Chapter Twenty Nine

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Ushuaia, Argentina, Ano de 2017.

Camila's Point Of View

"Bom noite, senhorita. Desculpe a moléstia mas porque demorou para atender a porta?" Lauren me abraçou por trás e colocou a cabeça pra fora, ficando visível para eles.

"Bem, é madrugada e se supõe que as pessoas dormem a esse horário. Qual a urgência?" Perguntei fingindo bocejar.

"Quando chegamos, a casa não estava silenciosa, eram vocês?" Perguntou olhando para a marca visível no pescoço de Lauren.

"Não. Papai Noel que desceu pela chaminé enquanto dormíamos, fazendo barulho." Revirei os olhos. "É claro que eramos nós. O que deseja?"

"Detectamos que a nave foi ligada e precisávamos saber que a senhorita estaria mesmo aqui para não ser apontada como inimiga do estado."

"A nave foi ligada?" Fingi surpresa. Eu precisava fingir. O rapaz assentiu. "Pegaram ele? Descobriram onde ele estava? Estamos fora do perigo da presença dele?" Fingi de novo.

"A senhora discordava que ele podia ser uma ameaça se eu me lembro bem." Falou parecendo estar suspeitando.

"Eu discordava que ele deveria ser torturado, não que ele era uma ameaça." Contestei e ele ficou sem argumentos. Yes Camila.

"Okay. Desculpe Senhoritas. Tenham uma boa noite." Falou se retirando. Fechei a porta e finalmente soltei a respiração presa.

"Dinah, você nos salvou, obrigada." Falei correndo em sua direção e a abracei.

"Não foi difícil. Ally me falou das possibilidades e fiquei com medo, preferi vir pra cá. Pelo barulho e depois de verem o chupão eles não terão dúvidas de que estavam aqui." Falou.

"Que tipo de barulho você fez?" Perguntei franzindo os olhos.

"Coloquei no DVD um pornô lésbico que eu tinha em casa." Arregalei os olhos.

"O quê? Está doida? Espera, o que um pornô lésbico fazia na sua casa?" Perguntei e ela enrijeceu. Gargalhei alto.

"Eu queria ver como funcionava isso." Falou meio sem graça.

"Esses filmes são nojentos e não retratam as coisas como verdadeiramente são." Expliquei. "Vai dormir aqui?" Perguntei mudando de assunto.

"Não. Já vou indo."

"Então leve as chaves do meu carro e o deixe em sua casa. Será menos suspeito ele por lá." Falei passando as coordenadas de onde o carro estava e me despedi, ela saiu depois de se despedir de Lauren também.

"Sou um perigo, hm?" Lauren perguntou gargalhando.

"Oh sim. Você é." Falei e ela plantou um beijo em meu rosto. "Está com fome?" Ela assentiu e preparei algo para comermos.

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"O que tanto escreve, Camz?" Lauren perguntou curiosa ao me ver sentada na cadeira do quarto, debruçada sobre a escrivaninha e escrevendo algo há vários minutos já.

"Nada demais, apenas algumas coisas importantes."

"Então vem pra cama." Lauren disse se levantando e laçando os braços ao meu redor por trás. Fechei rapidamente o caderno e me virei, selando os lábios de minha namorada.

"Isso tudo é saudade?" Perguntei sorrindo.

"Não."

"Assuma que é." Falei sorrindo.

"Não."

"Okay. Você pediu por isso." Falei e Lauren saiu correndo. A alcancei em nossa cama e subi em cima dela a atacando com cócegas e as gargalhadas de ambas ecoavam por toda a casa.

"Okay okay. Eu me rendo." Lauren falou em meio ao riso "Era saudades, é saudades. Paaara, amor." Falou rindo e mais uma vez percebi que aquele som era um de meus favoritos.

Cessei as cócegas logo em seguida.
Nos encaramos com sorrisos estampados em nossos rostos.

"Obrigada por me fazer tão feliz." Falei docemente.

"Eu te amo." Lauren disse puxando a gola da minha camisa e chocando seus lábios contra os meus. "Posso te fazer uma pergunta?" Disse depois de me beijar.

"Já fez, mas te deixo fazer outra."

"Te pedi para focalizar em algo bom quando estávamos na nave. No que pensou? Ela foi mais rápida do que o normal para te julgar pura de coração."

"É segredo." Falei rindo.

"Diz pra mim. No que pensou?"

"Pensei em você, lembrei de você com a borboleta no parque." Falei. "A pura daqui é você. Sua lembrança me traz sentimentos bons."

"O seu coração é bom e você precisa acreditar mais nisso, okay?" Falou e selei seus lábios.

"Okay. Eu te amo." Nos ajeitamos na cama e dormimos no aconchego do abraço uma da outra.

No dia seguinte fomos para o trailer, Lauren queria trabalhar comigo e eu a pagaria. Ela não quis no princípio mas insisti, afinal se ela teria uma vida aqui, nada mais justo do que um emprego real, certo? Chegando no trailer havia dois homem de preto. Estranhei mas não comentei nada, me aproximei com Lauren.

"Em que posso lhes ajudar?" Perguntei.

"Precisamos ficar aqui as 24 horas do dia, pelo fato de que ele pode voltar."

"Oh. Ótimo." Falei destrancando o trailer.

"Sou Troy. Troy Ogletree e esse é meu companheiro de trabalho, Charles Longton." Estendeu sua mão e apertei, ele fez o mesmo com a Lauren.

"Somos Camila Cabello e Lauren Jauregui." Falei e ele sorriu.

O rapaz pareceu ser boa pessoa, mas o medo persistia ao saber que qualquer erro implicaria em sermos descobertas .

Os dias que seguiram foram ótimos. Lauren aprendeu rápido a entender os paineis e como ela já entendia sobre o Universo foi mais fácil ainda. Troy, Ally e Charles mantinham conversas longas e as risadas eram nítidas. Ally dizia que Charles era estranho e frio, mas que o suportava por Troy. Percebi um certo brilho em seus olhos cada vez que via ou falava do loiro e sorri com o pensamento dela sendo feliz.

O pai de Lauren entrava em contato em meu celular, não sei como. Ele ficava pouco tempo na chamada e eu sempre ficava caminhando com Lauren enquanto eles se falavam para nunca identificarem onde estavamos e de onde vinha a energia extraterrestre.

Sempre que podíamos nós duas saíamos com as garotas. Eu seguia odiando baladas, mas com Lauren o lugar até que ficava suportável. O sorriso dela era o melhor de tudo.

Os dias foram passando, as semanas foram passando, os meses foram passando e eu realmente achei que tudo estava indo bem. Eu achei.

Quem imaginaria que sua vida pudesse mudar drasticamente quando tudo está indo tão bem? Talvez os pessimistas ou os medrosos. Eu não imaginava. Se eu soubesse o que o destino nos aguardava...

The Betelgeuse [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora