Chapter Ten

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Alô alô galerinha que veio ler essa fic por Secret Love story, estão aí? Não? Aaah eu sei que sim hausuau, eu vejo os votos e os comentários, só quero agradecer por estarem acompanhando aqui também.

Caso você não tenha lido Secret Love Story eu agradeço mesmo assim por estar acompanhando.

Ao que interessa? Yeees.

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Ushuaia, Argentina, Ano de 2017.

Camila's Point Of View

Acordei com a respiração de Lauren alterada sobre mim. Abri meus olhos e vi que já estava claro lá fora. Lauren estava com medo da chuva outra vez.

"Heey." Falei, percebendo minha voz rouca devido ao fato de ter acordado recentemente. "Está tudo bem, Laur. A chuva não machuca. Nos molhamos um pouco ontem e você viu que não doeu." Eu disse calmamente.

"Mas e os trovões?" Perguntou assustada.

"São apenas barulhos, não lhe farão mal." Eu poderia falar que raios já mataram várias pessoas, eletrocutaram outras tantas, mas não fazia sentido eu lhe dizer esse pequeno detalhe, afinal de contas, eu tentava acalmá-la e não traumatizá-la de vez.

"Vou tentar não te acordar mais com meus medos." Falou ainda abraçada comigo.

"Enquanto sentir medo, pode me acordar sem problema nenhum, o que eu quero que faça é tentar parar de sentir medo. Tenta ver que o trovão não faz mal, tá bom?" Falei e ela assentiu.

"Camz?" Chamou se desvencilhando de mim.

"Sim?" Falei bocejando.

"Estou com fome." Assumiu e sorri. Ela sempre reclamava do gosto da comida daqui e dizia ser difícil se acostumar com a comida dos "terráqueos". Para ela dizer isso foi um grande avanço.

"Vou preparar nosso café da manhã, okay?" Falei me levantando. "Vá tomar um banho enquanto preparo tudo." Ela assentiu e assim que cheguei na porta ela me chamou. Apenas a olhei esperando por ela dizer do que se tratava.

"Podemos comer panquecas?" Perguntou e sorri novamente.

"Então está assumindo que minhas panquecas são boas?" Brinquei, sorrindo com a língua entre os dentes.

"Todas as comidas daqui são ruins, mas suas panquecas são uma das coisas menos ruins que já comi por aqui." Falou rindo.

"Vou encarar com um elogio, eu acho." Falei mandando uma piscadela para ela antes de fechar a porta do quarto e ir para a cozinha.

Minha casa era pequena mesmo, admito. Tinha um andar em cima, porém estava em reforma e bom, até que para uma casa pequena, ter Lauren morando aqui não pareceu atrapalhar em nada, muito pelo contrário, eu amava a sensação de ter ela por perto. Seu perfume impregnado por todos os lados era algo gratificante no fim do dia.

Preparei nosso café da manhã e abri a porta do quarto para ver se Lauren já havia saído do banho. Ela estava apenas com uma lingerie preta de renda na parte de baixo e com os cabelos molhados sobre os ombros, ela não pareceu me ver, estava concentrada procurando alguma roupa. Corei com a cena, porém não consegui desviar meus olhos dela. Suas curvas eram estonteantes e o cheiro de seu condicionador por todo o quarto era inconfundível. Por alguns segundos esqueci como se respirava. Pisquei várias vezes tentando voltar para o mundo real. Eu não via graça em ver uma mulher pelada, só em situações mais quentes, porém Lauren era perfeita demais para não ser admirada.

Mordi os lábios quando ela jogou os cabelos para o lado, tratando de secá-los na toalha e pude ver suas costas inteiramente nuas. Foi natural e ao mesmo tempo muito sexy. Chacoalhei a cabeça tratando de espantar pensamentos impuros. Foco Camila, foco.

Voltei a encostar a porta e esperei pacientemente até que ela saísse de lá de dentro para que eu pudesse avisá-la de que o café da manhã estava pronto.

Nos sentamos a mesa e comemos nossas panquecas. Ela exagerou na quantidade de mel, o que me fez rir, porém ela alegava ser mais gostoso assim. Conversamos sobre sua família e ela confessou estar morrendo de saudades deles.

"Meu pai te amaria, Camila." Ela falou animada e sorri imaginando.

"Se ele é tudo o que você diz que é então eu já o amo." Falei sincera, sorrindo e deixando um clima legal entre nós.

"Eu não vejo a hora de contar pra ele de você. Que fiz amigas aqui." Falou e escondi o desapontamento. Ela iria embora, eu sei. Mas eu não queria que fosse.

Terminamos de comer  em meio a risadas e brincadeiras bobas e fui lavar a louça, Lauren secou. Sim, ela aprendeu a fazer isso comigo.

A chamei para assistir um filme ela concordou. Escolhi qualquer filme aleatório e ela confessou que não sabia como funcionava a televisão. Dei risada e lhe mostrei. Ela disse que em seu planeta é tudo em holograma os filmes e afins.

Nos sentamos e trouxe uma coberta, sentei em um ponta do sofá e ela em outra. Uns 20 minutos do filme já haviam se passado e notei de soslaio que Lauren não olhava para a TV, senão para mim.

"O que foi?" Perguntei lhe encarando.

"Porque está tão longe?" Sua pergunta saiu natural, porém mesmo assim me surpreendi.

"Porque assim ambas podemos nos esticar." Expliquei.

"Oh." Foi tudo que falou, mas mesmo assim não tirava os olhos de mim. Fingi que não via e foquei na TV, o sono começou a me atacar e senti minhas pálpebras pesarem depois de um certo tempo. "Viu? Deveria estar aqui comigo." Sua voz saiu baixa e a olhei.

"Hãn?" Perguntei sonolenta.

"Vem aqui." Ela falou abrindo os braços e hesitei um pouco, até finalmente ela me puxar e eu me deitar entre suas pernas, com a cabeça em seu peito. "Não é só eu que posso ter o sono velado." Falou acariciando minhas costas. "Durma, quando acordar ainda estarei aqui." Sorri e assenti.

Era estranho, nos portávamos como um casal, porém não tinha nada além de proteção, carinho e respeito. Definitivamente era uma amizade. Ela estava tentando me retribuir o que eu fazia por ela, mas eu não fazia querendo nada em troca, além de seu bem estar.

Ela queria minha amizade, o problema era que meu cérebro e meu coração fantasiavam outra coisa. Infelizmente.

The Betelgeuse [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora