9. quebra nozes

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Os dias se passaram, e eu deixei de lado a questao sobre o Jamal.
Não quis encurralar Nick e pressiona-la sobre um assunto que não me dizia respireito.
E com o meu projeto e a apresentação dela cada vez mais próximos, eu não tinha tempo e nem ela.
Nós conversamos pouco, em especial porque ela tem ensaiado ate tarde nos  últimos dias, mas no final do dia eu sempre ligava pra ela para saber se estava tudo bem, quando ela não ficava para jantar com a gente.
O jantar era nosso único momento a sós, ou quase.
O único momento do dia em que conseguiamos alguns minutos para interagir com outro adulto e poder falar sobre coisas banais.

Falando assim ate parece que eu trabalho numa creche, ou que ela fica com a Carol 99% do tempo.
Mas ainda sim eu gostava de falar com ela, não só pelo fato dela ser a única que sempre me entende, mas também por ser a melhor e mais inteligente com quem eu converso diariamente.

Na quinta saí do trabalho apressado, não estava afim de encontrar Daphne depois do incidente do último dia.
Carol perambulando pelo escritório, e um soco no meu colega de trabalho.

Essa garota veio mesmo para me dar trabalho.

Saí do prédio e fui buscar a Carol com a Nick antes dela sair para o ensaio dela.
Cheguei no Bronks a tempo, e encontrei as duas de saída do salão comunitário.

— pabai!- Carol berra pra mim.

— oi.- disse pra ela.

Nick estava com pressa, apenas a deixou vir na minha direção e deu um sorriso discreto antes de correr para pegar o ônibus dela.
Voltei com a Carol pra casa, e me joguei no sofá exausto depois dela dormir.

.......


— meu Deus, que cansaço!- caí de costas no sofá.

De repente ouço meu celular vibrar no bolso e fecho os olhos respirando fundo.
O peguei e atendi de mal humor.

— alô.

Diego? oi é Mary, avó da Carolina..- a voz dela me trouxe de volta o alívio.

E por um mísero segundo, uma sensação estranha também.

— ah oi...tudo bem? Como vão as coisas por aí?- perguntei.

estão indo bem, mas minha irmã ainda vai precisar de mim por mais uns dias...posso contar com você para olhar a Carol pra mim? Talvez mais uma semana.

Cocei a cabeça sem jeito e soltei um suspiro alto.

— Ahn....okay, tudo bem.

Como se eu tivesse escolha..- pensei.

eu sei que demorei um pouco, mas prometo voltar em breve para busca-la.- ela promete.

— tudo bem, nós estamos nos dando bem.

e eu quero que saiba, ja organizei a papelada para fazer os exames necessários.. Assim que sairem os resultados, eu gostaria que você pelo menos colocasse seu nome na certidão de nascimento da Carolina.

Um pai para CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora