Os Crononautas

Prefácio

[...] Mesmo as pessoas que dizem que tudo está predeterminado e que não podemos fazer nada para mudá-lo, olham para os dois lados antes de atravessar a rua.

Stephen Hawking¹

Quando Maurício convidou-me para escrever este prefácio, fiquei animada com o pedido. Uma antologia de viagens no tempo só poderia ser coisa boa! Conforme lia os contos, mais ansiosa ficava pelo próximo, especialmente após ver referências tão bem pensadas, como nossa série preferida, que completou 10 anos em 2014. O interessante título vem do Deus do Tempo, Cronos, e "nauta", de navegantes. Na obra Argonáutica, Apolônio de Rodes, poeta da Grécia antiga, coloca os navegantes indo para Argos, daí o nome Argonautas.

Viagem no tempo é um tema interessante, ainda mais para os fãs de ficção científica. Muitos dos meus filmes e séries preferidos, como Star Trek e Doctor Who, despertaram a imaginação sobre como seria ir para o passado ou para o futuro, o que eu faria, quem visitaria... talvez tentar mudar algo. A antologia Crononautas, em seus diversos contos, sempre traz algo mais, um assunto reflexivo para o ser humano a partir das viagens, e aí estão as grandes aventuras. Temas como vida e morte, ambição, legado, a passagem do tempo em si e espiritualidade trazem histórias fantásticas e emocionantes, que nos fazem pensar ao final de cada conto.

Além disso, é possível aguçar a imaginação com uma Belém futurística, robôs e outras máquinas, ao mesmo tempo em que há espaço para um bar, algumas bebidas e uma música cheia de lembranças. O futuro do planeta Terra também é discutido, tema esse que nunca está fora de moda ou, melhor dizendo, é um tema atemporal. Em outros momentos, a crença dos personagens e, é claro, do próprio leitor serão postas em xeque, como no conto Chapeleiro.

Caro leitor, você está prestes a embarcar em ótimas aventuras pelo mundo da física e também da filosofia. Prepare-se para encontrar referências que tirarão um sorriso do rosto e, principalmente, prepare-se para se surpreender. Os pequenos contos tornam-se, ao final, épicos. Boa leitura e divirta-se!

Jaqueline T. Pigatto

¹Buracos Negros, Universos Bebês e Outros Ensaios, 1993.