Capítulo 28 - Because of you

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– O que fazem aqui? – Quinn perguntou.

– Viemos vê-las. – Judy respondeu.

– Pensei que você já tivesse desistido dessa palhaçada. Mas vejo que não. Quem é essa?

– Sou Rachel. – a judia se apresentou, tentando sorrir.

– Minha namorada. – Quinn completou.

– Sabe, quando ligaram da escola, nos chamando par ver sua apresentação, pensamos que você tivesse caído em si.

– Fiz isso quando contei para vocês sobre a minha sexualidade e sai daquela casa.

– Você não saiu por que quis.

– Nunca me orgulhei tanto te ter feito algo quanto me orgulho disso.

– Deveria. Você tem coisas boas para se orgulhar, não precisaria ser algo tão...

– Quem chamou vocês para virem, afinal? – Quinn o interrompeu.

– Já disse, ligaram da escola. Deduzimos que você teria pedido, ou ao menos passado nosso numero. Mas, se você fez isso continuando com essa... Coisa, que você está fazendo com a sua vida, seria cara pau de mais. Até para gente como você.

– Gente como eu? – a voz da loira era carregada de ironia.

– Gente que comete esse tipo de pecado.

– Amar não é um tipo de pecado.

– Isso não é amar. Isso é repugnante.

– Repugnante é o jeito que você trata os outros. Sua própria família, Russel. Você está destruindo tudo o que você poderia ter.

– Eu tenho tudo o que preciso sem gente nojenta como você.

– Você pode achar que tem tudo, mas o que você vai ter quando estiver um velho insuportável? Você não vai ter suas filhas. Não vai conhecer seus netos. Não vai ter quem cuide de você se ficar doente.

– Terei minha esposa.

– Judy pode morrer antes de você. E ai, você vai fazer o que? Viver em um asilo, sem ninguém que se importe com você. E o seu precioso dinheiro vai acabar ou comigo e Frannie, ou com o governo. E no final, tudo o que você lutou para ter, vai para pessoas que não te conhecem ou não te suportam.

– É para isso que servem testamentos.

– E vai deixar seu dinheiro para quem?

– Talvez eu e Judy tenhamos outro filho.

– Me avise se isso acontecer que eu vou salvar a criança das garras de vocês. – Frannie resmungou.

– Nós fomos ótimos pais. – Russel rebateu.

– Ótimos pais? Vocês foram os piores pais que poderíamos ter!

– Nunca vi vocês reclamando.

– Se reclamássemos íamos acabar apanhando.

– Nós nunca deixamos faltar nada para vocês.

– Deixaram sim. Não tínhamos o amor ou o carinho de vocês. Tínhamos coisas materiais. Mas o que realmente queríamos, não tínhamos. Nunca tivemos, nunca teremos e, sinceramente, não precisamos mais. Eu e Quinn aprendemos que temos uma à outra e isso é o suficiente. Não precisamos de vocês.

– Vocês reclamam do que dávamos a vocês, mas sua irmã parece querer me matar a qualquer segundo para ter isso de volta.

– Eu quero muito te matar agora, Russel, mas não é por causa do seu dinheiro. Não precisamos dele. É dinheiro desonesto e não vale a pena.

– Desonesto? Eu trabalho para conseguir o que tenho!

– Você não ganharia nem metade do que ganha se estivesse trabalhando honestamente, Russel. Acha mesmo que a gente não sabe do que você faz?

– Isso é uma mentira. Você não tem como provar.

– Eu poderia te denunciar e mostrar que tem sim. Mas, infelizmente, seu nome ainda está na minha certidão de nascimento.

– Você me dá nojo, Lucy.

– Já chega! Você não vai vir na nossa casa para tratar ela assim. – Frannie disse, levantando – Se estão aqui para isso, vão embora. Isso já foi longe de mais.

– Você vai defender esse tipo de coisa? – Russel praticamente gritou.

– Ela é minha irmã, e isso está acima de qualquer tipo de preconceito. O fato de ela ser sua filha também deveria, Russel. Você está deixando seu preconceito idiota te transformar em um idiota maior ainda.

– Olha como fala comigo. Sou seu pai!

– Você ajudou a me colocar no mundo. Isso não faz de ninguém pai. Eu e Quinn estamos melhor sem vocês. Saiam daqui.

– Viemos levar Quinn de volta para casa, e só saímos daqui com ela. Você já é maior de idade, ela não. Vamos dar um jeito nessa situação.

– O que? – Quinn arregalou os olhos.

– Tenho certeza que podemos te curar disso.

– Não é uma doença! É o que eu sou! – a loira gritou.

– Quinn, se acalma. – Rachel disse, suspirando – Não vale a pena discutir.

– Ela tem razão, Q. Eles não podem te tirar daqui se você não quiser.

– Somos os pais dela e podemos, sim!

– São pais, mas não os responsáveis legais. – Frannie sorriu – Você me deu a guarda dela, Russel. Quinn está sob minha responsabilidade. Se quiser leva-la daqui a força, terá que entrar com um processo judicial, que levara messes. Tempo o suficiente para ela se tornar legalmente responsável por si mesma e ai, se você tentar levar ela daqui, já poderemos te acusar de sequestro. – a sala ficou em silencio por alguns segundos, e Frannie apontou a porta para os pais – Vocês já podem sair.

Russel olhou de uma para a outra, e balançou a cabeça negativamente.

Andou até Quinn e parou a centímetros dela.

– Esqueça que tem um pai.

– Não precisa pedir, Russel.

– Você está levando sua irmã para o inferno junto com você.

– Então a gente se vê lá.

– Não venha correndo pra gente quando se arrepender.

– Vá embora. Agora.

Russel saiu sem disser mais nada, e Rachel apertou a mão de Quinn, que se virou para a mãe.

– Quinn... Eu sinto muito. Eu...

– Tarde de mais, Judy. Faça o que sempre fez. Siga ele e deixe Russel comandar sua vida.

– Filha...

– Saia daqui. Não quero ouvir o quanto se arrepende, por que você vai estar com ele, no final. E, mesmo que não, tem coisas que não se concertam.

– Eu deveria ter feito algo quando descobri. Deveria ter falado com você.

– Deveria. Passado. Vá correr atrás dele de novo. – Quinn balançou a cabeça negativamente e saiu dali, puxando Rachel com ela – Estaremos no meu quarto, Fran.

Entre erros e escolhasOnde histórias criam vida. Descubra agora