Domingo.

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No 221B, o Domingo estava tranquilo. Pela manhã, John e Sherlock tomavam café da manhã junto à Rosie e Sra Hudson.
- Eu fico tão feliz que finalmente estejam juntos! Vocês não possuem ideia. – a senhoria dizia sorridente.
- Nós já entendemos esse ponto, Sra Hudson. – Sherlock não aguentava mais ouvi-la dizer o mesmo.
- O que ele quis dizer é que estamos felizes também. – John segurou uma das mãos do detetive por baixo da mesa.
O moreno apenas sorriu derrotado, era verdade. Além de ser verdade, ele entendia o entusiasmo da idosa. Foram anos afirmando que os dois estavam juntos, torcendo por aquele relacionamento, assistindo a todos os altos e baixos.
- Vocês deveriam passar um final de semana viajando! Tenho um conhecido, dono de uma pousada muito aconchegante no interior. Será tão romântico!
- Céus, Sra Hudson! – o detetive revirou os olhos, fazendo Rosie rir.
- Ela parece ter gostado da ideia. – o loiro adicionou, pegando a filha de sua cadeira.
- Ela gostou da ideia, John? – Sherlock perguntou irônico.
- Eu também. – Ele deu de ombros e olhou para a Sra Hudson – Passe as informações para Sherlock, pode ser que consigamos ir.
- Maravilhoso! – a alegria era enorme – Pode deixar que eu cuidarei de Rosie como cuidaria de uma netinha.
- Você já cuida dela dessa maneira. E é algo primoroso.
Os dois se espantaram com o comentário tão positivo do moreno, não conseguindo reagir a princípio.
Passaram mais algumas horas conversando, principalmente sobre o caso que haviam resolvido. A senhoria não se conformava com todo o perigo que Lestrade passou, brigando com os meninos por não terem avisado sobre a internação deste.

Quando a mulher se retirou, os dois sentiram-se à vontade para trocar alguns beijos, sentados no sofá. Sherlock pôde sentir pequenas mãos tocando seus joelhos, percebendo que eram de Rosie. A menina enfim conseguira ficar de pé sozinha e arriscava alguns passos. O pai, exaltado em orgulho, prontamente gravou a cena no celular, compartilhando com o máximo de pessoas. Holmes não entendia muito bem a importância daquele momento, mas resolveu se calar. Superficialmente, tinha a noção do quanto devia ser emocionante para John ver o progresso de sua filha, que a cada dia demonstrava-se mais desenvolvida. Em certa parte, ele também sentia uma pontinha de emoção ao lembrar que aquele bebê tão pequenino já falava algumas palavras e, agora, caminhava.

O resto do dia permaneceu assim, com John treinando os passos da filha. Sherlock finalmente sentiu-se tranquilo para retomar suas sessões de violino, entretendo os Watsons e retomando a própria prática. Qualquer um que observasse os três enxergaria uma família, como eles de fato sempre foram e seriam ainda mais.

x

- Eu realmente preciso voltar para meu apartamento. – Greg resmungava, não desprendendo Mycroft de seu abraço. – Tenho que fazer uma série de relatórios sobre o caso do Montgomery.
- Eu mandei cuidarem disso... Não o deixei livre?

- Infelizmente não. A Scotland Yard exige relatórios internos dos inspetores. – as testas dos dois estavam coladas, os olhos fixos.
- Precisamos mudar isso... – o moreno riu baixo, roçando o nariz no do outro.
- Que tal conversar diretamente com a rainha sobre esse assunto? Peça também umas férias para mim.
- Será a primeira tarefa do meu dia de amanhã. – Mycroft entrou na brincadeira, apertando o corpo no do inspetor.
- Esperarei ansioso. Não vejo a hora de poder descansar... Melhor ainda se você estiver perto.
- Falando em tal assunto... Quando o verei novamente? Não sei bem como essas coisas funcionam. – o desajuste do moreno fez o outro rir.
- Bom, meu histórico de relacionamentos é horrível, então acho que também não sei como essas coisas funcionam. – riram juntos – Eu só sei que quero vê-lo de novo o mais rápido possível.
Os lábios dos dois demoraram-se por longos segundos, em um beijo intenso.
- Te ligo amanhã e, se puder, jantamos juntos. – o grisalho disse ao buscar ar.
- Perfeito. – Holmes sorria encantado.
Antes de sair da mansão, os dois trocaram mais algumas caricias, até finalmente separarem-se. O motorista do funcionário do governo levou Lestrade até a residência e Mycroft mal podia esperar pela ligação no dia seguinte. Aquela relação já havia se tornado viciante.

Chegando ao apartamento pequeno, bagunçado e solitário, Greg logo sentiu falta das horas anteriores. Se alguém o perguntasse anos atrás, nunca poderia prever estar arrependido por não ter a companhia de Mycroft Holmes!
Procurou organizar um pouco o ambiente, sendo incapaz de encontrar seu distintivo de inspetor. Imaginara, a princípio, que poderia tê-lo esquecido na casa do Holmes mais velho, porém logo lembrou de não ter visto o item desde sua estada no hospital. Ligou para o local e confirmou a localização do distintivo, com a promessa de busca-lo na manhã seguinte. Sentiu que aquele havia sido um esquecimento oportuno, pois ao passar no St. Bartholomew para recuperar o item, poderia conversar com John sobre todas as novidades de ambos nas últimas semanas. 

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