Já deixa a estrelinha ⭐️
————————————————————Fevereiro, 1 de 2016, às 03:13 P.M.
Depois que terminei de escrever no diário, peguei o celular e meu fone de ouvido e sai do quarto, desci para sala sem ao menos olhar para minha mãe, queria evitar mais brigas e decepções para ambas partes.
Peguei minha chave na mesa de centro e comecei a ir na direção da porta, sem me importar com o que estava ao meu redor.
A medida que o vento batia no meu rosto enquanto caminhava, sentia ele levando, ou tentando, toda aquela tensão que estava em mim, era maravilhoso sentir aquilo.
Estava perdida na música que estava sendo reproduzida no meu fone de ouvido, mas volto a realidade assim que tropeço em algo, ou melhor, em alguém e vou direto para o chão.
— Olha por onde anda garota! — ouço uma voz conhecida dizendo, Cloe. Não pude deixar de perceber risadinhas após eu me levantar do chão, minha mão estava sangrando, tinha batido em uma pedra. Droga.
Não tinha reação sobre aquilo, Cloe sempre foi uma pessoa repugnante, eu que não tinha a capacidade de perceber isso, mas agora que tenho, vejo o quão trouxa eu fui em acreditar nela.
— Opa! Cortou a sua mãozinha foi? — Cloe diz com aquela voz irritante dela e logo seu grupinho estava rindo de mim. — O que é isso no seu braço?
Assim que acompanhei o olhar de Cloe até meus braços, percebi que tinha alguns cortes aparecendo, os cobri imediatamente, mas ela já tinha visto, e agora vai ser impossível fugir das torturas dela.
— Além de estranha ainda se corta, você é daquelas pessoas que não faria diferença se morresse — Flávia Nesse momento, senti como se meu coração parasse por alguns segundos. Não que eu me importasse com o comentário de Cloe, nada disso - ou me importava?
Como minha mão estava sangrando, decidi fechar ela em um punho na tentativa de fazer parar, isso antes de voltar a caminhar.
Não troquei a rota dessa vez, o que fez com que Cloe me empurrasse novamente; já não conseguia mais controlar minhas emoções, estava cada vez pior.
Quando Cloe saiu , não pude segurar as lágrimas. Me direcionei para um banco de uma praça, sentei no mesmo e deixei as lágrimas escorrerem, não me importando com quem estava ao meu redor ou me olhando com olhar de dó.
Dó, é algo que todos estão tendo de mim ultimamente, mas ninguém tem coragem de me dar um abraço, um conselho, só se afastam e me ignoram o quanto for possível. Não preciso que tenham dó de mim, eu sei — ou penso —, que consigo me virar sozinha.
De longe ouço uma voz conhecida, mas não consigo enxergar quem é, meus olhos estão lotados de lágrimas. Assim que essa tal pessoa se aproxima, trato de enxugar minhas lágrimas para saber quem estava ali, dividindo o pequeno banco daquela praça comigo.
— Kaiden... — Digo aliviada por ver um rosto familiar diante de tanta gente — que nem sabiam meu nome e nem o que eu estava passando, muito menos o que eu sentia por dentro de mim.
Os braços de Kaiden envolvem minha cintura em um abraço apertado, pena que não podia abraçá-lo de volta, minha mão estava saindo sangue ainda, e aquilo ardia tanto, era milhões de vezes pior que os corte que eu fazia.
— Angel, você está bem? — Ele pergunta preocupado. Não tínhamos uma relação de amigos antigos que confessam tudo o que acontece em suas vidas, mas eu sentia que podia confiar nele, e tinha certeza, que ele não iria me expor para ninguém.
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Ela Já Está Morta
Teen FictionA automutilação ainda é um tabu diante a sociedade. Para eles, é coisa de quem não tem nada para fazer, ou então, falta de Deus. Para mim, são gritos de socorro silenciosos. Olá, meu nome é Angel Griffin e eu sou um ser humano desprezível aos olhos...