Capitulo 14

159 19 0
                                    

Em meio ao tumulto, um homem alto e forte com um elmo diferente, se sobrepõe em meio as pessoas e toma a voz:

-O que está havendo aqui? -Ele fala em alto e bom som calando a todos seriamente.
-E-Ele é-é um lobisomem! -A mulher diz em um tom de espanto.

O tal homem se vira para Alek num olhar que expressava um certo nojo e ódio ao mesmo tempo e assim com pisadas forte ele caminha em direção à Alek, mas nesse momento Hily fica a frente de Alek com seus braços esticados. O homem começa a parar lentamente não mais com as pisadas fortes e olhou curioso pra Hily enquanto se aproximava.

-O que está fazendo garota? -Assim ele se aproxima bem perto do rosto dela. -Você tem cheiro de corça, por que defende esta criatura das trevas?
-E-Ele é meu irmão... -Hily fecha seus olhos meio assustada.
-Seu irmão​?! -Ele gargalha debochando das palavras de Hily. -Você você tá brincando com a minha cara?

Alek pela primeira vez, se viu com muito medo e sem saber o que dizer ao certo, mas mesmo assim, ele tentou encontrar o pingo de coragem que lhe restava e dizia com poucas palavras:

-É-É verdade...e eu não quero machucar ninguém...
-E não vai. -Ele encara Alek.
-Não seja tão duro com eles Wari, ele pode ser um lobisomem mas é só uma criança...seria covardia, não acha? -Mestre Fur aparece em seus passos lentos com sua bengala a acompanhar-lhe.
-Mas mestre... -Ele tenta complementar.
-Eu já disse Wari. Venham crianças. -Ele se vira lentamente e caminha na direção contrária.

Alek anda até Sr. Fur em silêncio, então olha de meio rosto para Wari, e se vira novamente para continuar andando e Hily a acompanha os dois.

-Obrigada Sr. Fur... -Hily agradece.
-Não precisamos agradecer. Enxergar o reflexo é mais que enxergar apenas a água. Eu sinto que vocês tenham um bom "reflexo"... -Sr. Fur caminhava olhando apenas para frente.
-M-Me desculpa...eu...só quis ajudar... -Disse Alek com a cabeça baixa.
-Eu sei...e por isso que ganharam minha confiança. Então, não a percam.

Alek acena com a cabeça e continua andando.

-Quem era aquele, Sr. Fur? -Hily anda olhando pra trás momentaneamente e volta a olhar para ele.
-Wari. Comandante da guarda dos cervos. -Ele responde.
-Comandante? Pensei que tivesse dito que vivessem em paz. -Ela fala confusa.
-Sim, mas existem as buscas, e nos preparamos de qualquer forma.
-Ele me chamou de criatura das trevas... -Alek diz para si mesmo mas acaba dizendo alto demais.
-Conhecem histórias? Temos as nossas. Não se assustem com o que ouvirão por aqui. Em uma terra isolada como a nossa, lendas são o que não faltam por aqui. -Sr. Fur responde demonstrando que havia escutado o comentário de Alek.

Alek levanta a cabeça um pouco sério e confuso:

-Que histórias? -Ele pergunta.
-Várias. Sobre tudo que acreditamos.
-Pode...nos contar? -Alek pergunta curioso.
-Dependendo do tempo que passarem por aqui, vocês as aprenderão rápido.
-A quanto tempo estão aqui? -Hily pergunta.
-É uma boa pergunta. Não sabemos. Talvez décadas ou séculos. Aliás, como você pode ser uma de nós e não a conhecemos? -Ele olha rapidamente pra Hily e volta a ficar no caminho.
-Eu não​ sei. Meu pai é um cervo. Assim como eu. Assim como vocês. -Ela responde.
-Como é o nome do seu pai? -Ele pergunta.
-Adrien... -Hily responde.
-Nenhum sobrenome? -Sr. Fur pergunta de volta.
-Não, eu...nunca pensei nisso. -Ela olha pra Alek meio pensativa.
-Não sabemos ao certo. E nossa infância foi...complicada. -Disse Alek.
-Complicada? -Perguntou ele.
-É, um pouco. -Hily abaixa a cabeça e meche em seu vestido como de costume.
-Bom...para começar nós...perdemos nossa mãe. -Alek suspira.
-E o final da história, por enquanto, termina aqui, que aliás, foi por causa de mais uma de nossas ideias. -Hily responde meio triste.
-Por causa de uma ideia idiota...acabamos parando aqui... -Alek fica com a mesma expressão de Hily.
-O mundo é movido pelas ideias. Sejam elas idiotas ou não...são elas que movem. -Ele responde.
-Eu só queria que fossem verdadeiras... -Alek se lembra novamente da pedra.
-Se estão aqui, não é por acaso. Apenas sigam seus instintos.
-A última vez que eu fiz isso, eu quase fui engolida por uma galinha azul e gigante. -Hily responde meio sem graça.
-Mas está viva, não está? -Ele para de andar e olha para os dois.
-Como o senhor sabe de tantas coisas? -Perguntou Alek.
-Eu sei tanto quanto você, apenas enxergo de forma diferente. -Ele responde.
-Pode nos ajudar...? -Hily pergunta.
-Eu ajudarei no que precisarem e no que estiver ao meu alcance. Não importa o que seja. Agora vão. Eu preciso resolver alguns assuntos.-Ele para de andar e fala aos dois.
-Tudo bem, obrigado. -Alek sorri sem mostrar os dentes e volta para dentro de sua "casa temporária".

Hily caminha pelo meio da cidade onde haviam várias pessoas e sua atenção é tomada por algumas flores que ficavam a margem do rio. Então ela vai até lá e senta-se próxima delas.

-São lindas. -Ela fala pra si própria.
-É... -D responde atrás dela.
-D! Que susto... -Hily respira fundo pondo a mão no peito.
-Desculpa se eu te assustei. -Ele sorri. -Parece que o Sr. Fur não está mais bravo com vocês.
-Não. -Ela retribui o sorriso. -Ele até nos tirou de uma..."encrenca".
-Onde está seu irmão?
-Ele entrou, acho que foi pensar um pouco. -Ela responde acariciando as pétalas das flores.
-Já você, veio pensar com as flores, não é? -Ele se senta lentamente ao lado dela.
-Eu gosto muito da natureza, me acalma, me conforta...eu não sei explicar. -Ela deixa escapar um sorriso envergonhado.
-Isso é muito bonito. -D responde suave encantado.
-É...eu...posso te chamar de... Dale? -Ela pergunta meio sem graça.
-Ahn...p-pode, acho que não tem problema. -Ele coça a cabeça.
-Que bom. -Ela sorri alegre.

Descendentes de uma alfa Onde histórias criam vida. Descubra agora