bebê parecidíssimo com Davi, cabelos pretos como carvão cacheados e o tipo de cor de pele que quando corre cinco minutos já parece uma pimenta. Foi uma partida triste, de cortar o coração, aos poucos fomos perdendo o contato, mas jamais esquecerei dele.

No começo desse ano, comecei a ter crises que nunca tive antes e que vieram sem nenhum motivo aparente.

Em meio aos meus pensamentos e lembranças, ouço a porta se abrir com um estrondo e aquelas duas doida que chamo de amigas arfando entram e vêm até mim.

    -Soube que aquela-pessoa-que-não-vamos-nomear está de volta, já o vi, você está bem, Lena?- Maya pergunta cuidadosa se agaixando ficando menor que eu.

    Dou um longo suspiro e respondo:

    -Pareço tão perturbada assim?

    -N...- Maya começa mas é interrompida por Rebecca.

    -Parece.

    Rio fracamente.

    -Agora é sério Lena, eu devia ter te contado antes, mas sabia que não reagiria bem, não quis te fazer sofrer antes então achei melhor descobrir sozinha! Desculpe!- A ruiva se explica e Maya intervém.

    -Não adianta fugir, vemos que você está mal, deve ser tremendamente difícil para você rever teu passado, mas olha, estamos aqui para o que precisar! Se quiser até podemos sair a tarde!-Ela diz tentando me animar.

    -Obrigada, de verdade, adoro vocês- Suspiro- Só espero não ter que vê-lo tanto assim.

    Vemos o professor de química na porta e Maya se despede com um "se cuida".

    Rebecca se senta atrás de mim e nosso professor entra já falando:

    -Bom dia alunos! Hoje vamos começar com uma atividade bem simples...

    Essa foi a maior ironia do meu dia! Como se hoje fosse um dia ótimo para mim, me diz, será que dá para piorar?

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Ooi gente! Capítulo com tamanho reduzido hoje, PORÉM com notícias meio chocantes.

O ponto é o seguinte pessoal, o problema da nossa Helena atinge milhares de jovens, adolescentes, adultos e velhos,NA VIDA REAL, a depressão é algo muito sério, NÃO é frescura como muitos pensam NÃO é uma doença altamente contagiosa e de se internar em um manicômio. Essas pessoas às vezes tem depressão por problemas diversos, traumas, perdas,emocional desequilibrado, e elas precisam do nosso APOIO e COMPREENSÃO não nosso JULGAMENTO! Muitos pensam com preconceito de que a ajuda de um profissional são para pessoas loucas psicóticas, e não é verdade, século XXI com pessoas de mente do XV, é completamente normal as pessoas irem em psicólogos a procura do equilíbrio emocional, não é culpa dessas pessoas terem depressão, elas não ESCOLHERAM ter, vamos entender e não complicar ainda mais❤.

Então é isso pessoal, esse foi o capítulo de hoje, espero que tenham gostado, votem, comentem o que acharam, vou adorar saber!
Até o próximo capítulo!Prometo que será maior!

Atenciosamente
A Autora