Capítulo XXVI

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VALORA POV

Eu ainda estava na enfermaria, sob os cuidados de Kavanagh, que até agora estava sendo uma das melhores pessoas que já conheci aqui. E eu só conheci ele. Eu estava ficando com medo, meus dias com a segurança dali eram contados, e eles estavam acabando. Dimitri prometeu me proteger, mas eu estava ficando receosa de que ele não conseguisse ou desistisse.

— Você espera por alguém, não? — perguntou, enquanto eu tomava um gole do chá de camomila que ele havia preparado.

— Sim — eu disse, um pouco triste. Eu queria que ele conseguisse.

— Bom, pelo seu bem, eu também espero que consigam — ele sorriu.

Nesta manhã, ele estava fazendo exames de sangue. Agora Klaus não de importava dos homens usarem camisinha, ele até foi a enfermaria para contar seus planos de me esterilizar, e caso eu pegasse alguma DST, o problema era meu. Kavanagh fazia os exames para que eu estivesse limpa, mas ele disse que se negaria a esterilização.

— Bom, agora é só esperar — ele disse, se sentando na cadeira ao meu lado. — Você pode dormir, ou posso arranjar um filme para você.

— Um filme — eu pedi. Eu gostava de sua companhia. — Goodfellas, por favor.

Kavanagh sorriu, e ligou a televisão. Ficamos olhando o filme por quase duas horas, devido ao tempo de irmos ao banheiro e ele foi procurar pipoca.

Quando terminamos, Kavanagh voltou-se para o meu exame de sangue, fazendo sabe-se lá o que se faz num exame de sangue.

— Bem, Valora, isso não era realmente o que eu esperava — ele disse, olhando os resultados.

— Pelo amor de Deus, diga que não é HIV — falei, escondendo o rosto.

— Não, querida, relaxe — explicou, dando um sorriso. — Você está grávida.

— O quê?! — eu congelei.

Sob nenhuma circunstância eu teria o filho de algum daqueles homens.

— Mas relaxe, não tem como ser de algum deles aqui — ele disse. — Você engravidou antes de chegar aqui.

Naquele momento eu quis aquele filho. Não era de Klaus, Aaron ou algum daqueles monstros. Revivendo as memórias com Dimitri, me dei conta que nunca usamos proteção. Aquela criança era dele, e eu a teria.

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DIMITRI POV

Sophie chorava, enquanto a levávamos até o prédio cinzento e mal cuidado onde Valora estava. Eu queria dar um tiro nela, eu não estava aguentando seu choro, nem Matvey. Ela havia desenhado as entradas, e ela sabia que se fosse uma sem saída, cortaríamos sua garganta e deixaríamos sangrando ali.

Valora estava em Moscou, e levamos algumas horas até chegarmos até ali. Eu não queria demorar nenhum minuto mais para tirá-la de lá.

— Borya, cuide da retaguarda, Sophie, você irá nos levar até lá — eu disse, com o cano da arma em seu pescoço.

Sophie foi andando com as pernas bambas pela, quando chegamos perto da porta de entrada, Matvey e Harry cuidaram dos dois seguranças que ali tinham. Sophie chorou mais, sabendo que sua morte não seria tão rápida quanto a deles.

Velvet Crowbar #1 | ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora