Cap. 9 - La Gran Noche

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Por mais que tente, não tinha como não ficar nervosa, Caio me encontraria na festa, já que chegaria mais tarde, Bia saiu com o Júlio, ou seja eu enfrentaria o início da festa sem companhias.

Essencialmente nesta noite, o vestido vermelho se ajustava perfeitamente a meu corpo, e com isso podia sentir até minha personalidade se encaixar com a ocasião. Fiz uma maquiagem bem caprichada, no cabelo nada de complicado apenas uns cachos nas pontas que tinha preparado anteriormente na cabeleireira do bairro, ponho o salto e pronto. Incrível como aquilo tudo aumentava minha auto confiança e fazia me sentir poderosa.

Aguardo o motorista chegar para me buscar, percebo que ainda falta pequenos detalhes a serem retocados, brinco, perfume e bolsa para guardar o celular, o vestido era tão perfeito que não precisava de muito acompanhamentos, foi apenas o tempo de resolver isso, ele chegou. Era um homem alto, magro, moreno, não como imaginei que seria, ele me tratava como uma dondoca, mas até que era simpático, e ajudou me a entrar no carro, não que eu precisasse de ajuda, mas ele estava muito prestativo, imagino que mais do que o normal. A neblina fina caia sobre cidade.

Algumas quadras do meu prédio o carro derrapa, e passa a desequilibrar, ele desce para checar o que houve, o pneu traseiro da direita tinha furado e não dava para prosseguir sem a troca.

-Senhorita Melissa, o pneu furado foi justo o do seu lado, poderia sentar no banco da frente para que eu possa realizar a troca?
-Sim, quer que eu desça do carro?
-Não é preciso, em instantes seguiremos o rumo.

Ele tenta retirar do porta malas o estepe, mas era perceptível que ele não sabia como trocar o pneu, ainda mais pelo fato de mal consegui com o peso dele.

-Quer ajuda?- pergunto pela janela da porta, ao rapaz, que fica constrangido com minha reação.
-Não é preciso. -ele insistia.
-Vou descer então, assim fica facilita para ti.
-Obrigado.

Fico recuada abaixo do para peito de um prédio, afim de me esconder da chuva, ele tem dificuldades em posicionar o macaco na verdade o braço dele para levantar o veículo,  pois não encaixava corretamente e sempre que colocava força no ferro ele saia da posição.

-Qual seu nome mesmo? -grito eu.

-Carlos. -ele diz se aproximando de mim. -se não conseguir, ligo para o Victor e ele vem busca-la, ele pediu para que o avisasse caso ocorre se imprevistos. -Não quis imaginar a possibilidade de Victor ter que me buscar, ainda mais depois de refletir sobre o que a Bia me falou, em está gostando dele, por isso insistir.

-Carlos, deixe me ajuda-lo, não contarei a ninguém.

Ele assentiu com a cabeça, entretanto antes retirou o paletó e pois sobre minha cabeça, impedindo que meu penteado fosse estragado, coloquei o braço do macaco em posicionamento adequado, mas ainda assim faltava-lhe força.

-Você já fez isso alguma vez? -pergunto a ele que já estava molhado com a neblina.
-Não, sempre levo ao borracheiro. -ele confidencia.
-Por aqui perto não tem, e a essa hora, não acha!

Não sei como, mas isso deu ânimo ao rapaz que conseguiu levantar o carro. Talvez temesse por não realizar sua tarefa em serviço. Agora desrosqueava os parafusos do pneu para a retirada, suas forças pareciam esgotadas, vencidas por um macaco de ferro e agora sem elas para manusear a chave de rodas.

-Suba.
-O quê? -ele pergunta confuso.
-Suba, e faça força com seu peso, funciona.

Assim ele fez e facilitou a retirada do pneu furado, o ajudei segurando o estepe enquanto ele novamente colocava os parafusos no lugar e apertava, a chuva aumenta e meu vestido passa a colar no corpo. Após a troca corremos pra dentro do carro.

Subversivo - AUEAOnde histórias criam vida. Descubra agora