Capítulo 17

48 2 0
                                    

Era óbvio que eu não nasci para isso.

Estava claro e estampado na minha face que, eu, Beatriz, definitivamente não deveria e nem serviria para ser mãe.

Quem em sã consciência e em seus plenos dezoito anos consegue dar conta de ter um filho? Alguém muito pleno e que sabe o que está fazendo porque planejou tudo antes, e eu tenho certeza absoluta que não sou essa pessoa.

Aliás, minha vida vai se resumir em ir para faculdade, voltar cansada e ter que preparar a janta para minha família?! Sim, família, pois agora eu moraria com meu namorado e meu filho.

Ou filha.

Cade a vida de adulta e universitária que sonhei em ter? Aquela do tipo que posso sair de noite para as baladas de vida e voltar de manhã completamente bêbada.

Ir em festas de amigos? Sociais?

Tem que rir para não chorar, mesmo.

Chorar? Sim, o choro!

Tinha até me esquecido que quando tiver essa criança, vou ter de acordar de madrugada para dar de mamar ou seja lá o que ele queira.

Pois é, infelizmente não nasci vidente e portanto não será possível saber o que esse neném vai querer, então provavelmente vou demorar para pegar o jeito.

Ah, o Dean. Sinto muito por ele também.

Fizemos o que fizemos sem proteção e agora teremos que arcar com as consequências como adultos, certo?

Errado.

Eu não tenho todo esse emocional forte.

Eu não vou conseguir ter um filho.

Meu namorado também está abalado, mas, ao contrário de mim, aceita bem o que virá e me dá todo o apoio que preciso ter.

Ele diz que é obrigação como pai ter que cuidar do filho e que não é para agradece-lo de nada.

Eu estava deitada numa cama de hospital. Médicos estavam em minha volta.

Tinha se passado exatos nove meses da festa de Eddie. Ela já tinha tido o seu bebê.

Sinto que com o único pingo de humor que me resta, ficarei triste por saber e perceber que meu filho ou filha será ariano. Que ótimo.

Mas tudo bem. Tudo correrá bem. Vou amar essa criança de qualquer jeito, afinal ela é uma parte de mim e do meu amor com Dean, literalmente.

Preferi não ver o sexo do bebê antes do nascimento, pois queria ter um suspense na hora.

Sorri com meu pensamento e, ali, na noite de vinte e três de março do ano de dois mil e sete, eu estava entrando em trabalho de parto.

Alguns (muitos) minutos depois, mesmo com o medicamento me dando sono, dava para perceber que havia se passado aparentemente horas, e, ainda com o efeito da anestesia, pedi para ver o bebê.

Dean estava chorando com o neném em seu colo.

- É menina. - sorriu e a me entregou.

Ela era linda. Especial.

Meu bebê.

Acariciei sua testa delicadamente, com movimentos leves, como se pudesse machucá-la a qualquer momento.

- É o melhor dia da minha vida. - falei ao olhar para Dean.

- Já sabe um nome? - perguntou.

- Queria Hermione Granger​, porém ela seria descoberta no mundo dos trouxas que é uma bruxa. - sorri ao concluir com a voz ainda debilitada.

Ele riu.

- Eu estava pensando em um nome, mas não sei se vai gostar... - Dean se aproximou ainda mais.

- Fala. - sorri e olhei em seus olhos.

- Lembra da nossa viagem? - começou a me observar e eu concordei com a cabeça. - Lembra daquela noite em que tirou foto? - assenti novamente. - A partir daquele dia comecei a observar mais a Lua, me lembrando sempre de nosso romance.

Vi seus olhos brilharem quando percebeu que eu havia entendido. Não paravamos de sorrir.

- Lua. - olhamos para o pequeno bebê em meus braços quando falei. 

- Lua. - Dean pronunciou o nome e me deu um rápido beijo.

Nos encaramos e, em silêncio, escorreram lágrimas de nossos olhos. Era emocionante o fato de termos um bebê.

De termos uma filha.

De termos a Lua.

Fim?

•••
Oe, gostaram do livro? Se sim, deixem seu voto e comentem alguma sugestão haha ❤ quem sabe não está por vir uma continuação... Me sigam e saberão 💜 (rimou kkjjk)

Um Romance DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora