Lis estava na frente do prédio que agora era seu. O vento batia em seu rosto junto do sol, que mostrara que o calor tinha voltado ao Brasil, jogando fora toda a ideia de um furacão ou uma tempestade inesperada.
A fita vermelha cintilam em seus olhos, como se Lis fosse um touro, ela a atraía de forma extraordinária. Lis levantou a tesoura de metal para o alto e após ouvir os gritos, cortou a fita. Palmas eram ouvidas, gritos, assobios, além dos repórteres presentes na tão sonhado ocasião.— Hoje estamos presentes na primeira reforma da Clínica Psiquiátrica Millena Oliveira! — diz um repórter ao lado de Lis para uma câmera. — Em alguns instantes traremos uma entrevista detalhada com a mais nova dona da clínica, Doutora Melissa Oliveira.
Lis mandou um aceno para a câmera enquanto olhava para a sua mais nova clínica. Ela havia comprado a velha e falida clínica em que Milena havia vivido durante a sua infância, e com a ajuda da sua vó, — a segunda dona da clínica — e do Felipe — o maior investidor da clínica — fez uma reforma e alterou o nome da clínica, em homenagem a sua irmã.
Graças a ajuda do seu velho conhecido; Calebe Luis, o advogado, conseguiu ganhar a causa e a compra da clínica, e bom, ela já não acha ele tão estranho como antes.
Agora tudo mudaria nesse lugar. As pessoas não seriam mais largada ali, e sim tratadas para conseguir seguir com as suas vidas. Não seriam mais tratadas como animais, além da reforma na ala infantil.Lis abriu as portas das clínica, dando passagem aos seus convidados; a família do Felipe, a família da Júllia, sua vó, O Calebe e alguns editores e repórteres.
A clínica estava bem diferente do que era antes. Não havia mais aquelas cores fúnebres como o preto e o cinza. E sim um azul bebê em todas as paredes, e um chão de piso branco. A ala infantil era amarela e rosa — e não continha mais aqueles berços medonhos, pois uma das primeiras regras era não aceitar crianças até sete anos de idade.
No refeitório, — agora havia um refeitório, além da sala de recreação — haviam várias mesas de quatro lugares de metal, além de comes e bebes para os convidados.
A sala de recreação continha uma mesa de totó, uma de pingue-pongue, uma estante mais ou menos grande com livros e três computadores.
Havia também a sala de música, onde uma instituição famosa de música havia doado instrumentos para essa ala. Até porque, Lis acreditava que a música ajudava no tratamento, principalmente de jovens. É uma forma de ocupar a mente deles.
Existia também as salas particulares para as consultas com os médicos, a sala da Lis, já que era a dona de tudo e precisa estar sempre perto. Euma enfermaria, além do jardim na parte de trás da clínica que estava disponível para os pacientes.As pessoas olhavam e tiravam fotos, além dos repórteres falando sem parar em frente a suas câmeras. Lis não poderia estar mais feliz, principalmente ao sentir os braços fortes e acolhedores do Felipe a cercarem em um abraço.
— Isso tudo é mérito seu. — ele sussurra em seu ouvido.
— Com a sua ajuda, doutor — ela comenta de forma irônica com um sorriso no rosto.
Lis lembrava que ele tinha cursado advocacia, ganhando o título de doutor. Agora, Felipe estava terminando o seu mestrado.
Calebe olhou em direção da Lis e mandou um aceno de cabeça discreto, que Felipe não percebeu, ela abriu um sorriso em sua direção. Lis ainda não tinha contado do dia que conheceu Calebe, talvez ele achasse que ela era louca.
Bom, mas louca que o comum.
Lis e Felipe estavam bem, ela ainda morava com a avó, e Felipe com os pais, contudo saíam o tempo todo. Lis havia conhecido a família Soares, e no começo foi meio difícil ser aceita por eles e pelos irmãos do Felipe, porém com o tempo isso foi mudando.
Principalmente aquele cachorro cheio de pulgas da mãe do Felipe.
Lis ainda o odeia.
A jovem sentiu os lábios de Felipe tocando a sua orelha com carinho, e logo um arrepio percorreu o seu corpo, só que Lis não sabia que um muito maior viria a seguir e deixaria até os cabelos de sua nuca arrepiados.
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Depois da Meia-Noite
RomansaMelissa em sua faculdade, sempre observou um garoto; seus amigos, seu jeito, ela praticamente o conhecia, contudo nunca soube o nome dele. Era como uma paixão à distância. Ela o queria, e ele a queria, porém eles sabiam que juntos causariam uma gran...