Capítulo 8

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Beatriz

1 mês depois do acidente.

Sabe, eu não acho que o acidente me fez ficar triste.

Eu recebi muita atenção sim, mas sou leonina e eu realmente amo ser o centro das atenções. Fui tratada como um bebê pela minha mãe, e como um peso morto pelos meus amigos, mas tudo bem.

Eddie só queria sair, ir para festas. Gavin estava muito apaixonado por Eddie, então tudo que ela fazia ele fazia também.

Vocês querem que eu fale sobre o Dean?

Ah... O Dean...

Brincadeira. Não estamos tendo nada (sim, nem contato).

Eu pude perceber durante todo esse processo de "seca" que se não houver reciprocidade, não existe relacionamento. E, como sempre, eu aprendi isso da maneira errada, com o cara errado.

Dean só me visitou nos primeiros dias da primeira semana que fiquei em casa. Meu corpo estava dolorido e cheio de cicatrizes.

Eu estava bem, agora.

Eu estava bem, sem ele.

Douglas viria para cá hoje, então combinamos que a tarde seria só para brincar.

Eu sei que não deveria, pois, querendo ou não eu ainda estou me recuperando.

Porém ninguém resiste um garoto de 7 anos, não é mesmo?

***
Eu estava na sala com o Douglas. Minha mãe estava fora.

A campainha tocou.

Me levantei pensando que fosse minha mãe, até porque ela havia saído a pouco tempo e era provável voltar por ter esquecido as chaves. Parece ser clichê, mas garanto que você pensaria a mesma coisa.

Assim que abri a porta, me deparei com quem eu menos queria que fosse.

Sim, era o Dean.

Meu coração começou a bater forte, porém dessa vez eu sabia que ele estava batendo assim não só por amor, e sim por medo. Medo de perder ele.

Ele sorriu ao me ver.

- Oi. - falou. - eu preciso conversar com você.

- Oi. - respondi.

- Quem é, Bia? - meu irmão gritou da sala.

Dean sorriu.

- Eu vou passar a tarde com o meu irmão, hoje. Podemos conversar mais tarde, se quiser... - falei com a intenção de que ele fosse embora.

Porém o mundo não conspira ao meu favor, e, quando eu quero alguma coisa, acontece exatamente o contrário.

Douglas estava ao meu lado assim que acabei a frase.

- Dean! - ele exclamou, pulando no colo dele.

- Doug! - eles tinham se conhecido no hospital. Doug se deu bem com o Dean, e, quando Dean vinha me visitar, eles não paravam de conversar juntos.

Depois de Douglas ter insistido que o Dean entrasse, lá estávamos nós, sentados no sofá e com o silêncio que chegava a ser vergonhoso.

— Você sabe o que a minha irmã fica fazendo todos esses dias? - Doug quebrou o silêncio fazendo uma pergunta para Dean.

- Não. - ele sorriu. - O quê?

- Um mapa para encontrar o astral. - Doug falou animado.

Eu e Dean rimos.

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