Capítulo 3

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Gelei. 

-Não é uma pergunta válida. -Digo.

Daniel ri. Tudo bem, eu esperei perguntas desse tipo e achei que estaria preparada para dar uma risada debochada. Triste erro. 

-Qual é, Lisa. -Ele franze a testa. -Gosto do som do seu nome. Lisa. Lizzie. Liz.-Ele repete pensativo. -Você tinha apelidos? 

-Tinha. -Sorri. -Minha mãe me chamava de Lizzie. 

-Ah! Acertei, então? Lizzie. Gostei. -O rapaz sorri, vitorioso. -Você não vai responder minha pergunta? 

-Mas eu já respondi uma pergunta sua. Você perguntou se eu tinha apelidos.

Seu sorriso se desfaz, incrédulo. 

-Jogo sujo. Não vale. -Rimos por um breve momento, pois Cameron abriu a porta, cortando aquela bela energia. 

-Desculpe, senhorita Burnes, mas o tempo acabou. -O agente me encara. -Espero não ter atrapalhado.

-Não, não. Tudo bem. Já havíamos terminado. 

-Atrapalhou sim, como sempre. -Daniel encara o policial, claramente irritado. 

-O que disse 407? -Cameron diz rispidamente. Me levantei. 

-Você é surdo? -O agente dá dois passos a frente quando toco seu braço. 

-Daniel está cansado. Foi uma ótima entrevista. -O prisioneiro olha para minha mão. 

-É. Deve ser. -Cameron retoma a postura. Dois outros policias chegam e levam Daniel para longe. -Você parece estar fazendo um bom progresso com a fera. 

-Ele não é tão ruim quando parece. -O agente ri. 

-Você só está acostumada com o tipo dele. São todos uns maníacos. -O policial me acompanhou até o estacionamento.

-Obrigada, Cameron. Você está sendo bem gentil comigo. -O rapaz sorriu. Ele olhou para os pés por alguns segundos até falar:

-Você quer tomar alguma coisa hoje? Digo, obvio que você quer tomar algo, você não vai morrer de sede. Bem, digo. Er. -Ele estava corado. Percebi que seu cabelo ruivo reluzia na luz daquele estacionamento e que ele possuía várias marquinhas nas bochechas. -Tem um bar muito...agradável na cidade. 

-É um vermelho? -Pergunto. Ele confirma. -Bem, fica ao lado da pensão onde estou hospedada. Podemos nós ver hoje, às sete? 

-Sete. Ótimo. Sete. Adoro sete. Ta ótimo. Sete horas. Ok. -Ri com a animação do rapaz.  

                                                         ***

Olhei para o espelho, analisando o vestido preto. Muito simples? Nunca trago muitas roupas de 'festa' para as pesquisas. 

Deve servir. 

Saí pela rua até chegar no estabelecimento vermelho. A música saia pela porta, junto com risadas. 

Cameron estava sentado perto do bar e quando entrei, seus olhos me encontraram.

Prisioneiro 407Onde histórias criam vida. Descubra agora