Plenitude.

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- Você costuma ser mais entusiasmado e falante ao fim dos nossos casos. - Sherlock observou quando acabaram de entrar no 221B.
- Não tem muito o que falar. Felizmente Greg está vivo e Edwin não fará outra vítima. - John dirigiu-se até a cozinha, buscando algumas torradas que sobraram do café da manhã.

Holmes jogou o sobretudo no sofá da sala e seguiu o companheiro de apartamento. Pensou por alguns minutos sobre qual seria a melhor abordagem, molhava os lábios constantemente para dizer tudo o que desejava.
Ele possuía total conhecimento sobre a origem da frieza do outro, entretanto alguns pontos não faziam o menor sentido. Era difícil acreditar que John se tornaria tão ciumento em apenas um dia de relação... Se bem que, não era apenas um dia de relação. Os dois estavam juntos há muito mais tempo e a proximidade sexual não passou de um item a mais no envolvimento que já possuíam. Era provável que aquele sentimento já existisse, infelizmente escondido sob uma série de impedimentos destruídos nos últimos meses.

- Pare com isso, John. – o detetive respirou fundo, posicionando-se ao lado do médico - Você mal olhou para mim a noite toda, tudo por causa daquela garota?
- Não seja ridículo, Sherlock. - o loiro sentou-se à mesa, alimentando-se.
O detetive mantinha-se ao seu lado, observando atentamente. O ex militar pensou que ignorar seria a melhor opção, não queria pensar no motivo de ter sentido um incômodo tão grande em pensar que Sherlock poderia ter a mesma intimidade que tiveram na noite anterior com outras pessoas. Refletir sobre aquilo o levaria a pensamentos dos quais sempre se desviou, principalmente quando outras pessoas insinuavam algo sobre os dois.
- Olhe para mim, John. - Holmes esperou que o outro terminasse sua refeição improvisada para agarrar o colarinho de sua camisa, forçando-o a olhar para cima. - Nós dois sabemos o que está acontecendo aqui. - A voz rouca do detetive inebriava o loiro
- E o que é? - mesmo sabendo a resposta, Watson esforçava-se para manter o controle.
Sherlock puxou o tecido, fazendo John levantar-se ao máximo, até os rostos estarem a centímetros um do outro. Qualquer esforço para dominar a situação foi inútil, pois os olhos do loiro fecharam, entregando-se à incrível sensação de sentir o moreno tão perto. Não demorou para que os lábios fossem atraídos automaticamente. Ambos se descobriam naquele momento, as bocas encaixavam da melhor maneira, os lábios acariciavam-se. As línguas pediam passagem sem pressa, e a cada encontro, emitiam arrepios nos dois homens.
O detetive descia as mãos do colarinho da camisa do médico por toda a lateral do tronco, apertando-o em seu próprio corpo. John, por sua vez, entrelaçou os cachos morenos em seus dedos, acariciando suavemente.
Era como se todos os anos de amizade, de devoção e até mesmo os momentos de sofrimento, moldaram suas vidas destinados àquele beijo. A intimidade que criavam era extrema, sentiam que seus corpos foram feitos para estarem daquela maneira, próximos. A partir dali, não seria mais possível voltar atrás.

Tanto o médico quanto o detetive podiam notar uma ascensão no beijo; antes era sereno e explorador e agora era quente e suplicante. O loiro empurrava o corpo do mais alto para a parede atrás deste, apertando com força os cabelos cacheados. O detetive, por sua vez, concentrava-se em manter os corpos unidos, guiando as mãos para as costas do outro, apertando-o mesmo sobre a camisa.
Era urgente a necessidade que um tinha pelo outro, fazendo com que as roupas fossem arrancadas durante o caminho para o quarto de Holmes. Os beijos de John passaram a descer pelo pescoço livre do detetive, arrancando suspiros descompassados deste. As únicas peças que restavam em seus corpos eram as cuecas, e em Sherlock, ainda a camisa.
E uma vez dentro do quarto, John não conseguia pensar em mais nada além de seu desejo. Empurrou Holmes para a cama e subiu em cima deste, desabotoava a camisa enquanto admirava o rubor da face e dos lábios do detetive. Vê-lo daquela maneira tão vulnerável e submissa aumentava o prazer de Watson, que em alguns momentos pensava não ser capaz de controlar a própria ereção sob a peça íntima.
Ao livrar-se da camisa do detetive, o médico reiniciou a trilha de beijos do pescoço do outro, mas desta vez, rumando até o abdômen. Demorou-se antes nos mamilos, passando a língua circularmente pela região ao perceber o quanto isso estimulava ruídos do homem. As mãos simultaneamente, acariciavam a região das coxas, completando a tortura de Sherlock.
- John, por favor... Isso é torturante. – Sherlock arfava, quase sem forças.
- Essa é a graça. – Ele sussurrou enquanto mordiscava a pele acima da barra da cueca.
As expressões de prazer de Holmes eram memoráveis, aquela seria uma experiência para a vida toda. John esperava não ser a última vez em que pudesse ter tal honra.

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