Capítulo 14

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Flores...

Ah, as flores...

Elas sempre estão presentes em algum momento de nossas vidas, sendo elas quando ganhamos uma rosa do primeiro amor, ou quando morremos.

Provavelmente as pessoas já leram algo dizendo que nem todas as rosas são vermelhas.

Todos nós passaremos por essa frase, infelizmente.

Naquela manhã eu tinha recebido uma rosa de meu namorado. Ela, de fato, era a mais bela entre todas as outras que ganhei (mesmo sendo poucas). Foi um momento tão romântico e único, que me fez acreditar poder ter o melhor dia, impossível de ficar ruim em qualquer momento.

Era o nosso último dia na praia. Passamos 6 dias cheios de amor e atenção (os professores estavam em greve). Confesso que fiquei extremamente triste ao perceber que estava acabando e não poderia ser um momento infinito.

Sim, eu estava errada em pensar que meu dia não iria ficar ruim em momento algum.

Esses dias eu fiquei mais amiga da Larissa, uma garota​ (a cacheada mais simpática que conheço). Ela é amiga de Eddie, então foi mais fácil ter afinidade com ela.

Estávamos a caminho de casa. 30 a 40 minutos de estrada.

A janela ao meu lado do carro, o vento leve soprando e o pequeno pôr do sol que surgia me fez refletir sobre o meu relacionamento com Dean e se era isso mesmo que eu queria para a vida.

É claro e óbvio que sempre imagino minha vida ao lado dele, casando, tendo dois ou três filhos, uma casa gigante, cachorros, gatos...

Mas, e se, por um acaso do destino, tudo isso não se passasse de uma simples imaginação e ilusão de uma pessoa com meros dezoito anos nas costas?

Eu não penso só "rosas vermelhas". Eu penso "rosas pretas" também. Tenho minhas paranóias desde sempre.

- Bia? - Dean chamou. - Tá aí? - ele sorriu e em seguida voltou a prestar atenção no volante.

- Sim. - respondi. - O que foi?

Ele me olhou rapidamente. Sua expressão ficou séria.

- Nada. - arqueou as sobrancelhas. - Só queria perguntar se gostaria de comer um lanche.

- Se você quiser. - dei um meio sorriso. - Tá tudo bem?

- Eu que pergunto. - deu uma pausa e respirou fundo. - Da praia até aqui você estava com a cara fechada.

- Pensamentos distantes. - fui direta. - Você me conhece, sabe que começo a imaginar situações, refletir e bla bla bla. - conclui.

Paramos no posto de gasolina que tinha um McDonalds.

Assim que estacionou o carro, Dean me observou e olhou fixamente nos meus olhos. Ele provavelmente percebeu que eu estava refletindo sobre nosso namoro. Parecia procurar respostas, mas, sem sucesso, deu um sorriso murcho e abriu a porta do carro.

Fiz o mesmo e caminhamos lado a lado para a lanchonete.

Pedimos o sanduíche e sentamos na mesa ao lado de uma janela grande.

O sono estava me consumindo.

- Você me ama? - saiu da minha boca quase que sem querer. Não costumava fazer essas perguntas, até porque eu me “garantia”.

Dessa vez, nessa única vez em toda a minha vida, percebi a confusão que formara em minha mente, pois já não sabia se o amava de fato ou se apenas estava usando isso como desculpa para tê-lo em meus braços cheios de medo. Medo de ficar só.

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