O que somos capazes de fazer quando se ama de verdade? Loucuras, certo? Um rapaz se vê totalmente livre dos seus problemas aos olhares de Alena, de quebra esquecendo as decepções de Tânia (ex-namorada) que foi pega no flagra traindo o pobre rapaz co...
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Sabe aqueles momentos em que você fica tentando processar tudo na sua cabeça com uma imensa dor no coração? Eu estava passando por isso, uma tempestade de problemas, uma tempestade que nem tão cedo irá passar, de raiva joguei meu celular no chão, não queria ler as mensagens. De alguma forma a chuva gelada parecia me livrar de tudo, todos os pensamentos mas meus problemas ainda continuavam ali, eu estava vivendo eles. À cada passo, à cada momento lembrado era uma pontada forte no meu peito, meu coração estava sofrendo. O frio ia aumentando, isso fazia eu me arrepiar, algumas pessoas me olhavam como se eu fosse um louco, um pobre coitado doido pra pegar um resfriado, quem sabe. Não quero a ajuda de ninguém, não preciso.
Carros iam e voltavam pela estrada, já não conseguia segurar o choro então parei e fechei os olhos, minhas lágrimas desciam lentamente. Suspirei fundo e levei minha mão até meu peito esquerdo lhe dando dois leves socos como se isso fosse me fazer parar de sofrer, abri os olhos e o que me chama atenção é uma iluminação cor vermelha no reflexo de uma poça de água, escrito: Dancing Nightclub.
Me passou pela cabeça entrar lá para ver se eu esquecia do último ocorrido. Era um club onde pessoas entravam de graça, para ver algumas dançarinas, beber e curtir a noite toda. Não tinha ido aqui antes, não tenho dinheiro mas quem sabe eu volte quando eu trazer minha carteira, só que, irei ver primeiramente.
Passando pela porta, já estava à vista um palco grande e outros porém pequenos e algumas garotas (diferentes espécies) dançando Pole Dance, a iluminação era escura, apenas com velas nas mesas, estava lotado e algumas pessoas chamavam por uma pessoa, diria que para aparecer. "Alena". Minha cabeça é coberta por um pano branco, puxo e olho, uma toalha.
- Aí mano, se enxuga, ta molhando tudo aqui. - Um touro de terno diz.
- Foi mal. - Me desculpe e me enxugo.
- Nunca o vi por aqui. É novo no local rapaz? - Ele cruza os braços.
- Sim, vim apenas ver como era, mas já estou de saída se eu estiver encomodando.
- E perder a surpresa? - Ele sorri. - Não é todo dia que se tem um show como hoje.
- Show? É um evento especial algo assim? - Entrego à ele a toalha, ele pega e coloca num cesto.
- Exatamente. - Ele entrelaça o braço no meu pescoço me levando até uma mesa em que estara de frente pro palco - Se sente aí, já vai começar. - Ele se retira.
Enquanto não começava nada de especial, olhava algumas pessoas, principalmente as dançarinas, mas nenhuma delas me faziam esquecer a decepção de Tânia por mais que elas me jogassem olhares ou sorrisos maliciosos. Eu sou tão idiota, como eu não fui perceber antes? Todo esse tempo eu era traído por ela e o mais absurdo nessa história é: com meu IRMÃO.
Estufei o peito e bufei, até que toca uma música sensual vinda do palco e a voz doce de alguém.. Até que essa pessoa se revela aos poucos, com um vestido branco mostrando parte do seu corpo e assim dando lugar para movimentos rápidos e sensuais até ela começar à cantar, as dançarinas já não estavam mais em seus lugares, na verdade lá, dançando ao lado dela, cabelos castanhos, pelo branco e marron de olhos castanhos claros. Todos aplaudiam e assobiavam para ela, não conseguia desviar o olhar, as batidas em meu coração apenas aceleravam, era como estar atraído ou por efeito de um encanto, único, não era como admiração ou por ser fã da sua beleza, um sentimento talvez, aparentemente forte, imenso, que à cada movimento dela era um suspiro roubado.
De tanto ficar vidrado naquela escultura de pessoa, ela me olha e eu paraliso de vez, seus olhares era como um convite para subir naquele palco e juntar nossos corpos para uma dança, seria o correto à fazer? Ou estou tendo alucinações?
