Capitulo 15

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Um novo dia amanheceu, as coisas ainda não estavam totalmente resolvidas, muitos cidadãos haviam presenciado a cena de Alek, e alguns permaneciam incomodados com sua presença, mas por sorte, Sr. Fur havia ganhado sua confiança.
Hily se ergue da cama e se espreguiça. Contudo, vê que seu irmão ainda não havia acordado. Estava uma manhã fria, ela pegou umas vestes extras que estavam em cima da cômoda, e resolveu dar uma volta.
Alguns minutos depois Alek finalmente acorda, e percebe que Hily não estava lá. Neste momento, a única coisa que lhe confortava era sua irmã, ele sabia que não pertencia aquele lugar e não estava muito acomodado de ficar ali, mas ele sabia o quanto aquilo poderia significar para Hily.
Ele levanta lentamente e coça seus olhos, em seguida vai até o lado de fora, ele observa lentamente à sua volta e depois se senta ali mesmo do lado de fora de sua "casa".
De repente uma garota com sorriso meigo e cabelos e olhos castanhos, com a idade semelhante a dos gêmeos, se aproxima de Alek esticando sua mão oferendo-lhe uma maçã:

-Está com fome? -Ela pergunta sorrindo.

Alek à olha confusa e vira seu rosto um pouco sério e triste em silêncio.

-O que foi? -Ela se senta ao lado dele.
-Não sabe o que eu sou? -Ele diz sério sem olhar para ela.
-Eu sei sim. -Ela continua sorrindo.
-E...você não vai se afastar ou me olhar torto como os outros? -Ele finalmente olha para ela.
-Hm...não. -Ela solta um riso. -Você não me parece como os monstros das histórias. Eu sou Sophie.
-Ah...Alek.
-Nome legal, Alek. Você...vai aceitar a maçã?
-Hm...tudo bem, eu acho. -Ele pega a maçã de sua mão.
-Sophie! Quantas vezes eu já disse que... -Wari se aproxima dela e percebe a presença de Alek ao lado dela. -Levante-se. Agora. -Ele diz a Sophie sério e frio, fitando Alek.
-Calma, pai...eu só estava...
-Eu disse agora. -Então​ ele olha para ela seriamente.
-Qual é o problema? -Sophie se levanta um pouco indignada.
-O problema é você achar que pode fazer o que quer quando quiser. Esse é o problema. Se me ouvisse uma vez, saberia qual é o problema. -Ele a puxa pelo braço porém sem agredi-lá. -E você...não se meta com ela. Entendeu? -Wari aponta para Alek, que estava já estava nervoso à esse ponto.

Alek torna um olhar sério e se levanta, em seguida questiona com uma voz calma porém séria:

-Por que você sempre espera o pior de mim? Eu não fiz mal a ninguém.
-Ainda... -Wari olha de lado seriamente para ele o encarando e retoma seu caminho guiando Sophie.
-Tchau... -Sophie acena um pouco triste olhando para Alek enquanto seu pai lhe puxava.

Alek torna um olhar sério e algo lhe dá uma pontada por dentro, um sentimento de raiva semelhante ao dia em que ele machucou Hily, mas se pôs a se controlar. Ele resolve então encontrar sua irmã, e assim segue o cheiro da tal.
Ele encontra Hily agachada entre um arbusto observando algo, assim ele se aproxima por trás dela e passa suas garras em seu pescoço para dar-lhe um susto.
Hily contrai o pescoço e levanta os ombros com o toque. Então ela se vira rapidamente porém cai de bunda do chão e percebe que era Alek.

-Alek! Que droga! -Ela fala irritada porém sussurrando pra não chamar a atenção.

Ele gargalha não muito alto, então suspira e pergunta:

-Está olhando o que?

Ela se vira novamente e aponta para mais ou menos uma dúzia de homens que estavam no meio de uma espécie de arena, e lá eles conjuravam uma espécie de habilidade parecida com a que Adrien podia fazer.

-Eu já vi o papai fazendo aquilo uma vez...mas eu não faço ideia do que seja... -Ela olha atenciosamente.
-Hm... -Alek observa. -Por que não vai até lá?
-Está louco? -Ela se vira pra ele. -E fazer o que? Eu nem sabia me transformar direito, acha que eu saberia fazer isso?
-Na verdade sim...caso você tenha chifres. -D aprece por trás deles agachado.

Alek não dá muita atenção para D, e se volta para Hily:

-Poderia aproveitar que estamos aqui e...você aprender.

Hily olha para os dois.

-Mas...eu não tenho chifres. -Ela franze os lábios.

Desta vez Alek fica sem saber o que dizer, então olha para D com os braços cruzados.

-Que foi? -D olha para os dois confuso.
-Sabe de alguém que pode ajudar a Hily? -Perguntou Alek. -Eu não sei nada sobre essas coisas de cervos e corças mas...imagino que vocês tenham algum treinamento.
-Eu não sei. Esse tipo de manipulação seria complicado para uma corça. Na verdade eu acho que é impossível. -D fala amigavelmente.
-Ahh. -Hily fica meio desapontada. -Não tem problema, pelo menos eu ainda tenho minha adaga... -Ela retira a adaga de seu bolso e a observa em silêncio.
-Isso me fez lembrar da tia Rebeka...Hily, por quanto tempo temos que ficar aqui? -Alek diz não muito animado.

Hily pensa um pouco.

-Eu queria estar com a nossa família tanto quanto você. Mas se sairmos por aí pode ser ruim para nós. Se morrermos, isso sim seria ruim. -Ela pega sua adaga e põe no bolso outra vez.
-Mas não podemos ficar aqui pra sempre, temos que dar um jeito de encontrá-los, eu sei que gosta daqui...mas você sabe que não somos bem-vindos. Na verdade...eu não sou bem-vindo.
-É, então vamos procurar pelos lobos...e assim quando encontrarmos, você pode ser normal e eu a diferente Alek... -Ela se levanta com lágrimas nos olhos. -Você só pensa em você...como sempre... -Ela sai correndo.
-Ah tá de brincadeira! -Ele fica irritado.

D se levanta e olha pra Alek meio sem saber o que dizer então corre na direção de Hily.

-Ah que se dane! -Ele chuta uma pedra descontando sua raiva. Em seguida ele olha em direção à ponte que levava de volta para a floresta, e assim ele caminha até lá. E neste exato momento, Sophie que estava passando ali por perto, vê Alek indo embora, e assim olha confusa enquanto ele se afasta.

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