~ Capítulo 12 ~

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   Enquanto entrava no carro para ir à escola. Marcelo aparece segurando uma flor. Fui ao seu encontro, ele estendeu à rosa.
   -Sexta-feira eu vim te buscar, mas você não estava em casa. Então, resolvi fazer uma visitinha. -Peguei a rosa. -Uma flor para outra flor.
   -Oh Romeu, pega essa rosinha e vá entregar a sua Julieta. -A devolvi. -Não me procure mais, tenho namorado.
   -Ta certo, então. -Falou isto e saiu de cabeça baixa.
   -Vamos, pai. Não quero me atrasar, tenho que discutir muito ainda hoje.
   Meu pai está diferente, suponho que seja por causa da discussão que teve com mamãe ontem.
   -Cuide-se. -Disse ele.
   -Tchau.
    Andei até Jordan que estava sentado em um banco.
   -Oi, amor. -Dei um beijo nele.
   -Achei isto no meu armário. -Mostrou-me um envelope rosa, com o meu nome atrás. Peguei a carta e abri.
    -O que está escrito? -Me encarou.
    -Katherine Morgan, saiba que eu te amo. E por você estou disposto a tudo. No tempo certo saberá quem eu sou. Lembre-se que o meu coração é teu.
  De:M.A.
   -Kat, você está me traindo? -Cerrou o punho.
   - Deixa de ser ciumento. Sabe que eu nunca faria isso com a pessoa que eu gosto.
   -M.A. -Repetiu ainda pensativo. -Claro. Só pode ser Mensagem Anônima. A pessoa que escreveu isto escolheu estas siglas, para que você pense em alguém com estas iniciais. Dificultando a descoberta do verdadeiro autor dessas mensagens.
    -Meu amor, você é um gênio. -Nos beijamos.
    -Desculpe atrapalhar o casal, mas o sinal já tocou. -Keven nos alertou.
    -Ok, senhor ex-certinho.
    Entramos na sala de aula. A professora de Matemática já estava fazendo a chamada.
   -Com licença. -Falei, e sentamos em nossos lugares.
   -Onde estavam? -Perguntou a professora de cabeça baixa.
   -Agora a senhora se importa comigo. Que bonito. -Ela levantou a cabeça e me olhou com uma carranca. Essa mulher está sempre de mau humor, é?!
   -Cala a boca, e responda a atividade.
   -E responda a atividade. -Murmurei baixinho.
   Clark jogou um avião de papel em mim. Desdobrei a folha, e dentro dela estava escrito:
   "O seu namoradinho está te traindo com a Luíza. Fique de olho."
   Jordan não faria isso comigo, eu o conheço. Olhei para Clark que estava sorrindo.
   Passei o papel para o meu  namorado.
   -Quem escreveu isto? -Olhou por cima do ombro.
   -Não sei. Não vi quando jogaram.
   -Kat, eu... -Aí vem coisa.
   -Você o quê?
   -É verdade o que está escrito. -Meu chão se abriu, senti uma pontada no peito e uma imensa vontade de chorar.
   -Como teve coragem de fazer isso comigo?
   -Aconteceu.
   -Mal conhece a garota e já ficou com ela.
   -Kat, me entenda. Eu sou homem, a menina deu em cima de mim, e eu não resisti.
   -Não resistiu porque não quis. Todos têm o direito de escolher o que quiser. Essa foi a sua, me trair.
   -Por favor, me perdoa.
   -Posso até te desculpar, mas não fale mais comigo.
   -Não faça isso.
   -Você escolheu. -Levantei-me da cadeira. Não suporto traidores. -Professora, posso ir ao banheiro?
   -Não demore.
   Corri para o banheiro, fechei a porta. Chorei como se o mundo estivesse em pedaços.
   -Por que as pessoas só querem brincar com os meus sentimentos?! -Falei entre soluços.
   O sinal toca novamente, é a prova de Biologia. Não sei se quero fazê-la. Olho-me no espelho, meus olhos estão vermelhos de tanto chorar. Lavo o meu rosto e volto para a sala de aula.
   -Posso entrar? -Bati na porta.
   -Claro. Unam-se a seus pares. Daremos início a avaliação. -Lysandra anunciou.
   Arrastei a minha cadeira até a do Clark.
   -Kat, eu não queria que ficasse triste, mas achei melhor que soubesse.
   -Ta tudo bem, obrigada por me avisar. -A professora nos entregou a prova.
   Respondemos as questões em silêncio, falamos apenas quando necessário.
   O recreio chega a todo vapor. Todos correm para o pátio principal a fim de ouvir o que o diretor tem a falar sobre os jogos.
   -O campeonato de futebol acontecerá na próxima semana, no ginásio do Colégio São Bernardo. Disponibilizamos ônibus para levar as turmas do 1° e 2° ano do Colégio. Partiremos daqui às 15h00 da tarde. Tragam a autorização dos seus pais. -Retirou-se do palco.
   Agora com quem vou me sentar? Juliana fica com o namorado o tempo todo, Jordan me traiu, Keven anda com a Livia. E eu não suporto o Clark. Só o que me resta é aprontar. Mas contra quem farei isso?
   O inspetor Otávio deixou uma carta sobre a mesa em que eu estava sentada.
   Um envelope rosa, tinha o meu nome atrás. Deve ser mais uma do M.A.
   "Não se sinta só, Rebelde. Estou tão perto de você e ao mesmo tempo tão longe. Sei que é uma garota esperta, logo saberá quem eu sou.
  De:M.A."
  -Espero que não seja tarde demais. -Coloquei a carta dentro do envelope.
   -Oi. -Um garoto de olhos puxados, pele clara, olhos negros, senta a minha frente. Um coreano por aqui?!
   -Olá.
   -O que uma moça tão bonita faz aqui sozinha?
   -Meus amigos me abandonaram.
   -Sou Jin Young. -Sorriu.
   -Katherine Morgan.
   -Já disseram que os seus olhos são lindos?
   -Sim, muitas vezes.
   -Ah droga! O recreio já acabou. Nos vemos depois. -Falou isto e saiu.
   Voltei para a sala de aula, ainda pensando nas cartas anônimas. Será que é o Keven? Ou será o Clark? Preciso dar um tempo nessa história toda.
  -Novata, está na hora de você aprender a hora certa de voltar à sala. -Clark gritou.
   -Por que implica tanto comigo?
   -Não te suporto.
   -Não me diga. -Cruzei os braços. Peguei a mochila e saí da sala.
   -Para onde está indo? -Henrique me acompanhou até a porta.
   -Não aguento mais ficar aqui.
   -Isso, vai embora, Kat gatinha. -Harry bateu palmas.
   Andei até ele, segurei com força a sua orelha. Sussurrei em seu ouvido:
   -Estou indo, porque tenho algo importante a fazer, e não por ter que olhar para sua cara.
   -Louca.
   -Não imagina o quanto posso ser, quando quero. -Ajeitei meu uniforme e saí.
 

MENSAGEM ANÔNIMA - Por amor, do que você seria capaz?Onde histórias criam vida. Descubra agora