-Ah...eh... -Alek olha para sua irmã e depois para Adrien novamente, então abaixa a cabeça. -Eu peguei, desculpa pai. -Ele entrega a adaga nas mãos de Adrien, ele havia pegado de sua irmã sem que ela notasse, afinal, ele sabia que seu pai não gostaria de ver sua menininha com armas.
Hily enche seus olhos de lágrimas e toma à frente:
-Não Alek -Ela põe a mão no braço dele impedindo. -Fui eu pai... -Ela pega a adaga e o entrega.
-Hily, mas por que? Eu...não acredito que você tenha feito isso. Sabe que isso é perigoso... -Ele olha meio triste.
-Mas o senhor também usa uma... -Ela fala de cabeça baixa.
-Mas você poderia ter se machucado! -Ele fala um pouco mais alto decepcionado.
-Eu não posso lutar, eu não tenho armas, eu não tenho garras, eu não tenho nada... -Ela finalmente olha pra Adrien porém chorando. -Eu nem mesmo tenho uma mãe... -Ela deixa escapar e entra em prantos.Adrien fica em silêncio.
-Hily... -Alek olha para ela e à abraça. -Não fala assim...
-Adrien... -Rebeka coloca à mão em seu ombro. -Deixe ela usar a adaga, ela precisa se defender, eles estão crescendo e os perigos também.
-Eu não sei... -Adrien olha pra baixo.
-Por favor pai... -Ela olha num olhar tristonho ainda abraçada a Alek.
-E se algum dia ela estiver em perigo e você não estiver por perto? Como ela irá se virar indefesa? -Insistiu Rebeka.Adrien supira pondo as mãos no rosto.
-Não faça eu me arrepender disso Rebeka...por favor. -Ele suspira mais uma vez.
-Relaxa... -Rebeka dá três tapinhas nas costas de Adrien. -Você não irá se arrepender. -Ela dá um leve sorriso.
-Isso é...um...sim...? -Hily pergunta meio confusa de sua expressão facial.
-É...é um sim. -Adrien supira.
-Ai obrigada, obrigada, obrigada... -Ela corre até ele e dá vários beijos em seu rosto. -Você é o melhor pai do mundo! -Ela o abraça forte.
-Mas por favor, tenha cuidado. E não brinque com isso. -Adrien faz um olhar responsável.
-Tá bem. -Hily sorri alegremente.
-Ei, o Harry estava à espera de vocês dois para ensinar, ainda querem? -Rebeka comenta.
-Claro. -Diz Alek.
-Sim! -Hily salta.
-Então andem! Vamos. -Assim todos voltam ao acampamento. Chegando lá, Harry estava sentado em um tronco, assim Hily e Alek se aproximam dele.
-Oi Harry! -Disse Alek.
-Oie! -Hily acena.
-Oi crianças...vocês querem aprender algo diferente hoje, é?
-Uhum. -Alek sorri empolgado.
-Hum, tá bem. Harry se levanta.
-Se importa se eu levasse eles até a floresta negra? -Ele pergunta a Rebeka.
-Hm...não, não, por mim tudo bem. Mas tente não deixar eles se meterem em confusão, são especialistas nisso, sem falar que o Adrien arrumaria um escândalo. -Respondeu ela.
-Hm, pode deixar. Vamos crianças? -Ele olha para elas com um sorriso.
-Sim! -Diz Hily empolgada.Assim Harry os leva a um lugar onde ao longo do caminho a terra ia se escurecendo, a névoa subia, e as árvores eram secas e escuras.
-Essa é a floresta negra... -Disse Harry.
-Que irado! -Alek sorri olhando em volta.
-Não é tão irado assim, quando não se olha do lado certo. Esse lugar é cheio de armadilhas naturais, almas perdidas, criaturas bizarras e predadores inimagináveis. Eu tudo isso não se dá pra perceber...pois no escuro, só se enxerga a escuridão... -Harry disse num tom mais sério sendo explícito ao perigo que poderia ser aquele lugar.Alek perde sua pose animado e fica um pouco mais silencioso, apenas prestando atenção no que Harry dizia.
-Que assustador. -Hily esfrega seus braços um no outro.
-Sim, eu vou tentar ensinar a enxergar um pouco isso...então fiquem perto de mim. -Ele olha pra cada um.
-Tudo bem. -Alek concorda com a cabeça mais sério.Harry os leva até um local que parecia bem pacífico e chama a atenção para uma árvore negra e sem folhas:
-Sabem o que é isso? -Perguntou ele.
-Ah...não. -Disse Alek.
-Ahn...parece uma árvore, Harry. -Hily fala confusa.
-Isso mesmo. Parece uma árvore. -Ele se agacha. -Mas tecnicamente não é. Isso já foi uma criatura. Olhem ao seu redor crianças, quantas dessas árvores vocês vêem? -Ele aponta com sua mão mostrando em volta.
-Eu diria que...milhares. -Disse Alek.
-Correto. -Harry arranca uma das raízes da suposta árvore. -Eles são chamados de liquens negros. Suas raízes formam uma espécie parecida de um diabrete negro e agressivo. -Ele lança a raíz no chão.A Raíz toma forma e logo fica na forma que Harry havia dito, então a criatura corre pra cima de Hily gritando.
-Ahhh! -Hily cai para trás assustada, então Harry faz a mesma coisa que tinha feito com aquela ave anteriormente.
-Mas os liquens negros nunca morrem. Sempre que os destruímos... -Então ele aponta pro chão onde havia destruído a criatura e estava surgindo uma nova raíz. -Uma árvore cresce dando origem a mais uma fonte de liquens negros. -Ele para um pouco. -Todas essas árvores...foram "mortes". Por isso a floresta tem esse nome. Por causa das árvores que a deixaram escura e sem vidas alguma, tornando-se o lar de várias outras criaturas horrendas.
-Puxa... -Alek fica boquiaberto.
-Uau... -Hily olha para as árvores ao redor.
-Mas Harry, você pode destruir qualquer criatura só com essa...coisa...que você faz? -Hily pergunta curiosa.
-Só as criaturas burras... -Ele brinca.Alek ri.
-Mas...se nós não temos esses poderes, como poderíamos derrota-las? -Perguntou Alek.
-Quando se trata de criaturas das trevas...quando não se pode mata-las com espadas...mate-as com a luz...fogo. Algumas são bem mais complexas, precisam ser estudadas, mas nada que precisem se preocupar agora, creio eu.
-Tudo bem. Entendi.
-Certo, acho melhor não avançarmos muito. Por hoje é só. Deveríamos voltar para o acampamento agora. -Diz Harry se agachando um pouco e ficando na altura deles.
-Awn... -Hily diz desanimada.
-Poxa... -Alek fraze os lábios.
-Eu lamento crianças. Talvez outro dia aprendamos mais algumas coisas, ok? Vamos agora. -Harry faz um sinal para que o seguissem.
-Tá bom... -Alek diz em um tom desanimado.
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Descendentes de uma alfa
Roman pour AdolescentsContinuação de "A alfa solitária"... Um passado conturbado. Dois irmãos. Uma vingança. Dois mundos. Alek e Hily, dois irmãos que estão sendo preparados para o mundo, e agora terão que enfrentar os perigos e aventuras que os aguardam. Agora o destino...