~ Capítulo 24 ~

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    -Mamãe querida, eu te amo tanto. -A abracei.
    -O que você quer? -Continuou a ler sua revista de moda.
    -A senhora pode assinar a minha autorização pra ir a um piquenique da escola? -Olhei pra ela com olhar pidão.
   -Claro... -Voltou sua atenção a revista. -Que não.
   -Por que não quer me deixar ir? -Deu vontade de chorar.
   -Eu estava brincando, querida. É claro que eu assino. Cadê a folha? -A entreguei.
   -Mãe, muito obrigada. Eu te amo! -Cocei o pescoço. -Posso te pedir outra coisa?
   -Fala logo.
   -Eu não tenho carro, então preciso que a senhora vá me deixar na escola.
   -Tinha me esquecido. -Se levantou da poltrona, pegou a chave do carro. -Vamos.
   Entramos em sua BMW novíssima.
   -Faz tempo que não vejo o papai.
   -Ele viajou pra Turquia.
   -Por quê?
   -Negócios da Empresa.
   -Hum. Bem, que a gente poderia ter ido com ele.
   -Não daria certo, você tem aula. Esqueceu?
   -Eu ia faltar só uma semana, não tem nada demais.
   -Nem pensar, mocinha. Você levaria muitas faltas.
   -Tchau, mãe. -Desci do carro. Andei em direção a Angel e ao Maison.
   -E aí, turma da pesada? -Joguei a bolsa sobre o banco.
  -Kat, você vai ao piquinique? -Angel indagou.
  -Sim. E você?
  -Também vou.
  -Maison? -Balancei o seu ombro. -O amigão aí, ta distraído.
  -An? O que foi?
  -Vai ao passeio da turma?
  -Uh-hum. -Falou, ainda meio pensativo.
  -Vem, vamos pra sala. -Andamos pelos corredores.
  -Kat! -Josh gritou, assim que cheguei à porta da classe.
  -O que é? -Fui até ele.
  -Já pensou na ida ao restaurante? -Passou a mão em meus cabelos.
  -Já. E a resposta é não.
  -Deixa de se fazer de difícil, estou louco por você.
  -Ta louco? Isso só porque ainda não fiquei contigo. Mas quando isso acontecer, coisa que não vai, rapidinho esquecerá que eu existo.
   -Outra fora, hein? -Caçoou Mathew.
   -Cala a boca, imprestável.
   -Fica com raiva não, tem outras garotas pra você magoar. -Sentei em meu lugar.
   -Kat, o que esse mauricinho quer? -Clark voltou sua atenção pra mim.
   -Ficar comigo.
   -Eu nunca vou permitir que isso aconteça. -Cerrou o punho.
   -E desde quando você decide por mim? Me explica. -Arqueei as sobrancelhas.
   -Desde que... -Foi interrompido pela professora Silvia.
  -Abram o livro na página 150, leiam e façam um resumo do que vocês entenderam, em uma folha destacada para me entregarem.
   -Pra quê isso? -Era pra ter saído baixo, mas falei alto demais.
   Escuto o barulho do salto alto da professora se aproximar de mim. Ai meu Deus! É agora que ela puxa as minhas orelhas.
   -O que disse?
   -Que eu vou fazer o resumo bem direitinho, porque eu amo estudar. -Não posso ser expulsa da sala, se a minha mãe souber que isso acontece com frequência, ela me mata.
   -Foi o que pensei. -Passou de fila em fila, olhando os cadernos dos alunos. Ela se posicionou a frente da classe.
   -Já que Katherine Morgan. -Ouvi meu nome? -Ama estudar, peço a mesma que quando terminar o seu resumo, leia-o em voz alta, pra que possamos ouvir o seu trabalho.
   -Senhora Silvia, não vai dar. Eu sou tímida, e na hora vou gaguejar.
  -Não se preocupe quanto a isso, temos muito tempo pra ouvi-la. -Oh mulherzinha insistente, essa!
  -Ta bem, eu leio. -Voltei a escrever.
   Palavra vem, palavra vai. E finalmente termino esse resumo, levanto-me e vou à frente da turma.
   -Posso começar?
   -Não será necessário, já vai tocar. -Escreveu umas coisas na sua agenda. -Por favor, me entreguem as suas folhas do resumo.
   Eu não acredito nisso, ela me fez escrever as pressas pra ler esse resumo, e no fim diz que "não será necessário". Entrego a folha a ela, e saio para o recreio.

                     ***

   -Clark, e a Juliana, como ela está? -Dei uma mordida na fatia de bolo.
   -Com saudades de você.
   -Também sinto falta dela.
   -Nem vem com essa conversinha, porque você mal liga pra ela, e ainda viajou sem dizer nada a ninguém.
   -Eu tenho os meus motivos.
   -Sei.
   -Oi, Clark. -Ellen falou.
   -Oi. -Sorriu.
   -Posso sentar aqui?
   -Não tá vendo que está ocupado? -Coloquei os meus pés sobre a cadeira.
   -Para de ser egoísta, garota. -Empurrou as minhas pernas.
   -Olha quem fala. -Revirei os olhos.
   -Sem brigas, por favor. -Pediu Clark.
   -Vai ter uma festinha hoje na minha casa, você quer ir? -Enrolou uma mexa de seu cabelo.
   -Não vai dar, tenho que ajeitar as coisas para o piquinique de amanhã.
   -Ajeita depois. Vem, por favor. -Fez biquinho.
   -Ellen, não insiste. Quando alguém diz não, é porque é não. Entende o sistema? -Cruzei os braços.
   -Eu não te perguntei nada. -Olhou para o meu Clark. "Meu" de novo?! -O que me diz, gatinho? Vem ou não?
  -Ta bem, eu vou.
  -Yes! -O abraçou e saiu dando pulinhos de alegria.
  -Vai com ela?
  -É.
  -Então, vou ao restaurante com Josh. -Provoquei.
  -Não faça isso, Kat. Ele não presta.
  -Nem a Ellen.
  -Chega de dramas.
  -Josh! -Gritei ao vê-lo.
  -Oi, Kat.
  -Ainda tá de pé o convite pra o restautante?
  -Quando quiser.
  -Hoje à noite.
  -Ta, eu te pego às 19h00.
  -Ok. -Depositou um beijo em minha bochecha.
  -Kat, você não vai a esse encontro.
  -Clark, você não vai a essa festa.
  -Você é teimosa, hein?!
  -Bastante. -Respondi, indo pra sala de aula.
   Juntei-me a turminha dos populares dentro da classe, e deixei Clark sozinho. Estava só, até a menina mimada ir falar com ele.
   Aproximei-me deles, e tossi.
   -Clark, você tem um lápis pra me emprestar? -Empurrei Ellen devagar.
  -Kat, dá pra nos deixar em paz? -Disse ela irritada.
   -Não, moça.
   Clark me entregou a caneta, tirei a tampa e fiz um risco enorme no rosto da patricinha.
   -Ops! Me desculpa. Essa minha mão boba exagerou um pouco. -Balancei a cabeça em reprovação.
  -Argh! -Voltou para o seu lugar.
   -Kat, você fica tão bonita quando está com ciúmes de mim. -Apertou a minha bochecha.
  -Quem disse que eu estou com ciúmes? -Falei envergonhada.
  -Dá pra notar. -Beijou os meus cabelos.
   -Me deixa. -Sentei em meu assento.
   Tive mais três aulas e depois fui pra casa com a minha mãe. Quando cheguei, tomei um banho, me arrumei. Aliás, tenho que encontrar com o Josh, que daqui a pouco estará aqui em casa.
   -Filha, Josh acabou de ligar dizendo que não poderá ir com você. -Mamãe abriu a porta do quarto.
   -Ok. Eu não tava com vontade de sair mesmo.
   Vesti meu pijama, liguei a tevê, e me deitei na cama. Não prestei atenção em nada que estava passando. Eu estou com tanto sono, que dormi com a televisão ligada e no volume máximo.

MENSAGEM ANÔNIMA - Por amor, do que você seria capaz?Onde histórias criam vida. Descubra agora