Visita de Natal.

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    Meses depois, era Véspera de Natal em Londres.
Mycroft encontrava-se na frente do edifício da Scotland Yard, vestindo um pesado sobretudo e protegendo-se da neve com seu guarda-chuva. Diferente de todas as outras vezes em que esperava pelo namorado, dessa ainda eram três horas da tarde e o destino dos dois seria a casa de Sr. e Sra. Holmes.
- Espero que não tenha ficado esperando por muito tempo! – Greg se aproximou rapidamente, abraçando o próprio corpo para se esquentar. Uma rajada de vento o atingiu assim que saiu do prédio.
Agarrou o braço livre do companheiro e os dois caminharam com certa pressa até o carro.

Dentro do veículo, Mycroft observou o namorado tremendo, mesmo não estando tão frio assim lá dentro.
- Está tudo bem, Greg? Quer meu sobretudo ou que fiquemos aqui em Londres?
- Não, de maneira alguma! – disse prontamente, como se fosse algo absurdo de se pensar. – Está tudo bem, só estou me acostumando com o frio. Lá dentro do escritório estava tão bom. - forçou uma risada e desviou o olhar para fora da janela do carro, tentando controlar seus tremores.
Lestrade não estava com todo aquele frio, até porque o veículo possuía aquecimento interno. Também não estava doente, sentia-se muito bem. Ou melhor, sentia-se fisicamente bem e a causa dos tremores estava em seu emocional. Passar o Natal com a família Holmes seria um grande passo para o relacionamento, ou pelo menos, era o que estava dizendo a semana inteira.
Mycroft passou todo o tempo refletindo. Atestara que o companheiro gostou bastante de conhecer os sogros, durante a festinha de Rosie. E foi da mesma forma quando todos se viram outras vezes após aquela data, em almoços rápidos. Talvez algo desconhecido fosse o gerador de seu nervosismo? Mas o que?

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- Sherlock, seus pais podem voltar a qualquer momento... – John sussurrou, jogando sua cabeça para trás e permitindo que os beijos do namorado alcançassem seu pescoço inteiro.
- Não se preocupe, John. Sei exatamente a hora em que chegarão. – Sherlock abandonou a pele do outro por breves segundos, concentrando-se em aspirar seu aroma. – Além do mais, não negue. Eu sei o quanto está achando a situação excitante.
Watson nem teve tempo para se envergonhar de sua transparência, pois os lábios molhados do moreno voltaram a tirá-lo de si mesmo.

Os dois haviam chegado horas antes na casa dos Holmes, para festejarem o Natal. Foram junto à Rosie e Sra. Hudson, sendo que as duas acabaram de sair com os pais de Sherlock para conhecer a cidadezinha próxima.
O casal decidiu não os acompanhar, alegando estarem muito cansados da viagem, entretanto, essa não era bem a verdade. Queriam mesmo era um momento a sós, pois a última semana fora mais agitada que o esperado.
John precisou fazer plantões no St. Bats para cobrir amigos que saíram de férias, enquanto Holmes se desdobrou para comprar presentes na companhia das duas mulheres do 221B. Naquele contexto, estarem sozinhos permitiu que a saudade e o desejo um pelo outro se inflamassem.
Sherlock manteve o namorado pressionado contra a ilha da cozinha, quase fazendo-o sentar nela. Suas mãos seguravam firme a cintura do outro, deixando-o de uma forma na qual suas pernas ficassem levemente abertas e o moreno pudesse estar entre elas.
Estar naquele ambiente diferente forçava John a conter os gemidos, sendo que estes eram causados pelo alto nível de excitação de estarem arriscando serem flagrados.
O médico passava as mãos, incontroláveis, pelos cachos morenos e apertou-os fortemente ao sentir os dedos do namorado já desafivelando a calça.
O homem já sabia as sensações maravilhosas que se seguiriam e respirou fundo, guiando a cabeça de Holmes para baixo.
O mais alto se ajoelhou, descendo calça e cueca de uma vez e deixando-as na altura das coxas do loiro. Demorou alguns segundos dividindo o olhar faminto entre o rosto de Watson e o membro necessitado. Sorriu levemente vitorioso ao ter acertado o quanto aquela situação atípica estava o estimulando.

Constatou que a demora em agir aumentava a ansiedade do ex militar e resolveu envolver o pênis em seus lábios.
Dessa vez, o controle de John falhou e um gemido alto cortou o silêncio do cômodo. Ele precisou segurar firme na borda da ilha para conseguir estabilidade, porém não soltou a outra mão que alisava o cabelo de Sherlock.
A semana sem aquele tipo de carícia o deixou ainda mais sensível ao toque quente da língua do detetive, que insistia em succionar cada parte da extensão. Os olhos fechados e as constantes mordidas nos lábios denunciavam o prazer do ex militar, estimulando o moreno.
Buscando se aliviar também, escorregou uma mão para dentro da calça e iniciou sua própria masturbação. Sem negligenciar o falo em sua boca, estabeleceu um ritmo rápido nos movimentos com a cabeça e os repetiu com sua mão.
Ao perceber que o namorado se tocava, John não demorou para atingir seu ápice e deixar um rugido necessitado escapar de seus lábios. Holmes, por sua vez, demandou mais alguns segundos para se satisfazer, encotrando maior incentivo ao ter provado o líquido do companheiro.

- Viu? Ninguém nos flagrou. – o detetive sorriu, recebendo uma careta do outro.
Levantou devagar e ajeitava suas vestimentas, sendo imitado pelo loiro.
- Isso foi arriscado. Voltamos a ser adolescentes imprudentes? – John balançava a cabeça, porém era nítido o sorriso que buscava conter.
- Está reclamando, John? – Sherlock disse divertido e logo viu o outro negar veementemente com um dos dedos.
Sherlock voltou a trazê-lo para perto, dessa vez, alisando seus braços. O médico não resistiu e abraçou a cintura do homem, depositando beijos por seu rosto. Eles sabiam que se comportavam de tal maneira, porém nada tinha a ver com suas idades.
Era apenas o comportamento normal de um casal extremamente apaixonado.    

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