Cap. 8 - Incômodos

15 0 1
                                    

Mel chega em casa, e sua reação foi de surpresa ao ver o Júlio comigo assistindo no sofá. Ela abre a porta e fica alguns instantes parada, sem saber se entra, ou da meia volta.

-Boa noite Melissa. -fala meu namorado.
-Boa noite. Tudo bem Júlio?
-Sim e com você? -ele responde.
-Tô ótima.
-Achei que fosse demorar mais um pouco, já que sempre que vais assistir com o Caio, passas a vida lá. -não quis ser indiscreta, apenas fiquei surpresa com a chegada dela também.
-É, só que houve uns imprevistos, resolvi voltar. -ela responde sem graça.
-Senta com a gente, vamos assistir um filme. -Júlio afirma.

Qualquer outra mulher ficaria enciumada com a atitude dele, mas parecia apenas que ele queria se enturmar com minha amiga.

-Acho melhor não atrapalhar, fiquem a vontade. -ela responde, sem querer interromper o clima.
-Não Mel, fica. -lanço um sorriso de cumplicidade a ela.
-Não tô bem, vou pro meu quarto.- suas palavras vem acompanhada de um olhar de "preciso de você".

-Julinho, vou lá ver o que houve, já venho.

-Mel- falo enquanto empurro a porta do quarto dela.

Ela estava sentada na cama, e dá um meio sorriso.

-Que foi?
-O idiota do Victor tava lá. -ela fala.
-Mas você não sabia disso?
-Sim, mas... -ela fica com o olhar cabisbaixo. -eu não achei que ele fosse fazer isso.
-O quê? Tá me assustando Mel.

-Caramba Bia, ele é um completo idiota, acredita que ele disse que me ama?

-Sério? Então quer dizer que foi isso? Você deveria tá feliz não? -tento anima-la com a possibilidade de um novo amor.

-NÃO! Ele tem namorada, e mesmo assim fica me provocando, brincando comigo, ele perguntou se eu era um robô! -Mel parecia perdida em sua palavras. -Bia, você sabe o quanto eu levo a sério um eu te amo, e ele banalizou isso.

-Calma tá. Não é pra tanto.
-Bia... Como ele pode? Não é possível amar alguém ao qual não conhece. Ele me viu o quê? Cinco vezes no máximo.
-Você tá de tpm? Porque é comum os caras falarem isso pra uma conquista. Você tá dando tanta importância. Céus é pior! Você gosta dele.

Ela aparenta chocada com minha perspectiva, parecia que eu tinha descoberto primeiro que ela, e só agora ela se dava conta do que sentia. Seus olhos lagrimejaram, e ela soltou:

-Não posso.
-Quer ficar só? -pergunto, pensando que seria bom ela refletir.
-Por favor.

-Ela está bem? -Julio pergunta quando volto pra sala.
-Ela vai ficar.

*
*

-Mel vamos fazer um lanche, vem. -chamo minha amiga em busca de anima-la. - você faz companhia ao Júlio, enquanto eu preparo?

-Sim.

Ao voltar para a sala o Julio está sentado ao lado da Mel conversando algo, que da cozinha não tinha ouvido, ela fica sem graça ao meu ver.

-Vamos gente, aproveitar enquanto o café tá quente. -os chamo.

Comemos e percebo Júlio e Mel, trocando olhares e sorrisos.
Júlio vai embora, apenas eu e ela em casa.

-Tá melhor?-pergunto.
-Sim, mais calma. Pensei um pouco no que você falou.
-E?
-Não tô afim de sofrer.
-Entendo. -dou uma pausa sem saber se era o momento certo.- Mel, o Júlio?
-Que foi? -ela estranha minha frase.
-Ele... Quer dizer tá tudo bem? -pergunto a ela.
-Você tá falando das regras? -ela fala.
-Quê? - "regras?" imaginei, até me lembrar, do fato de não trazermos namorados pra cá.

-Você trouxe seu namorado aqui, é isso?
-É. -fiquei com vergonha e acabei assentindo.
-Tá, ele só não vai começar a dormir aqui né?
-Não! Pode ficar tranquila. Ele não deu em cima de você né?

Subversivo - AUEAOnde histórias criam vida. Descubra agora