Epílogo

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Bom gente, chegamos ao fim.

Esse foi o primeiro capítulo que escrevi, eu sei que é meio estranho mas foi isso. Desde a primeira palavra até a última dessa fic eu digitei já sabendo o final de tudo. Esse capítulo foi mais longe do que os outros, quase 3 vezes maior. Enfim...

Chorei igual uma criança porque sou sensível haushauahau.

Falei que não voltaria, mas preciso indicar a música do capítulo:

Saturn - Do Sleep At Last

Escutem ela no capítulo todo e chorem comigo.

Vamos lá então.

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Deserto da Patagônia, Argentina, Ano de 2067.

Narrador's Point of view

Com seus quase oitenta anos, Camila pediu para sua médica que a levasse em um lugar especial, um lugar onde ela não havia pisado pelos últimos quase 50 anos.

Seus olhos brilharam ao enxergar o céu tão estrelado. Ela sorriu involuntariamente. Pediu ajuda a sua médica particular, que não mediu esforços em colocar a velhinha tão teimosa no chão. A mulher, apesar de já quase cinquentão, o fez, tirando Camila da cadeira de rodas e a deitando no gramado perfeitamente aparado da região. Camila inalou profundamente o cheiro de tudo por ali.

- A senhora não deveria... - A médica começou, porém Camila, com sua teimosia de sempre, a cortou.

- Foi nesse lugar onde minha vida realmen..nte começou, minha querida. - Camila falou com dificuldade para respirar. - E é aqui... que eu quero que ela acabe.

- Mas mamãe...

- Não ouse desobecer a sua velha mãe. - Falou com dificuldade. - Karla Michelle...

Flash back ON

"Eu não estou, okay?" Camila respondeu gritando de raiva.

"Você está vomitando há dias, qualquer cheiro a mais te faz passar mal. Comprei o teste, vá fazer agora!" Dinah impôs séria.

"Isso se chama tristeza e não gravidez. Fiz o teste com ela e deu negativo."

"Vocês fizeram o teste com dois dias. Era muito cedo, preciso que me confirme isso, Camila. É sério."

"Não, Dinah. Eu não posso estar grávida." Falou iniciando seu choro tão comum ultimamente. "Deus não faria isso comigo." Sussurrou.

"Isso seria um presente, Walz e não uma maldição." Dinah falou se sentindo mal por ver o estado da amiga.

"Ela me deixou, Dinah. Ela disse que nunca faria isso e fez. Eu não posso fazer isso. Ela está morta, Dinah. Morta." Camila gritou chorando. Seu coração se esmagando dentro de seu peito. Trazia consigo olheiras que indicavam noites mal dormidas. A morte de Lauren a deixou desolada.

"Camila, pare com isso. Olha o que está fazendo com sua vida. Ela não deu a vida dela para que você ficasse desse jeito, ela queria que você fosse feliz."

"E como eu vou ser feliz? O amor da minha vida está morta e eu jamais poderei vê-la outra vez." Gritou novamente.

"Seu corpo está morto, sua alma não." Dinah insistiu.

"E você acha que eu não sei?" Camila perguntou completamente irritada. "Todos os dias eu acordo e ainda sinto o perfume dela aqui comigo. Todos os dias eu abro os meus olhos e me deparo com a minha cama, a cama que também era dela, vazia. Às vezes escuto sua risada ecoar pela casa mas sei que é apenas meus cérebro tentando manter sua imagem próxima de mim. Eu sonho que estou com ela e em sonho ainda a sinto tocar meus lábios e acordo soluçando no meio das madrugadas sabendo que ela nunca mais irá voltar." Se existia dor pior, Camila desconhecia. "Então não se atreva a achar que entende melhor do que eu sobre algo relacionado com Lauren porque não, Dinah, você não entende." Camila falou em meio ao choro e desabou no final do discurso, levando sua mão ao rosto e caindo de joelhos no chão.

The Betelgeuse [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora