Cap. 7 Visitas

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Após um dia não tão bom, tenho a surpresa do Cris chegar em minha casa, o que dessa vez não me incomoda, apesar de sempre preferir que ele me avisasse quando viesse aqui, seu rosto naquela hora me alegrava. Meu cabelo solto, jogo de lado ao me vê-lo, eu estava deitada, e nem um pouco preparada para encontrar com ninguém.

-Oi Cris, eu não te esperava.
-Eu sei. Só que eu terminei o que eu estava fazendo e resolvi trazer pra te entregar.
-Me entregar?
-Sim.
-Eu tinha te encomendado algo?- fico um pouco sem graça, pois não me lembrava se tinha.
-Sim e não. Eu mesmo selecionei e fiz questão em terminar, espero que goste.

Em uma das suas mãos havia uma embalagem dourada, o que me anelou, em te-las em minhas mãos.

-Senta. -ele me entrega a embalagem. -O que será?
-Abre.

Puxo devagar a caixa que estava dentro da embalagem. Seu peso me fez ter cuidado, poderia ser algo frágil. Uma caixa preta é retirada, ponho-a em meu colo e nela nada de revelador, Cris me olha com ansiedade, pronto para capturar em sua memória minha reação.

-Abre.- ele repete, para que eu agilize o que estava fazendo.

-Nossa parece que você está mais curioso que eu. Não sabe o que tem aqui dentro?

Abro a caixa e dentro um livro grande, com capa de camurça azul. Mas sabia bem que não era um livro qualquer. Era um book fotográfico. Era meu book. As fotos que ele havia tirado de mim no dia do ensaio lúdico, e outras que ele tirara quando eu estava disposta, todas ali.

-Uau. Tá... lindo. Não sei nem como te pagar isso.

Folhei as páginas boquiaberta, não acreditava que ele tinha tido todo aquele trabalho, por mim.

-Esse brilho em teus olhos, basta.

A emoção em mim era tamanha.

- Eu que não sei o que falar.
-Essa última, lembra? - ele move as folhas do álbum- É minha preferida.

Era uma foto minha e dele, que eu tinha tirado.

-Nunca tinha visto o resultado dessas fotos. É meu?
-Sim. -ele me responde.
-Posso te abraçar.
-Sempre.

Nossos olhos se encontram, e surgiria ali uma reconciliação, se ele não virasse o rosto evitando me encarar.

-Mel, eu... eu tô num lance com a Bárbara.
-Vocês estão juntos?
-Sim, acho que tá na hora de tentar.
-Entendo. Saiba que eu desejo que você seja muito feliz e que de coração, dê certo. Só não passe a me ignorar, se não...
-Relaxa, ela não é tão paranoica, entre nós vai ser sempre igual.
-Te adoro.
-Te amo. -Encosto minha cabeça em seu ombro e ele me abraça.
-Vamos parar que isso não é uma despedida né!? -falo pra ele torcendo que não.
-Não. -ele me responde.- Mel, tá na minha hora.
-Já?
-Eu marquei com a Barbara.
-Mais uma vez obrigada por tudo.
-Você merece minha pequena. Ah.. eu já ia esquecendo, achei essa em meus arquivos, certeza que você gostaria de te-la também.

Ele retira do bolso uma pequena foto, era uma foto minha com meu irmãozinho, tirada na última visita que ele me fez, o Cris tinha nos levado para tomar sorvete. Cris se despede beijando minha testa. A saudade da minha família me preenche.

Deito no sofá admirando aquela foto. E Bia chega abrindo a porta, acompanhada.

-Mel.-Bia me chama.
-Hãm Bia, eu não sabia que você ia trazer visita, vou pro meu quarto para deixa-los a vontade.
-Não se incomode. -falou o moço que a acompanhava, ele era moreno, forte, vistoso, o que me fez ficar ainda mais sem jeito.
-Não precisa.-fala a Bia.- Encontrei o Cris saindo daqui, hum, isso significa algo?
-Não. Só que meu book está completo. -falo o erguendo.
-Aah, deixa eu ver. -ela realmente demonstra empolgação.
-Acho melhor depois. - aceno com a cabeça em direção o rapaz que estava ali ainda em pé, e ela sorri.
-Sim, claro, deixe me apresentar. Mel, esse é o Julio César, ele trabalha perto da empresa, e Julio essa é Mel, minha melhor amiga.

Subversivo - AUEAOnde histórias criam vida. Descubra agora