~ Capítulo 14 ~

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   Chegou o dia do campeonato. Vesti um short jeans rasgado e a blusa do time, preto e vermelho, e na frente tem o nome do time. "Guerreiros do Sousa. Calcei meu snikers, soltei o meu cabelo, coloquei um boné.
   -Mãe, vamos me deixar na escola.
   -Vamos. -Ela fechou a porta e entramos na BMW.
   Avisto Juliana ao lado do ônibus que nos levará ao ginásio.
   -Tchau, mãe. -Caminhei até a minha amiga.
   -Oi, Ju.
   -O ônibus já vai sair. Vem.
   Sentamos nas últimas cadeiras, juntas aos alunos do 2° ano C.
   -Kat, o Keven não para de olhar para você.
   -Eu estou feia ou bonita? Seja sincera.
   -Está linda.
   E ficamos nessa troca de olhares, ele está na cadeira ao lado, perto de Lívia.
  -Keven, vira para frente. Desse jeito vai ficar sem o pescoço. -Sorri.
   -E sem os olhos também. -Acrescentou Lívia com ciúmes.
   -Patricinha, peço que controle o seu namoradinho. -Ela me mostrou a língua.
   Não suporto vê-lo com essa garota, tavez porque eu sinta algo por ele. Mas de uma coisa eu sei, me divirto os irritando.
   Encostei a cabeça na cadeira, e olhei pela janela. Como será que andam as coisas lá em New York? Estou com saudades da escola, do meu grupo da bagunça e das minhas amigas.
    -Descendo, sem pressa. -Fabiana nos orientou.
   Fiquei impressionada com a estrutura do Colégio São Bernardo. Juliana e eu resolvemos conhecer um pouco do lugar. Subimos as escadas, andamos por um extenso corredor com várias salas de aulas. Depois fomos para o ginásio, sentamos lá trás. O lugar estava animado, cheio de jovens bonitos, tinha música por todo o espaço.
   Começou o jogo, o locutor anunciou os times. Entraram em quadra, cantaram o Hino Nacional, cumprimentaram uns aos outros. O juiz sopra o apito.
   Quase no fim do primeiro tempo os Guerreiros fazem um gol, foi o Clark quem marcou o ponto. Mas o time adversário empata.
    Fim de primeiro tempo, os jogadores retiram-se. Compro duas garrafinhas de água mineral, uma para mim e outra para Juliana. Passado alguns minutos, o jogo continua. Os Guerreiros entram com tudo, em menos de cinco minutos Murilo faz um gol. A nossa torcida vibra. E Os Tubarões reclamam do gol, mas foi válido, então voltaram a jogar.
   Por pouco o jogador adversário marca um ponto. O locutor continua a narrar.
   No final do jogo, os Guerreiros marcam mais um ponto.
   -E a vitória é nossa! -A torcida do Sousa gritava repetidamente. O juiz sopra o apito. Fim de jogo.

                        ***

   Dentro do ônibus encontro Keven beijando a namorada, senti uma pontada no peito. Espera, estou com ciúmes?!
   Sento-me na cadeira ao lado. Agora que eu vou irritá-los. Tossi. O que os atrapalhou, pararam o beijo e me encararam.
   -Essa garota chata de novo? -Lívia falou, me olhando com cara feia.
   -Não se preocupe, Lívia. Ficarei quieta. -Quieta uma ova. Fiz barulho com uma buzina que comprei no ginásio.
   -Para de fazer barulho. -Lívia já está ficando irritada.
   -Ok. Desculpe-me. -Guardei o brinquedo na bolsa.
   Eles continuaram a falar palavras doces um ao outro. Que coisa enjoada! Peguei um pacote de pipoca e comecei a abrir a embalagem, que faz muito barulho.
   -Para, por favor. -Keven tapou os ouvidos. Os dois saíram e se acomodaram nas cadeiras da frente.
   -Você é terrível, Kat. -Juliana e eu aproveitamos o salgadinho.
   Estou sentindo falta do Clark, é tão engraçado implicar com ele. Mas o mauricinho foi no outro ônibus. Foi só pensar no pesadelo, que ele apareceu. Pensei que não viria aqui.
   -Katherine, sentiu saudades do mauricinho, que eu sei. -Sentou no lugar em que Keven estava sentado antes.
   -Versão feminina do super-homem, você joga muito mal. -Coloquei um salgadinho na boca.
   -Fiz um gol, se quer saber.
   -Eu vi. Cara, aquilo foi sorte. -Na verdade, ele joga muito bem. Mas sabe, eu tenho que implicar com o Clark.
   -Acho melhor você ficar calada. -Fez sinal de fique em silêncio para mim. -Falar nisso... -Me olhou. -Está bonita hoje.
   -São os seus olhos.
   -Está Kat aqui. -Abanou-se.
   Joguei o saco de pipoca nele. Fomos o caminho inteiro discutindo. Se é que isso pode ser chamado de discussão.
  
  

MENSAGEM ANÔNIMA - Por amor, do que você seria capaz?Onde histórias criam vida. Descubra agora