Capítulo VII

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Já deixa a estrelinha ⭐️
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O restante do caminho foi totalmente silencioso, era como se estivéssemos pensando em cada detalhe da nossa conversa que estava por vir. Eu nem queria imaginar o que vai acontecer, essas conversas, nem sempre acabam bem pra amigos, eu temo isso. E a pior parte, era que faltava poucos metros para chegarmos a minha casa.

Quando estávamos chegando, Kaiden parou atrás de mim e ficou lá, parado, me encarando, como se tivéssemos que ter uma conversa séria naquele momento antes de entrarmos.

— Angie, a gente precisa conversar, de preferência aqui, sua prima tá lá dentro, e é melhor ela não ouvir. — Ele disse assim que parei e o olhei. E aquele momento chegou, o momento que eu mais temia durante todo o trajeto da praça até a minha casa.

— É, eu sei. — Respondi ele não querendo ser chata e, em seguida, me aproximei dele. Ele não quis começar a falar, e eu percebi isso pelo silêncio de nossas vozes. — Desculpa — resolvi começar.

— Desculpa? Pelo quê? — Eu não sabia se ele estava sendo sincero, ou sarcástico, não consegui decifrar em seu tom de voz. — Você sabe que não foi culpada pelo que aconteceu naquela lanchonete, né?

— Digo por ter falado daquele jeito com você, você estava me defendendo e eu te tratando daquela forma, desculpa de verdade Kaiden. — Falo tentando me redimir com ele, não quero que a gente brigue por essas coisas bestas.

— Angi, eu entendo você, você estava chateada com aquilo tudo na lanchonete, eu jamais irei culpar você por isso, entende? — Ele diz e me sinto aliviada com suas palavras, ele sempre sabe o que dizer.

— Obrigada por me entender. — Digo e solto um suspiro que nem percebi que estava segurando naquele momento.

— Mas agora que você está mais calma, me responda, Angi, você voltou a se cortar? — Suas palavras foram como bombas, eu não queria que ele soubesse que me descontrolei ontem a noite, e fiz aqueles cortes em mim, novamente.

— Não, Kaiden, não fiz. — tento falar com toda certeza, para não restar dúvidas e ele não pedir para olhar, não quero que ele pense que estou mentindo pra ele.

— Fico feliz que está tentando se controlar, Angie — ele diz dando um passo em minha direção, e toca meu rosto com sua mão delicadamente. Involuntariamente meus olhos se fecham e um leve arrepio surge na minha espinha. É impressionante a forma como meu corpo reage aos toques de Kaiden. —Vamos entrar — ele termina.

Balanço minha cabeça dizendo que sim e começo andar na frente de Kaiden, que segura a minha mão e anda logo atrás de mim.

Quando chegamos em minha casa, abro a porta da entrada, tendo que soltar a mão de Kaiden, o que me causa um sentimento de frustração. Dei espaço para Kaiden entrar, e assim que fecho a porta, observo ele olhando confuso para a mesa de centro, que agora tinha um garrafa de Vodka em cima.

— Angie, isso é seu? — O quê? Por que ele desconfiaria de mim? Acabamos de resolver seja lá o que estava acontecendo e ele já esta duvidando de mim?

Não, Angel, é só uma pergunta, pare de problematizar tudo. Era isso que estava ecoando na minha cabeça esse momento. Eu estou problematizando demais, certo? Tenho que parar com isso, e o mais rápido possível.

— Angie? — Kaiden me chama, fazendo com que eu voltasse pra realidade e parasse de julgar tudo anormal e achar que as pessoas queriam meu mal.

Ela Já Está MortaOnde histórias criam vida. Descubra agora