Lis lembra do dia em que ele as deixou.
Que ele a deixou.
E isso a lembra que muitas pessoas não conseguem se acostumar a uma rotina, isso também ajudou-o a tomar essa decisão.
A mãe da jovem engravidou cedo, e ela e o pai da Lis não eram casados, e a pressão da família era muito grande. Eles casaram-se correndo, mesmo contra a vontade de todos os familiares.
O casamento ia bem, e o bebê já tinha nascido, contudo sua mãe teve câncer de mama, que era hereditário — e que causava muitas dores nela e muitas idas ao hospital, pelo que a vó da Lis contou a ela. E aos poucos sua mãe foi melhorando, mesmo com a doença ela não parecia estar mal.Até que em um belo dia o pai dela não aguentou, cuidar de uma criança, de uma mulher doente, gastar dinheiro com remédios, consultas médicas... então ele as deixou.
Simples assim.
Como largar um cão na rua.
E depois de um ano com a mãe da Lis sofrendo de depressão aguda, auto-estima baixa e outras coisas, ela foi melhorando, com a ajuda da filha — que na época tinha uns cinco anos — e com a ajuda da vó paterna da Lis.
Irônico, eu sei.
Depois de alguns anos ele se casou de novo, com uma mulher rica, só que ela era infértil.
E foi nesse momento que ele lembrou da família que tinha largado.
Mas já era tarde.
A filhinha dele havia crescido e já estava com os seus dezesseis anos.
E depois de três anos ela continua fazendo isso.
Ignorando a sua aproximação.
E o seu dinheiro.
E para falar a verdade ela só descobriu da vida dele depois que o agente dele veio até ela e antes de oferecer dinheiro contou sobre a vida do seu pai.
Antes que ela pudesse contar tudo isso para o príncipe, seu celular tocou:
— Alô?
— Oi, Lis, queria me desculpar sobre aquele dia na sua porta — ouve a voz do Max na outra linha.
— Desculpa, Max, não posso falar agora. Estou no meio de uma perseguição. — rebate quase encerrando a chamada.
Depois de alguns segundos de silêncio, ela percebe o que falou e a seriedade disso:
— Espera aí. Por um acaso você está com aquele cara? — pergunta surpreso e irritado.
Lis respira fundo e toma uma atitude que deveria ter tomado há muito tempo:
— Adeus, Max. Vá cuidar da sua vida, sou só sua amiga — encerra a chamada.
Ele a olha surpreso e logo sorri ao perceber com quem e o que ela estava falando:
— Não estamos mais em uma perseguição. Já despistei o carro, e mudamos a nossa rota — comenta surpreendendo-a.
Ela ergue a sobrancelha e olha para os lados, a única coisa que vê é o jardim botânico, fechado:
— Por que estamos aqui? — indaga surpresa.
— Vamos fazer um piquenique — responde normalmente enquanto abre a porta do carro para ele e depois para ela.
Ele abre o porta-malas e pega uma cesta, uma garrafa e um lençol.
— E como vamos entrar já que está fechado? — pergunta curiosa.
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Depois da Meia-Noite
RomanceMelissa em sua faculdade, sempre observou um garoto; seus amigos, seu jeito, ela praticamente o conhecia, contudo nunca soube o nome dele. Era como uma paixão à distância. Ela o queria, e ele a queria, porém eles sabiam que juntos causariam uma gran...